🌬Capítulo 23

171 38 12
                                    

É isso Maya, só siga!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

É isso Maya, só siga!

Meu consciente fala enérgico, sabendo que a qualquer momento posso fazer um retorno. Só que esse retorno, pelo próprio nome já diz, seria voltar ao ponto de partida.

Me assusto com o som de uma buzina, de repente vejo um jipe ultrapassar meu carro. Jovens estão nele, o motorista passa xingando e apontando para uma placa. Droga, estou bem abaixo da velocidade da faixa. Deve ser o receio de chegar logo ao meu destino. Na verdade, não chega a ser um destino, mas um desvio de uma reta, desvio breve, eu sei, mas não deixa de ser uma grande mudança de rota.

"Não posso privá-la de se relacionar com quem realmente gosta, Maya!"

"Não se prive, Maya, tenho que falar isso novamente para você?"

O que você fez com a minha cabeça, meu amigo?

Decido parar o carro e respirar um pouco. Paro no acostamento e saio do carro. Preciso de ar!

Transpasso uma mureta, e me sento nela. Sorrio ao ver a maravilhosa vista que minha ilha me dá. Inclino minha cabeça para trás, olhando para o céu e vejo um albatroz em seu elegante e imponente voo.

Fico acompanhando seu deslizar pelo céu, aproveitando a corrente de ar.

Vendo-o assim, penso que apesar de sua aparente liberdade, ele depende do ar para se locomover. Tem suas grandes asas, mas essas correntes de ar, o ajudam a planar e descansar o agitar das asas.

Como se percebesse que está sendo observado, ele faz um voo perto de mim e em seguida bate suas grandes asas com mais vigor e segui para longe, em direção ao mar. Porque é lá onde captura seus alimentos, é uma ave marinha, uma bela ave por sinal.

Ao ver que o lindo albatroz seguiu seu caminho, decido fazer o mesmo. Essa ave me mostrou que não temos total liberdade de nada, sempre iremos depender de algo.

Mas ela seguiu, não ficou parada, apenas seguiu. Então decido voltar para o carro e seguir também.

À medida que entro no centro da cidade, meu coração delator, começa a acelerar, me avisando que estou nervosa. Imploro, entre respirações, que ele desacelere. Batuco com meus dedos no pequeno volante, outro sinal de que, calma não estou.

Tudo piora quando adentro no estacionamento do hotel. Paro e desligo o carro. Mais uma lufada de ar. Enxugo minhas mãos suadas, sobre o short. Fazendo isso, acabo de perceber que vim com um short simples de jeans, que uso muito, ou seja, nada novo. Seguindo de uma camisa soltinha, com estampas florais. Acho que minha mente não estava para muita produção, estava apenas na conclusão da minha decisão.

A Liberdade do Ar ( Série Os Quatro Elementos - Livro III) Onde histórias criam vida. Descubra agora