CAPÍTULO 37

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_ Senhora _ uma das comissárias me chamou o atenção _ ergui os olhos ainda aérea e assenti para que continuasse _ Se não decolar-mos agora, não será possível cumprir o plano de vôo. Precisamos de sua autorização.

Olhei no relógio marcando 18:30 e mais uma vez percorri o olhar pela área de embarque a procura de um moreno sexy e elegante que estava me destruindo lentamente nos últimos dias

_ Podemos ir _ encarei novamente  a moça a minha frente que me retribuía um olhar de pena, aquele clássico "eu sinto muito", assentiu e seguiu para a cabine do piloto

Olhei uma última vez no celular na esperança de encontrar alguma notificação de mensagem ou uma ligação perdida e nada. Desliguei o aparelho e afivelei o cinto junto ao corpo na poltrona de couro confortável.

Se eu achava que aqueles 45 dias estavam sendo ruins, os últimos 5 foram um verdadeiro inferno.

Assim que saí da mansão de Carlos, ordenei aos funcionários que fizessem a completa retirada dos meus pertences do quarto do Eric.

Tomar a decisão de me afastar foi muito mais dolorosa do que qualquer outra que eu já tenha feito na vida. Sua ausência se tornou a pior tortura que já sofri. Dormir sem o seu cheiro e seus braços fortes me envolvendo parecia cada vez mais impossível. Evitei ao máximo ficar em casa, cada centímetro dela me fazia recordar nossos incríveis momentos de amor. Sentimento que eu já não sei se em algum momento foi recíproco. E quando era necessário voltar, eu me trancava imediatamente no único cômodo da casa que não havíamos feito amor.

Quando cheguei em casa no meio da tarde para me arrumar pra viagem, não esperava encontrá-lo em casa, muito menos acompanhado. Eu seria hipócrita em dizer que não sabia exatamente o que aconteceu naquela cozinha. Os dois estavam tão distraídos que sequer me viram chegar no exato momento que a loira virou a caneca mais do que o necessário entornando tudo pelo próprio corpo. Se eu não tivesse me sentindo tão magoada com os dois, teria caído em gargalhadas ao ver aquele marmanjo desesperado sem saber onde encontrar qualquer coisa na própria casa. Não que eu seja diferente. As vezes chega a ser ruim ter funcionários pra fazer tudo por você. Em momentos de emergência as coisas podem ser ainda mais desesperadoras.

Enfim, no momento que Eric me viu, seu desespero foi muito evidente. Eu não sei se ele tem algum sentimento amoroso por aquela vadia, mas eu sei que ninguém transa com a mesma pessoa por anos sem ter ao menos carinho pela outra.

Ouvir aquela clássica frase "não é o que está pensando" me fez sentir num déjà vu infernal, voltando à tarde do sequestro. O que me fez questionar se Giovanni ficaria sabendo de nossa presença no país.

Não quis prolongar um diálogo desnecessário e fui curta e grossa ao deixar claro que não seria feita de boba outra vez. Mas é exatamente como me senti nesse momento.

Boba!

Uma completa idiota!

Mais uma vez recebendo olharem pesarosos por ter sido abandonada sem explicação.

Mas dessa vez, eu estava decidida a não olhar pra trás. Eu iria esquecer que Eric existe e agir como a legítima presidente da CFT Company. Foi pra isso que decidi atravessar o atlântico, não foi? Eu faria aquele machista cretino perceber que uma mulher pode sim gerir com exito uma grande empresa.

Ciente que teria longas horas de vôo pela frente, destravei o cinto assim que a comissária autorizou, tomei dois comprimidos de calmante e me acomodei na cama, sendo despertada horas depois, quando faltavam algumas minutos para pousar na terra do amor. Grande merda…

_ Helena Albuquerque! _ ouvi uma voz rouca e sedutora chamando meu nome assim que pus os pés em solo italiano.

_ Olá, querido! _ retribuí seu sorriso tentando parecer o mais serena possível ao perceber quatro esportivos de luxo e três suvs a minha espera, uma delas certamente o motorista contratado para me acompanhar nos dias de permanência no país  _ Porque não estou surpresa com essa incrível recepção?

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