🌬Capítulo 42

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Sentada na areia da praia, deixo meus braços esticados para trás, apoiando meu corpo

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Sentada na areia da praia, deixo meus braços esticados para trás, apoiando meu corpo. Fecho meus olhos, ao voltar meu rosto para cima. Fico assim, perdida em meus pensamentos, enquanto sinto o vento fazer seu caminho pelo meu rosto. Fazendo sua brincadeira com meus cabelos, não adianta xingá-lo ou tentar prender os fios do cabelo, o vento sempre consegue desfazer, voltando a bagunçá-los. Sorrio apenas com os lábios, ao imaginar o que ele poderia estar pensando.

Aproveite que estou fraquinho, apena brincando com seus cabelos!

Respiro e solto o ar. Abro os olhos e volto a sentar ereta. Mexo na areia com meus dedos, pensando por que ainda não o esqueci. Por que conto o tempo por que lembro de todos os detalhes dele? São mais de dois anos e tudo ainda está tão vivo e fresco em minha memória. De tudo, o pior é o meu subconsciente, sempre interferindo na minha tranquilidade. Ele insiste em lembrar-me dos perigos que ele pode estar passando, que já poderia acontecido algo.

Tenho isso me perturbando, desde aquela noite, que fiquei sentindo aquela angústia em meu peito. Piorou, com aquela conversa que tive com os ex militares. Mesmo passado tanto tempo, desde aquele luau, ainda lembro a mudança da expressão daquele que conversava comigo, antes estava flertando, depois que falei sobre meu fictício namorado ser da Força Aérea, ele mudou completamente, ficou sério, e até sua postura ficou mais rija. Como se eu ao falar aquilo, tivesse acionado algum botão, de antes de depois. Mas quando seu amigo e ele, relataram cheios de gratidão e respeito por terem sido salvos de uma emboscada. Fiquei quase uma semana imaginando coisas nada boas.

Balanço a cabeça e retiro minha saída de banho. Preciso de um bom mergulho agora. Saio correndo para água, como fazia quando criança e me jogo entre as ondas. Mergulho e ao emergir, começo a nadar. Com braçadas lentas, apenas sentindo as águas serem cortadas pelos meus braços, fico um tempo assim, até me virar e começar a boiar.

Olho para o céu e me imagino flutuando no ar. Isso me faz sorrir, deve ser uma sensação boa, essa de voar, por isso que os pássaros fazem tão magistralmente. O voo de um pássaro passa tanta paz, que deve ter sido em busca dessa paz que o homem inventou coisas para voar também. O voo daqueles caças, na apresentação da praia, não tinham nada de tranquilos, ali é voar com força e ter que mostrar poder. Lembram realmente as águias, por causa da robustez e da agressividade em seus voos de ataque. Por isso, que Dylon ao olhar aquele relógio que o dei de presente, falou logo da figura da águia.

Ao lembrar-me dele de novo, coisa tão habitual para mim, sinto uma vontade em meu peito de fazer esse pedido, ao Pai Maior. Que o proteja, onde ele estiver!

Mesmo sabendo que não posso querer isso, mas queria muito vê-lo de novo, saber que está bem.

Decido sair da água, antes que deixe de ser fada e vire sereia. Caminho para a areia, rindo de mais uma fala que me faz lembrá-lo. Coloco a minha saída de banho e subo pela areia, de volta para casa.

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- Filha, a que horas Akomi disse que chegaria?

- O voo dele chega agora pela manhã!

A Liberdade do Ar ( Série Os Quatro Elementos - Livro III) Onde histórias criam vida. Descubra agora