Capítulo 3

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2029 Palavras

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2029 Palavras

Interrompo meu caminhar frente ao parapeito da Pilar das Almas, e observo o movimento neste lugar, onde as almas humanas estão em seu repouso pós-vida.

Não são muitos, mas ainda assim vejo anjos entrando e saindo da Esfera, com olhares focados em seus rostos. Eles são responsáveis por receber e guiar as almas humanas aos seus espaços de repouso, onde poderão desfrutar daquilo que eles consideram como seu paraíso.

Os anjos daqui também precisam avaliar cada alma. Para isso, existe um processo chamado "Revelações", que permite aquela alma se expandir e mostrar, de forma visível e palpável, detalhes que residem em seu interior. Suas lembranças, conhecimentos, desejos, e aquilo que será seu paraíso.

Le'Shen me contou que algumas delas preservam certos segredos em seu interior, a qual resultam em cenários de repouso muito anticonvencionais, para não dizer horrendas. Esses cenários revelam a alta perversidade e o profano que essas almas enraizaram em sua essência, e com isso são imediatamente enviadas ao submundo. São as chamadas almas corrompidas.

Nunca vi nenhum desses cenários, e não foram muitos os anjos que presenciaram. Le'Shen foi um dos anjos que esteve diante a uma dessas almas corrompidas, e sempre me advertiu a nunca desejar presenciar tais cenários.

Aguardo um instante, na expectativa de encontrar meu amigo próximo a Esfera das Almas, mas não o vejo em nenhum ponto. Ele disse que seria possível saciar meu desejo de interagir com os humanos, caso eu observasse algumas das almas em seus repousos por alguns momentos.

Gostaria que ele me guiasse pelo local, mas creio que posso me orientar sem auxílio.

Vim apenas observar.

Por fora, a Esfera tem forma de um grande pilar circular, ao topo essências douradas com azulado giram suavemente representando as almas humanas, e ao lado da Esfera residem dois monumentos com forma de anjos, tendo suas mãos erguidas sobre as essências em constante movimento, e as imensas asas crescendo em torno da Esfera, em sinal de cuidado e proteção.

Avanço sem demora e entro, buscando uma forma de me orientar até onde as almas se encontram. Não tenho certeza se poderei interagir com elas, mas se possível tentarei.

Passo pelos corredores da esfera, alcançando pontos cada vez mais altos da mesma. Anjos passam por mim, dando alguns cumprimentos fazendo uma leve reverência com a cabeça junto a um sorriso, mas nenhum fala de fato comigo.

Após algum tempo caminhando, alcanço um local mais silencioso, nos andares mais altos da esfera. Daqui, as paredes são transparentes e consigo ter uma visão mais próxima do monumento dos anjos, as essências bem próximas, e um visão panorâmica do paraíso, enxergando os rios próximos, anjos no alto, e os campos e montanhas a longe.

Me permito observar por longos instantes, se reparar em detalhes. Apenas observo o lugar onde nasci, não pensando nem sentindo algo em particular. Tudo que faço é olhar.

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