CAPÍTULO 34 (ERIC)

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Acordei sentindo a ausência do calor habitual da minha tigresa sobre mim. Tateei ainda sonolento as mãos sobre a escrivaninha em busca do meu celular e assim que consegui encontrar, chequei as horas, me recordando que ela já havia me informando de uma reunião com um fornecedor.

Fiz minha higiene matinal e resolvi descer pra tomar café antes de me arrumar. Com um pouquinho de sorte, ainda daria um beijo na minha esposa antes de sair.

Escutei logo em seguida a campainha tocando e não me importei em saber quem era, já imaginando ser Gisele e apressei o passo.

_ Você só pode estar louca, garota! Eu não roubei nada de você _ ainda no quarto escutei minha tigresa com a voz alterada.

_ Eu já sei que você planejou tudo, só pra tirar o Eric de mim e ainda por cima me tomou nossa sementinha _ Merda! Eu conheço a dona dessa voz. Passei pela porta apressado seguindo pelo corredor em direção as escadas

_ Garota, você está se escutando? _  Eu te ajudei quando você estava na merda por causa de um cretino filho da mãe e agora você entra na minha casa com acusações infundadas? Você precisa de um psiquiatra urgente. Saia da minha casa! _ Helena respondeu me fazendo questionar de que poderia ser essa ajuda, logo me recordando do ocorrido no estacionamento do hospital

_ Cretino filho da mãe que você não perdeu tempo pra abrir as pernas na primeira oportunidade _ paralisei no topo da escada ao perceber que havia algo errado nessa conversa. Isso não parece ser sobre a tentativa de sequestro

_ Não sei do que você está falando

_ Não se faça de desentendida agora, Helena. Isso não faz o seu tipo. Eu quero minha filha de volta _ Marcela exigiu.

Filha?

Desde quando Marcela tem filha?
Decidido a entender o que estava acontecendo desci as escadas, mas nenhuma percebeu minha aproximação

_ Você sabe exatamente como as coisas funcionam. Procure a diretora da fundação e abra um processo. É um direito seu

_ Ótimo!  Aproveite seus últimos dias com o MEU homem, por que quando ele souber que você escondeu NOSSA FILHA…

Por alguns segundos eu não sabia se ainda estava dormindo, se entrava em estado de choque ou segurava Helena que praticamente voou em direção de Marcela. Optei pela terceira opção, sabendo do que minha esposa é capaz de fazer quando estava nervosa.

_ Desgraçada _ tive que segurar firme com os braços ao redor de sua cintura enquanto seus braços e pernas se debatiam no ar.

_ Que porra tá acontecendo aqui _ exigi, querendo acreditar que o que Marcela acabou de dizer não passa de mais uma loucura da sua cabeça, como quando invadiu meu escritório. Senti Helena amolecer em meus braços e afrouxei o aberto

_ Nada amor _ Helena respondeu depressa girando o corpo pra ficar de frente para mim, forçando um sorriso enquanto envolvia as mãos em meu rosto  _ Só estou colocando o lixo pra fora _ deu uma piscadela e selou nossos lábios ainda ofegante.

Não precisei ser muito esperto pra entender que ela não queria que eu soubesse o que estava rolando alí. Mas sua atitude só serviu de gatilho pra minha curiosidade. Se essas duas me escondem um segredo e se eu tenho mesmo uma filha eu preciso saber a verdade

_ Não antes de me explicar, Helena _ respondi entre os dentes a encarando, sentindo meu corpo tenso _ Que merda é essa que eu acabei de escutar? _ seu corpo também enrijeceu e seus olhos marejados vacilaram pelos cantos da sala sem coragem de encontrar os meus.

Depois de longos segundos as duas permaneciam em silêncio. Meus olhos intercalavam entre minha esposa que parecia sem reação diante do meu questionamento, abrindo e fechando a boca várias vezes sem conseguir dizer nada e a loira que se levantava com dificuldade segurando a lateral do próprio rosto, percebi o quanto sua pele  estava vermelha e um pouco inchada.

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