Capítulo 41

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3389 Palavras

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3389 Palavras

Devagar deito a criança na cama, subindo a coberta até a altura de seus ombros. A pequena resmunga baixinho, mas não dá sinais de que irá acordar, e decido ficar ao seu lado por um momento, cuidando de seu sono.

Já faz quase dois meses desde que retornamos do Abismo, e Mel continua demonstrando saudades de sua mãe, mas agora, é um sentimento diferente de antes, tanto para mim como para ela. Nos primeiros dias, foi muito mais difícil tanto para ela quanto para mim, mas aos poucos nos adaptamos.

Com um pequeno sorriso, deixo um carinho suave nos cabelos da criança, e com um pequeno beijo em sua testa, me levantando e saindo do quarto em passos leves para não acordá-la, mas faço questão de deixar a porta entreaberta e a luz do corredor acesa, para caso ela acorde.

Desço de volta para a sala, reparando que Klauss já não está mais em sua poltrona. Observando com mais atenção, encontro o livro que ele tinha consigo posto sobre a mesa de centro, e atenta ao silêncio da casa, entendo que ele também não está na cozinha.

Atravesso a sala e cozinha, e antes de chegar a porta noto o brilho presente fora de casa, e sinto a presença de sua graça manifestada. Ao me encostar no batente, meus olhos buscam o anjo da lua, parado não muito longe de onde estou.

Sua presença reluz em contraste a noite, o branco de suas vestes leves rompe o destaca em meio ao escuro que o rodeia, suas asas e auréola reluzem em sintonia, em uma beleza visual única. Seu brilho é puro e intenso, e ainda assim transmite uma serenidade profunda, que transmite paz ao mais profundo do meu ser.

Ao longe tenho a vista da cidade e as várias luzes podem ser vistas, e no céu, pesadas nuvens se veem presentes, trazendo consigo um peso muito grande a essa noite. Apesar disso, existe um espaço entre o denso céu nublado, onde a lua minguante pode ser vista.

Aproximo-me do anjo devagar, e ele vira levemente a cabeça em minha direção, percebendo minha presença – Acabei de deixar a Mel na cama.

- Ela sempre dorme pouco depois de jantar. – Klauss diz me olhando.

- Acho que agora, ela só acorda amanhã cedo. – Digo e vejo um meio sorriso surgindo em seu rosto, que logo se dissipa ao momento que ele volta a fitar silenciosamente o céu noturno.

Fico intrigada com seu olhar fixo ao céu, e seu silêncio parece ocultar algo. Seu olhar âmbar está endurecido, concentrado em alguma coisa que não consigo ver.

- Algum problema? – Pergunto em meio a um sussurro.

- Estamos próximos da Lua Nova. – Ele responde em mesmo tom que eu.

- O que quer dizer? – Ergo uma sobrancelha.

- No passado, haviam três anjos que representavam a lua. Um deles era Ru'Ri da Lua Negra, e sua presença representava o que conhecem como a lua nova. – Klauss começa a contar algo que nunca antes mencionou, o que atrai toda minha atenção para si – Após um incidente em particular, esse anjo tornou-se um caído, e seu nome foi apagado do Paraíso.

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