Prólogo

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405 Palavras

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405 Palavras

Sinto o vento frio da noite passando suavemente pelo meu corpo, sacudindo meu longo vestido e envolvendo as partes descobertas de minha pele.

Meus cabelos loiros voam, tendo alguns fios incomodando minha face.

Observo o céu noturno acima de mim, assistindo o cintilar das estrelas e o brilho pálido da lua. E no horizonte, enxergo as montanhas que rodeiam a pequena cidade abaixo de mim.

Ergo meus braços e os estendendo frente ao corpo, manifesto meu poder através da minha graça.

Meu corpo começa a emanar um discreto brilho branco, que espalha seu calor acolhedor por todo o meu interior.

Tons esverdeados timidamente surgem no céu, que aos poucos vai espalhando-se num gigantesco véu, que iluminará este lugar pelas próximas horas.

Acompanho a aurora crescendo no céu, e cada vez mais suas luzes iluminam meu corpo. Os tons da aurora se destacam em meio ao imenso quadro escuro repleto de estrelas de hoje, e me permito esboçar um sorriso ao ver meu trabalho estando completo.

Abaixo meu olhar, e ao longe vejo humanos pelas ruas, alguns solitários, outros acompanhados, alguns outros nas janelas de seus quartos. Mas todos com seus olhos voltados para o alto, assistindo ao evento que acabei de manifestar, muitos deles tomados pelo encantamento de presenciar algo de tamanha proporção.

Ao bater de minhas asas, torno a me mover no alto, e acompanhada pelo vento que sinto gelar meu corpo a cada segundo, faço meu caminho de volta voando pelo céu.

Enquanto retorno ao meu lar, me pego refletindo sobre os humanos... Todos seguindo com suas vidas, alheios a minha presença.

Eles não sabem sobre mim... Não sabem sobre nós.

Mesmo aqueles que afirmam saber de nossa existência, não tem certeza quanto a isso. Muito menos sabem de nossa existência.

Recheados de incertezas em seus corações, eles afirmam sobre nós, baseados apenas em suas crenças, e na fé que guardam em si. Mas a verdade é que, até mesmo aqueles que dizem ter certeza sobre nós, no fundo de seus corações, eles carregam dúvidas.

Nós, anjos, sempre estivemos no imaginário dos humanos. Mas poucos foram aqueles que realmente se encontraram conosco.

E poucos de nós somos autorizados a nos apresentar aos humanos. De interagir com eles.

Não sou um desses. Não tenho tal autorização.

Sou como a maioria dos demais anjos, proibidos de ir aos humanos. Estamos restritos ao nosso trabalho.

Restritos a apenas olhá-los ao longe.

Mas não me é de todo mal.

Gosto do que faço.

Eu sou Mi'Ka. O anjo das auroras boreais.

Aurora de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora