ACORDO BILIONÁRIO

CAPÍTULO 5

_ Gisele? _ ouvi o barulho da porta se abrindo

_ Cristo! Que susto... O quê está fazendo aí no escuro? _ questionou a loira espantada, pálida como um sulfite.

_ Te esperando.

Eu estava deitada no sofá, abraçada com o Deek, todas as luzes da casa apagadas e minha cabeça parecia que ia explodir. Não fazia idéia de onde encontrar um analgésico nessa casa.

_ Vou buscar seus remédios _ ela disse e saiu em direção à cozinha.

É incrível como essa garota me conhece mais que eu mesma. Mesmo em meio a essa loucura toda, permanece tão calma e serena enquanto eu estou aqui surtando. Eu sei que ela é só uma funcionária que não tem nada a ver com meus dramas familiares, mas é como se ela fosse uma amiga.... quer dizer... é... eu vou admitir isso em voz alta, mas ela é uma boa amiga.

Minha ficha ainda não caiu, como pode a vida de uma pessoa mudar assim? Dormi ontem rica e plena e hoje acordei pobre e endividada e com um pai quase morrendo.

Já estive entre a vida e a morte, mas ver ele neste estado é bem pior do que se fosse comigo.

Observo Gisele se aproximar com uma cartela de comprimidos e um copo com água, me sentei pegando dois comprimidos e levando a boca, bebendo a água logo em seguida. Sinalizo para que se sente ao meu lado. Aguardei que se sentasse ao meu lado direito girando o tronco em minha direção e escorando o braço esquerdo no encosto do sofá só pra depois fazer o mesmo ficando de frente para a loira.

_ Você acha que ele vai sobreviver? _ pergunto só pra escutar o seu discurso de otimismo.

_ É claro que vai! Ta loca? Aquele homem te trouxe ao mundo, querida, e se você é a própria fênix, ele com certeza não fica atrás. Ele é forte e determinado, é claro que ele vai recuperar. Ainda vai encontrar aquele desgraçado e acabar com a raça dele.

Sorri por sua confiança e por impulso acabei a abraçando pela primeira vez em 15 anos de convivência. Acho até que foi o primeiro abraço que dou em alguém em toda a minha vida. Ficamos ali por um tempo quando percebi lagrimas rolando eu meu rosto eu vi que era hora de me afastar antes que essa onda sentimentalista me derrubasse. Levantei rapidamente limpando as lagrimas e fui em direção as escadas a caminho do meu quarto

_ Se contar isso pra alguém eu te mato. _ disse por cima do ombro já no meio das escadas e pude notar sua alegria mesmo de costas.

Passei a noite inteira pensando na reunião e no prazo que o senhor Albuquerque me pediu. Foi uma grande surpresa saber que aquele homem era acionista na empresa, o maior bilionário do país. Achei mais estranho ainda o fato de ter ido pessoalmente, o que na realidade pra mim foi até melhor. Pelo que eu sei, ele está aposentado há anos, desde que seu filho, o famoso Eric Albuquerque, assumiu todos os negócios da sua família.

O cara é um galinha da pior espécie, que sempre está estampado nas revistas de fofoca, vive em boates bêbado e rodeado de mulheres, cada dia com uma diferente.

A questão é que eu nunca esqueci a noite que passamos juntos. Apesar de aquele idiota ter omitido sua identidade eu consegui o reconhecer através de uma foto estampada em uma revista poucos dias depois. Foi a minha primeira vez, mas tenho que admitir que ele foi o melhor. Mesmo depois de quase 12 anos eu ainda lembro a forma que me tocava, que me beijava e que deslizava dentro de mim. A verdade é que aquela foi a melhor noite da minha vida. Eu nunca contei isso pra ninguém, nem mesmo Gisele sabe disso. Na época ele se identificou com nome falso durante a seleção.

