- Senhor, seu pai chegou! _ abro os olhos ao ouvir a voz da enfermeira.
- Pode pedir que entre, por favor! _ falo e ela acena com a cabeça em concordância e sai do quarto.
Escuto o som da porta ao ser aberta, ao inclinar minha cabeça de lado, sobre o travesseiro. Pude ver meu pai entrar chorando, a única vez que o vi chorar, foi em casa, sozinho em seu quarto, ao voltarmos do enterro da minha mãe. Ele não notou a minha presença, o observando pela fresta da porta. Naquele momento, eu só queria abraçá-lo, mas eu sabia que ele precisava extravasar o que estava preso em seu peito. No outro dia, eu fiquei com ele o dia todo, e o abraçava, sempre que podia.
Neste momento, é ele que me abraça, deita sua cabeça em meu peito e fica em um choro contido, agora.
- Amor, cuidado para não o machucar! _ escuto a voz de Violet, e a vejo logo atrás dele, o amparando.
- Estou bem, pode deixá-lo! _ intercedo por ele e sorrio para ela. - Como você está?
- Estou bem, menino! E você? _ ela pergunta com aquele sorriso acolhedor.
Meu pai levanta a cabeça e beija minha testa, antes de se afastar. Violet o abraça de lado, e beija rosto dele.
- Estou bem, tirando o susto que tivemos com a notícia do seu acidente, agora estamos bem melhor! _ ela responde.
- Eu morri mil mortes, filho! _ ouço a voz embargada do meu pai, e olho para ele.
- Oh meu velho, estou bem agora! _ falo e estico meu braço bom, e toco sua mão.
Olho para sua mão, e vejo a sua idade fazendo efeito, ao ver a pele rugosa sobre ela. Aperto e levo para minha boca, beijando-a, em reverencia a tanto que ele fez por mim, desde que me salvou, quando ele e Clauss me tiraram da solidão de uma praça.
Sei de toda a história, dele e Ester. Naquele momento, em que conversaram comigo, contando como me tornei filho deles, eu nunca deixei de senti-los como meus pais de verdade. Sou grato aos dois, por terem me acolhido e me tratado como filho.
- Ligaram para seu pai, ele estava na empresa, por sorte, meu irmão estava com ele na sala! _ me conta, Violet.
- Eles não deviam ter feito isso! _ falo, mas sei que é a norma militar, avisar ao parente direto.
- Eu fiquei com raiva, não vou mentir! Por mim teria xingado quem ligou para ele, como ligam dando essa notícia, sem ao menos o prepará-lo! Poderiam ter falado com meu irmão ou comigo, que sou a esposa dele. _ me alívio ao ver meu pai soltar um riso. - Não ria, eu vi como você ficou e aquilo me destruiu! _ vejo uma Violet braba.
- É pequena, mas é braba, filho! Imaginei ela brigando com o seu capitão! _ fala meu pai, sorrindo.
- Foi ele que ligou?
- Sim, o capitão Banks, creio que foi esse o nome que se identificou! _ ele faz uma expressão de apreensão. - Não consegui raciocinar mais nada, quando se identificou e depois me falou o motivo da ligação. Eu pensei o pior, filho! Mas depois que entendi o que ele falou, e explicou que você estava sendo removido de volta ao nosso país, e que viria para este hospital, pude soltar o ar que prendia. Meu peito ardia, eu temi nem poder me despedir de você, mas minha mente e meu corpo se tranquilizaram, ao saber que você estava bem e fora de perigo!
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A Liberdade do Ar ( Série Os Quatro Elementos - Livro III)
RomanceAtenção: Romance Adulto 🔞 Livro sem fins lucrativos Ar - Você precisa de mim, eu sei. Mas não precisa me puxar de vez. Espere eu chegar, e preencher sua necessidade, sem pressa...apenas respire. Eu sempre fui um ser livre, e foi no ar, onde encont...