CAPÍTULO 41

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Não!

Não pode ser!

Isso não pode ser verdade!

Afrouxei o braço que mantinha sobre seu pescoço e saí com passos largos em direção ao jardim da casa. Depois de alguns minutos Carlos me alcançou.

_ Filha, eu posso explicar. Foi só sexo casual.

_ Minha mãe também _ retruquei

_ Eu nunca soube que tínha outra filha, muito menos que seria a Marcela. Pelo visto essas Bittencourt gostam de esconder os filhos dos pais _ argumentou, me fazendo rir com escárnio

_ E por que desenterrar essa história logo agora? _ questionei

_ A Melissa ficou desesperada que as pessoas descobrissem que o Gastão é o verdadeiro pai da Bella e por isso ela me procurou.

_ A vagabunda transou com o marido da mãe? Ela pelo menos sabia que ele não era o pai dela? _ isso ia além de tudo que eu pudesse imaginar.

_ Sim e não _ respondeu fazendo careta _ Ela transou enquanto estava drogada e depois nem lembrava como foi parar nua na cama com o pai

_ Ah, claro. Super normal _ ironizei _ Daí ela aproveitou a péssima memória pós droga pra achar um trouxa que acreditasse ser o pai da criança e arruinar meu casamento e agora que o idiota descobriu a verdade, a mamãezinha resolveu soltar a merda no ventilador só pra aliviar a consciência da princesinha mimada que é tão puta quanto ela, acertei? _ perguntei resumidamente só pra confirmar se ouvi mesmo aquela história absurda e nojenta

_ É quase isso _ rosnou contrariado revirando os olhos

Respirei fundo soltando o ar pela boca, na tentativa de controlar minha respiração desregulada com meu peito subindo e descendo rápido demais.

Com tanta gente no mundo, tinha que ser ela? Não podia ser alguém que não quer tentar roubar meu marido? Não podia ser uma Gisele da vida?

Definitivamente, isso só pode ser castigo…

_ O que pretendo fazer? _ perguntei apreensiva

_ Dizer a verdade _ elevou a cabeça respirando profundamente _ Quando coletamos as amostras, preferimos não contar a ela que eu poderia ser o seu verdadeiro pai. Ela só sabe que não é filha do Gastão. _ exclareceu

_ Eu não quero nenhuma aproximação ou qualquer discurso sentimentalista desse papo de irmãs. Eu continuo não tendo uma irmã. Caso venha a cogitar inseri-la na empresa, eu não admito favoritismo. Vai começar com cargo baixo e subir SE merecer, assim como fez comigo. A única proximidade que me interessa é Bella. Eu tenho uma carinho enorme pela minha sobrinha, mas dispenso qualquer vínculo com a mãe dela. Espero ter sido clara _ achei por bem colocar tudo em pratos limpos de imediato, não é um exame de sangue que vai me fazer irmã daquela puta sem classe.

_ Justo _ ficamos nos encarando por longos minutos até que me lembrei das pessoas que nos aguardavam dentro da casa. Sorri apreensiva levando a mão em seu rosto após constatar que possivelmente Carlos possa ter outros filhos espalhados por aí.

Envolvi meus braços em volta do seu pescoço e nos abraçamos carinhosamente por longos segundos.

Desde minha conversa com Hemera em solo italiano que vinha pensando na minha relação com o velho rabugento. A verdade é que eu era muito grata por ter sido tão bem acolhida em sua vida desde quando fui deixada a sua porta.

Carlos, apesar de não ter sido o pai super legal que me ensinasse a andar de bicicleta ou passeasse comigo de mãos dadas por aí em parques de diversões, sempre foi muito cuidadoso, atencioso, dava as broncas necessárias e elogios quando merecia, nunca me deixou faltar nada e sempre me insentivou a ser melhor. Graças a ele me tornei uma mulher determinada, temida, inteligente e independente.

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