É... pode parecer estranho usar e palavra seleção mas foi exatamente isso que aconteceu. De tanto aquela louca insistir que eu deveria perder minha virgindade, pois segundo ela era um absurdo eu completar 19 anos ainda virgem, acabei cedendo. Foi aí que eu resolvi fazer uma seleção de possíveis candidatos. Estabeleci critérios como padrão de beleza, idade, tamanho e estado de saúde perfeito, daí ele apareceu como um dos candidatos, dois anos mais velho que eu, moreno claro, um metro e oitenta de altura, olhos e cabelos castanhos, malhado e bem definido, barba cerrada e principalmente, ele estava limpo.

Logo que vi eu sabia que seria ele, daí ele topou minhas condições e rolou. Usamos uma lente tecnologica sensorial que dava a ele apenas a visão dos meus contornos, sem poder ver cores ou qualquer detalhe que possa revelar minha identidade. Mesmo de olhos vendados ele sabia exatamente o que fazer pra deixar uma mulher nas nuvens.

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_ Não precisa ficar nervosa, gatinha. Relaxa… _ sussurrou no meu ouvido dando leves mordidas no lóbulo da minha orelha _ Vai doer só um pouquinho, mas logo você acostuma _ concordei com a cabeça, ele deslizou a boca dando beijos por todo o meu corpo enquanto sua mão apertava suavemente meus seios, massageando os mamilos com o polegar. Me contorci quando sua boca alcançou minha intimidade e sua lingua brincando com meu clitóris. As coisas foram se intensificando e quando percebi estava tendo meu primeiro orgasmo. Logo depois ele se posicionou entre minhas pernas entrelaçando os dedos em meus cabelos iniciando um beijo calmo e demorado _ Está pronta? _ concordei com a cabeça _ Então relaxa e se entrega… a partir de agora você é a minha tigresa misteriosa e eu sou o seu tigrão, tá? _ concordei novamente

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Cravei minhas unhas em suas costas quando senti sua ereção em minha intimidade e como prometido ele entrou bem devagar. Se doeu? É claro, mas logo em me acostumei com ele deslizando dentro de mim e não demorou muito pra gozarmos juntos. Depois repetimos isso, na cama, no sofá, na mesa, na banheira.

Foram mais de 8 horas juntos e eu já estava exausta quando ele disse que eu precisava descansar, deitamos de conchinha e acabei adormecendo aninhada ao seu corpo. Quando acordei ele já não estava mais lá.

Eu duvido que ele saiba que fui eu e muito menos que se lembre que isso aconteceu um dia, mas mesmo assim não posso arriscar, por isso decidi não contar nem mesmo pra Gisele.

Mas que merda, Helena! Só de pensar naquele idiota você já fica molhada, me repreendi mentalmente

É sempre assim… mesmo após doze anos as lembranças daquela noite são sempre perfeitamente nítidas como se fossem acontecimentos recentes. Isso quando não vêem em forma de sonhos eróticos para me atormentar, me fazendo acordar encharcada e algumas vezes até gozada. É estranho, eu sei, mas se aquele maldito ao menos tivesse ideia do poder que tem sobre mim, com toda certeza eu estaria fodidamente na merda.

Balancei a cabeça espantando o pensamento e me culpando por tê-lo numa hora dessas. Levantei e fui tomar uma ducha gelada. É sempre assim pra tirar essa lembrança da cabeça.

_ Caiu da cama, é? _ vejo Gisele se aproximando da mesa do café. Eu já estava ali a alguns minutos, depois daqueles pensamentos não consegui dormir e resolvi descer antes que ela fosse até o meu quarto.

_ Não preguei o olho _ respondi

_ Quer um calmante?

_ Dormir não vai resolver meus problemas _ reviro os olhos levando uma uva na boca.

_ A Núbia ligou pra lembrar que o medico vai passar pra avaliar próximo ao meio dia, até lá eu acho que você deveria tentar dormir um pouco. Não tem nada pra fazer na empresa e a equipe do senhor Albuquerque já iniciou a investigação.

_ Ok, pede pra levar no meu quarto e não esquece de me chamar na hora de ir. _ me levantei e subi