Capítulo 11

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3163 Palavras

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3163 Palavras

Engulo em seco, encarando a sombra projetada no chão e sentindo a forte presença logo atrás de mim, que deixa meu corpo inteiro paralisado.

Não é possível, como fui encontrada pelo anjo tão rápido?

- Você é a responsável por isso, não é? – Ouço sua voz. Ela é calma, ao mesmo tempo que é firme e imponente. – Vire-se!

Respiro fundo, e com mil coisas passando em meus pensamentos, me viro lentamente.

Ergo meu olhar ao anjo, e nesse momento que vejo sua figura, as palavras somem da minha boca, toda e qualquer reação me abandona, e tenho a sensação de que o tempo parou completamente para mim.

Vejo sua silhueta pairando no ar, tendo seu imenso par de asas brancas bem abertas junto a sua auréola se destacando das sombras da noite. Suas vestes são completamente brancas, sendo um terno elegantemente alinhado, escondido por baixo de um largo sobretudo igualmente branco.

Pela pouca luz, não consigo ver seu rosto em detalhes... Mas pelo seu físico sei que tem a aparência de um homem, de cabelos cacheados na altura dos ombros, e vejo também o brilho âmbar de seus olhos apertados, concentrados em mim.

Sua presença transmite mistério, poder, e um sobrenatural místico que jamais vi nem senti antes, a ponto que carrega consigo uma diferente e envolvente beleza.

É um anjo que, de uma forma muito estranha, mexe comigo... De uma forma que me sinto balançada a qual não consigo compreender.

Ele se aproxima devagar, e instintivamente recuo um passo assim que seus pés tocam o chão, e devagar suas asas se recolhem para perto de seu corpo. Agora que estamos mais próximos, noto também que ele é mais alto que eu.

O anjo se mantém a certa distância de mim, enquanto continua me olhando fixamente, e percebo que seus olhos apertam um pouco. Mesmo sem dizer uma única palavra, entendo que ele aguarda uma resposta minha.

Ele ergue sua mão e, num leve mover de seus dedos ao alto, uma corrente de vento passa pelo meu rosto arrancando o capuz da blusa da minha cabeça. O vento tão repentino me faz recuar de susto.

- Acredito que a resposta seja óbvia. – Digo um pouco tensa, pensando como posso escapar daqui. – Adianta eu te responder alguma coisa?

Ele avança um passo em minha direção, que no silêncio da noite foi perfeitamente audível, e instintivamente recuo um. Ele dá outro passo, e também recuo outro.

- Não parece surpresa com minha presença. – Ele se pronuncia – Você não é uma humana.

- Adivinhão. – Respondo provocando, mas ele sequer reage. Está claramente me analisando por completo. – Se te interessa tanto o que sou, saiba que vim do submundo.

- Um demônio. – Ele diz, sem alterar a calma de sua voz.

Essas palavras me incomodam um pouco. Ser identificada como um demônio, e não mais como um anjo, faz com que um sentimento estranho cresça em mim. Um desconforto em meu peito... Mas desde que aceitei a proposta de Raika, já deveria ter ciência disso, e aceitado que é isso que me tornei.

Aurora de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora