ACORDO BILIONÁRIO

CAPÍTULO 7

_ Hela, acorda.
Abri os olhos um pouco zonza e vi Gisele parada a minha frente

_ Se me chamar de rainha dos mortos outra vez eu te mando direto pro inferno. _ bufei colocando o travesseiro do rosto.

Desde que assistimos o filme do Thor, essa garota não pára de me chamar assim. As vezes acabo não percebendo,as nos meus dias mais estressantes isso pode ser um gatilho enorme para uma grande explosão

_ Viu? Como admitiu seu poder de deusa do reino dos mortos? Mas olha pelo lado bom. No filme ela é irmã do Thor gostoso.

_ Eu faria aquele papel bem melhor e ainda agarraria Christopher Hemsworth no camarim _ debocho

_ Eu tenho certeza que sim _ Gisele parou pensativa e me questionei se disse algo errado _ Você disse que agarraria? Desde quando ficou safada assim?

Revirei os olhos e dei de ombros. Enrolei nos lençóis e fui para o banheiro. Depois de uma ducha gelada escolhi uma calça skinny preta, uma blusa de alcinha de seda também na cor preta, sobretudo e sapatos vermelho. Desci e encontrei Gisele me esperando para almoçar e ir para o hospital.

Seguimos todo o trajeto em completo silêncio até chegar na porta da sala de espera, onde Núbia já aguardava ansiosa por notícias. Arqueei a sombrancelha e comecei a caminhar de um lado para o outro da sala. Escutei a porta abrir e ergui os olhos em direção ao medigato que me avaliou no dia anterior.

_ Familiares de Carlos Fernandes?

_ Aqui _ respondi com o coração na mão engolindo seco

_ Olá, senhorita. Como se sente?

_ Eu estou extremamente ansiosa para que fale logo como Carlos está... e minha assessora alí _ aponto o polegar em direção a Gisele por cima do ombro _ pelo seu contato.

Observo seu olhar sedutor sendo lançado em direção a minha amiga que está mais vermelha que tomate maduro e sorri diabólica. Pigarreio e ele novamente volta sua atenção para mim

Exigi uma resposta urgente e ele começou a explicar que foram realizados todos os procedimentos necessários e Carlos ainda estava desacordado no intensivo pós cirúrgico, onde ficaria pelas próximas horas em observação para avaliações constantes dos sinais vitais e descartar possíveis complicações da cirurgia. Se a resposta for positiva e o quadro se manter estável, logo seria encaminhado para o quarto onde continuará tomando analgésicos para evitar as dores e possíveis desconfortos no peito e também iniciar as sessões de fisioterapia. A expectativa era de que Carlos pudesse acordar a qualquer momento 

_ Podemos vê-lo

_ Podem sim, um de cada vez. Porém ele ainda está desacordado.

_ Ok. Eu vou primeiro.

O médico acenou em concordância e estendeu o braço para que eu o seguisse. Andamos por um corredor branco e bem iluminado que fez meus olhos arder. Essa fotofobia ainda acaba comigo. Paramos em frente uma porta branca e estaquei com a mão na maçaneta. Respirei fundo sentindo uma lágrima solitária rolar em meu rosto

_ Se precisar de alguma coisa é só chamar _ disse antes de se afastar, percebendo que eu precisava daquela momento a sós
Aceno em concordância sem olhar pra trás. Engoli em seco e finalmente tive coragem de entrar. Senti um grande aperto no peito ao vê-lo tão vulnerável naquela cama de hospital. Caminhei lentamente até seu lado e peguei sua mão fria sentando ao seu lado. Talvez seja a primeira vez que nos tocamos assim desde que me entendo por gente.

_ Carlos _ sussuro com a voz embargada _ Por que você não acorda logo e se levanta daí, seu bode velho? Cadê aquele cara frio e destemido que eu conheço? Cadê o incrível presidente da maior multinacional do ramo automobilístico desse país? Cadê o homem de preto todo poderoso, hein? Acha que pode simplesmente cair duro e me deixar com essa bomba na mão? Pobre, sozinha e com uma dívida bilionária nas costas?