Capítulo 23

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5785 Palavras

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5785 Palavras

A surpresa em mim é imensa. Por mais que já suspeitasse, ter essa confirmação da própria Mika me deixou atordoado, e sem palavras.

Ela é um anjo. É realmente um anjo.

Não qualquer anjo, mas sim o Anjo Boreal que sempre desejei conhecer.

Sua figura, outrora envolta de mistérios que tanto me intrigavam, agora exibe uma essência divina que atrai meu olhar, e não tenho intenção alguma de desviá-lo.

Observo o brilho dourado de suas asas, de plumagens visivelmente suaves e delicadas que manifestam pequenos flocos que cintilam em dourado e desaparecem assim que tocam o chão. Sua auréola não emana o brilho de uma graça, mas sim chamas que sei pertencerem ao submundo.

Mas isso não a torna hostil a mim. Pelo contrário, quanto mais a vejo, mais bela ela se torna.

Observar Mika neste momento me faz compreender que ela não somente portava o belo. Ela também o personifica.

As várias perguntas que saltavam em meus pensamentos, contendo respostas antes incertas, agora recebem suas respostas repletas de certezas, e novamente, tudo faz sentido.

Ao mesmo instante que novas perguntas surgem, tomando o lugar das anteriores.

Meu olhar permanece em Mika, que me olha de volta, parada no mesmo lugar, e talvez um pouco constrangida, não tenho certeza.

Desviando seu olhar ao chão com um semblante envergonhado, Mika abraça a si mesma, recolhendo suas asas para próximo de seu corpo como se tentasse ocultar sua nudez. Ou então, ocultar a verdade que acabou de me revelar.

- Você... Já sabia...? – Ela pergunta de repente, ainda sem me olhar.

Sua pergunta foi repentina, a ponto que levo um pequeno segundo para organizar meus pensamentos e poder responder algo. Somente agora compreendo o quanto estou admirando Mika, quase como se mergulhado em um transe causado por sua presença.

- Sempre te achei diferente Mika. – Começo a falar, sem deixar de observá-la. Meus olhos percorrem continuamente suas belas asas, e logo encontram-se com os olhos de Mika – Estive te observando, sempre te achei muito diferente daqueles que vieram antes, e nunca entendi o porquê. Mas passei a suspeitar desde a noite da aurora. Não faria sentido você chorar daquela maneira se não estivesse ligada ao incidente de alguma forma.

- Você sabia... – Ela diz baixinho, desviando seu olhar ao chão novamente, e não contenho um pequeno sorriso.

- Eu suspeitava. – A corrijo enquanto me levanto do sofá, aproximando-me devagar dela, tentando diminuir a distância entre nós – É diferente.

- Não é não... – A ouço responder sussurrando, ao mesmo momento que esboça um sorriso manhoso, e não reprimo um riso nasal, e então sustenta seu olhar em mim. – Mas agora sabe...

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