CAPÍTULO 46

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Seis horas…

Há seis horas Eric deu entrada no hospital e desde então não tivemos nenhuma notícia.

A ambulância particular chegou no mesmo momento que seus olhos fecharam. Foi tudo como num borrão e perdi completamente a noção do tempo e do espaço, quando dei por mim os paramédicos já estavam o retirando de cima de mim.

Entendendo o que estava acontecendo quando recebeu minha ligação e ciente das possíveis complicações de envolver a polícia, Gisele deslocou a equipe médica de emergência da fundação e acionou o namorado, que por sorte estava de plantão, para preparar sua chegada ao hospital. Pelo que nos foi informado, Eric passava por uma cirurgia delicada e que era normal a demora nesse tipo de atendimento

Além de Eric, Carlos também precisou de atendimento para um ferimento de raspão na perna direita e os demais se cuidaram com curativos caseiros para pequenas escoriações.

Olhei ao redor onde estavam Rodrigo, Izabel, Fred, Kevin e Luma. Carlos estava sentado ao meu lado segurando minhas mãos, ambos com roupas ensanguentadas e alguns hematomas pelo corpo.

Giovanne havia ficado responsável por limpar os corpos que ficaram espalhados pela casa e Hemera pela guarda dos prisioneiros. Não envolvemos a polícia e quando o hospital questionou o ocorrido, justificamos termos sido vítimas de uma tentativa de assalto por homens encapuzados sem identificação.

Não sei se a versão convenceu o responsável, mas, com certeza o dinheiro oferecido seria suficiente para comprar o silêncio.

Observo Gisele entrar pela porta da sala de espera com sacolas de papel nos braços e uma espécie de bandeja com alguns copos de isopor que suponho ser café, distribuindo entre os familiares de Eric acompanhado de uma embalagem com sanduíche natural e depois se aproximou entregando uma sacola para Carlos e outra para mim

_ Eu consegui autorização para vocês se banharem em um dos quartos vazios no terceiro andar. Aí tem roupas e objetivos de higiene pessoal _ apontou as sacolas _ Vem, eu acompanho vocês

Seguimos a loira conforme pediu, Carlos ao meu lado me amparando em seus braços e Gisele uns passos a frente.

Depois de limpos, voltamos para a sala de espera e nenhum notícia havia sido dada até então. Não demorou para Gisele trazer nossos lanches, mas a essa altura eu não conseguia manter nada no estômago. Depois que Carlos terminou a refeição, sentou novamente ao meu lado tomando minhas mãos. Deitei a cabeça em seu ombro suspirando frustrada

_ Você precisa se alimentar _ Carlos sussurrou acariciando o dorso da minha mão.

_ Eu tentei _ dei de ombros

_ Devia se consultar também _ sugeriu _ Talvez algum golpe possa ter causado uma lesão interna

_ O único golpe que sinto é culpa _ senti ardência nos olhos denunciando a chegada de mais lágrimas.

As últimas horas passei me culpando por ter envolvido Eric nessa bagunça que eu chamo de vida. Se não fosse por mim, que convidei o chefe da máfia italiana para nossa casa, nada disso teria acontecido. Caímos numa emboscada por puro descuido.

_ Você não pode se martirizar desse jeito. Não foi sua culpa _ tentou me consolar

_ Se eu não tivesse aceitado aquele maldito acordo nada disso estaria acontecendo. Ele estaria vivendo aquela vidinha de merda longe de perigos sem a menor chance de saber quem eu era.

_ Sabe o que eu acho. Se não fosse dessa forma, o destino com certeza encontraria outra forma de colocar vocês no mesmo caminho. Por mais que não seja confortável pra mim admitir, vocês se amam. O amor as vezes apronta algumas com a gente, mas você vai ver que daqui a pouco o médico vai passar por aquela porta dizendo que está tudo bem e logo tudo volta ao normal _ demorei alguns segundos absorvendo suas palavras

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