Capítulo 29

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4040 Palavras

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4040 Palavras

As coisas foram diferentes do que eu esperava, de muitas formas. Minha presença não foi requisitada por Raika e nem por nenhum dos três juízes. A própria orbe já continha detalhes do trabalho que eu devo cumprir, e também quanto tempo tenho para completar esse novo trabalho.

Ainda assim, precisarei me apresentar no submundo quando cumprir meu trabalho, para entregar as almas que eu coletar.

De qualquer jeito, sei onde devo ir, e também qual alma devo coletar. É apenas uma, então creio não ter dificuldades com esse trabalho.

Mas na verdade, o que me preocupa é Klauss.

Ele ficou claramente desconfortável em saber que tenho um novo trabalho a fazer, e dessa vez, sequer tenho como fingir que não.

Ele estava bem ao meu lado quando a orbe começou a soltar todos os detalhes do meu trabalho sem freio algum.

Recolhi a orbe e a mantive comigo, e deste então, a casa mergulhou em um completo silêncio. Um silêncio que, até momentos atrás era agradável, agora é completamente desconfortável.

Continuamos na cozinha, sentados frente a frente e envoltos em nossos próprios pensamentos, completamente misteriosos um para o outro.

Ergo meu olhar a Klauss, tentando decifrar o que se esconde atrás de seu semblante. Seu olhar âmbar está voltado para baixo, sério e reflexivo, e sua postura endureceu por completo, mantendo seus braços cruzados.

- Klauss? – O chamo baixinho, mas ele não ergue seu olhar a mim. – Preciso fazer isso.

- Sei que sim – Ele responde – Mas não posso permitir.

- Eu não tenho escolha Klauss. – Insisto.

- Sempre tem uma escolha, Mika. – Ele rebate, não alterando sua voz.

- Pois eu não tenho! – Digo batendo ambas as mãos na mesa com força e me levantando num ímpeto, empurrando a cadeira atrás de mim, que num barulho arrastado incômodo, quase vai ao chão – Eu não tenho essa escolha Klauss!

Me surpreendo com minha própria reação, não imaginando dizer algo nesse tom de voz para ele, nem mesmo ser agressiva a esse ponto.

Já o anjo, por sua vez, continua me olhando em sua calma inabalável, e permanece imóvel como uma muralha. Seus olhos mal reagem, e sua postura não indica sinal algum de que ele irá ceder... Mas tem alguma coisa diferente, ele parece querer dizer alguma coisa, que não sei bem o que é.

- Você acha mesmo isso? – Ele questiona.

- Se não percebeu ainda, eu preciso fazer isso. – Digo baixando a cabeça por um segundo – É o que me permite estar livre.

Ele assente devagar, apertando os olhos com essa informação que acabei deixando escapar sem perceber – Você tem uma hora.

- O que? – Pergunto, piscando algumas vezes.

Aurora de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora