Capítulo 42

3 0 0
                                    

5245 Palavras

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

5245 Palavras

Termino de ajeitar todas as coisas que usei para arrumar o cabelo da Mel sobre a mesa de centro. Ela ficou bem empolgada quando disse que havia acabado, e pedi para que fosse mostrar para Mika.

Sento-me na minha poltrona para esperar que as duas desçam. Aproveito este momento para refletir um pouco sobre a última noite.

Foi por somente um curto instante, mas tenho certeza de que uma presença surgiu, e pouco depois desapareceu por completo. Ainda que não houvesse presença alguma a ser sentida, investigando a cidade encontrei evidências de que algo, ou alguém, esteve vagando por aquelas ruas.

O que mais me preocupa é a quem aquela presença pareceu pertencer.

Isso tinha que acontecer justo em uma noite de lua nova?

Sinto falta do Anjo da Lua Negra, mas parece que sua existência amaldiçoou todas essas noites.

Ouço passos vindos das escadas e afasto tais pensamentos por enquanto, e vejo Mel descendo novamente – Papai, a mamãe falou que vai terminar de se arrumar e já vai descer.

- Vamos esperar então, logo ela estará pronta. – Digo vendo a pequena vindo até mim, parando ao lado da poltrona e me olhando fixamente. Seu olhar está cheio de curiosidade e pela sua expressão, arrisco dizer que sua imaginação trabalha em algo – Está com cara de quem quer me falar alguma coisa filha. O que tanto pensa?

- A mamãe estava vendo uma coisa lá no quarto. – A pequena começa a falar em sua voz infantil e um pouco embolada, enquanto a levanto e deixo sentada sobre uma das minhas pernas. A observo, prestando atenção em sua fala, enquanto a menina ergue suas mãos como se segurasse algo – Era uma coisa assim, uma luz bem brilhante igualzinho às suas asas, e a mamãe estava olhando. Ela falou que todos os anjos tem uma.

Assinto ao entender ao que Mel se refere – Ah sim, Mika estava com uma graça. Ela está certa, nós anjos temos uma graça dentro de nós.

- É tão bonita, e brilha tanto. – Ela diz com um sorriso. – Mas sabe papai, acho que suas asas ainda brilham um pouco mais, e também são bem mais bonitas. As da mamãe também, ela não mostra muito as asas dela, mas nunca me esqueço o quão bonitas elas são, e que elas brilham bastante, não são brancas como antes... Lembro daquela vez lá na praça, quando você tinha contado que as asas da mamãe estavam assim porque ela estava muito cansada, e precisava descansar, será que a mamãe tem descansado? Eu queria ver as asas dela de novo, fico pensando se elas voltaram a ficar brancas e bem brilhantes como antes.

Ouço cada palavra da minha pequena, dando um sorriso do tanto que ela fala e também de sua genuína inocência, tão igual a da Mika – Logo a mamãe vai nos mostrar as asas dela, só precisamos dar algum tempo a ela.

A menina assente, voltando seu olhar para a porta, e então a mim – Papai, posso brincar lá no balanço?

Espio a escada, e então confirmo – Pode sim. Quando a Mika descer, irei te chamar para sairmos.

Aurora de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora