CAPÍTULO 9

61 4 0
                                    

Acordei por volta das nove e Gisele estava dormindo na poltrona ao meu lado. Chequei algumas mensagens e e-mails e apertei o controle para solicitar alguma enfermeira. Ao invés disso me apareceu o medigato sorridente.

_ Você podia ter devolvido minha assessora inteira, pelo menos _ resmunguei com deboche assim que ele passou pela porta

_ Bom dia para a senhorita também _ sorriu levemente envergonhado e abaixou a cabeça olhando alguns papéis em sua mão _ Seus exames estão prontos. Como previ é só emocional mesmo..

_ Estou liberada?

_ Ainda não. Precisa se alimentar primeiro. Vou tirar o acesso e poderá fazer sua higiene, em alguns minutos a enfermeira vai trazer seu café da manhã, você vai se alimentar e depois eu volto _ respondeu se aproximando para tirar aqueles tubos da minha veia. _ Levante bem devagar.
O doutor segurou meu braço dando apoio para me levantar, enquanto isso, vejo Gisele acordando atordoada.

_ Alguma notícia sobre Carlos? _ perguntei. Desde que acordei estava inquieta por alguma informação

_ Por enquanto na mesma. Assim que você comer eu libero para ir vê-lo _ sorriu piscando o olho direito

_ Bom dia _ Gisele disse bocejando _ O que eu perdi?

_ O discernimento. Onde já se viu? Me abandonar num hospital pra sair vadiando _ respondi fingindo estar brava vendo os dois me olhar assustados, depois de alguns segundos com a tensão dos dois exalando eu não resisti e cai na gargalhada _ Fala sério, gente... eu não sou tão ruim assim. Sou? _ questionei duvidosa de mim mesma.

_ Eu não sei o que dizer… _ o doutor respondeu ainda envergonhado
Só agora me dei conta que não sei seu nome, será que ele me disse em algum momento que não me lembro? Tanto faz … não sei o nome do meu motorista que trabalha pra mim a anos, quem dirá um conhecido de dois dias

_ Não diga nada, bobinho. Desde que nada interfira na competência da minha assessora eu não vejo problema nenhum que ela se divirta.

Observei Gisele sorrindo de orelha a orelha e revirei os olhos. Normalmente não sou do tipo sentimentalista, mas de certa forma essa noite aqui até que me fez bem. Não durmo tranquila assim há anos. São raras as noites que não tenho pesadelos com trogloditas tentando me matar e essas raras são tomadas por sonhos com Eric.

_ Bom, eu preciso ir. Outros pacientes me esperam. Se alimente bem e eu volto para dar alta.

_ Sim, doutor _ fiz continência observando sair.

_ Quem é você e o que fizeram com a verdadeira Helena Fernandes? _ Gisele perguntou boquiaberta e eu apenas revirei os olhos dando de ombros e segui até o banheiro

Gisele havia trazido tudo que precisava, fiz minha higiene, tomei uma ducha morna e me vesti. Quando saí, me sentei na poltrona para tomar o café da manhã que a enfermeira havia acabado de trazer.

Observei ela balançar as pernas como sempre faz quando quer tagarelar pra contar alguma coisa. 

_ Quer me contar como foi com o doutor? _ perguntei torcendo pra ela dizer não.
Antes de terminar de falar ela já estava se derretendo igual manteiga em frigideira quente.

Droga… já vai começar a falação

_ Ainm… Ele é tudo de bom… Romântico, carinhoso, divertido e super educado… _ revirei os olhos e continuei comendo devagar enquanto ela tagarelava sobre a noite incrível que teve. Me sinto bem por ela e por saber que meu empurrãozinho acabou dando certo.

_ Marcaram outro encontro?

_ Ainda não. Mas ele prometeu que assim que souber sua escala vai me ligar pra gente combinar algo. Eu também não insisti, nossa vida está tão louca ultimamente…

ACORDO BILIONÁRIO Onde histórias criam vida. Descubra agora