Reinventei Você (PARTE 2)

L - David Safra.

Jake narrando:

- Naquele dia elas ficaram tão sem graça com a nossa chegada que até desviaram o contato visual. - Marcos acrescenta rindo.

Cheguei para cumprimentá-los...
Cláudio, Paulo e Marcos, mas aparentemente estou sendo o assunto da ovelha mais negra da roda.

Marcos é um dos meus amigos. Quer dizer, prefiro considerá-lo um colega comparado ao Paulo e ao Cláudio.

Marcos e eu fomos mais chegados antes do meu primeiro casamento, fase em que eu de fato, me relacionei com muitas mulheres. Então nossa amizade era baseada nisso, em indicações e uma estúpida concorrência jovem.

Cláudio silenciosamente me visualiza de forma que dizia: Eu avisei que não seria uma boa ideia convidá-lo.

E de fato, eu não deveria.

Marcos apareceu na festa da Mariana completamente bêbado e pelo que os garçons me disseram, ele já derrubou umas três bandejas acidentalmente, com sua embriaguez.

- Era a Elie e uma loira gostosa. - Marcos finaliza sua frase.
- Qual o nome daquela mesmo? - Pergunta cambaleando para o lado.

Marcos estava se referindo a uma ocasião, antes da chegada da Mariana, em que Elie e eu estávamos nos divertindo com uma de suas amigas no meu apartamento.

Cláudio, Paulo e Marcos chegaram sem avisar, bem no momento em que elas estavam de saída.
Os atendi e por coincidência elas passaram ao meu lado e se retiraram sem dizer muita coisa, com aparência desajeitada e totalmente constrangidas pela chegada importuna.

- Jake, não me leve pelo lado pessoal. - Marcos gargalha e tenta se manter em pé sustentando-se no ombro de Paulo.
- Mas elas saíram mancando, irmão! Mancando, cara!! - Acrescenta. Dessa vez Paulo rir e também diz quebrando seu próprio silêncio...

- Eu mal dou conta de uma.
Cláudio se contêm e indiscretamente concorda com o Paulo.

- Nós precisamos viver essa vida, cara! Não se case de novo! - Marcos grita e levanta a taça de braços abertos.
Agarro sua blusa entre o meu punho e o sacolejo, com a intenção de mantê-lo calado. Por sorte o som ao vivo que o sítio oferece, no momento está bem alto.

- Por que está falando disso agora? - Questiono me certificando com os olhos de que não havia nenhum conhecido da Mariana por perto e nem ela mesma.
- Te convidei para conhecer a minha família. - Finalizo minimamente irritado.

- Pra te fazer mudar de ideia. - Marcos responde após ter virado o último gole de blue label da taça.

- Marcos, para de falar merda. - Cláudio pede.
- É um dia importante, tenha decência pelo menos hoje. - Finaliza.

- Por favor. - Completo a frase de Cláudio e aproximo meus lábios do ouvido do Marcos. - Não quero ter que te arremessar para fora. - Sussurro entre dentes.

- Não precisa vir com agressão! - Ele exclama sem levar à sério.
- Se você está apaixonado, tudo certo. - Marcos apoia o braço em volta do meu pescoço e bate levemente em meu ombro.

- Eu só vou deixar essa ação folgada passar porque falta pouco para você entrar em coma alcoólico. - Digo me referindo a sua inconveniência em tocar em mim.
- Está fora de si. - Completo.

- Não vou estragar nada, desejo ao meu irmão de alma, toda a felicidade que ele não teve no primeiro casamento. Não vou mais falar das tchutchuquinhas mancando, nem das loirinhas e de mais nada. - Marcos diz com embriaguez.
Retiro seu braço do meu ombro e me afasto.

- Você não tem muita escolha na verdade. - Respondo sério.
- Se a Ana ouvir essas merdas, eu te faço engolir uma das garrafas de red label que tem lá dentro, só que totalmente vazia. - Finalizo.