ACORDO BILIONÁRIO

CAPÍTULO 43 (ERIC)

Helena saiu da mansão Bittencourt em total silêncio, assim como ontem. Não quis interromper seus pensamentos distantes. Eu sabia que tinha algo a incomodando mas não queria pressioná-la.

Parei o carro na garagem e saí, dei a volta e abri a porta lhe dando a mão. Apesar de toda aquela pose de mulher independente, eu sei que ela gosta de me ver aos seus pés como escravo, tratando-a como uma rainha. E para mim é isso que ela é. Minha rainha.

Subimos de mãos dadas até a porta do quarto que Helena estava ocupando. Seu olhar percorreu meu rosto até encarar meus olhos atentos a cada movimento.

Eu passei dias me martirizando por ter ficado tão cego com a possibilidade de paternidade que não percebi o quanto a afastei de mim, descumprindo compromissos, deixando sempre nosso relacionamento em segundo plano, ignorei seu pedido de fazer o exame logo no início e o principal, não consegui cumprir minha promessa de não permitir que Marcela se metesse em nosso meio.

Como eu fui estúpido…

Deslizei minha mão pela pele macia do seu rosto percebendo o quanto meu toque ainda tinha poder sobre seu corpo e acabei deixando escapar um sorriso de satisfação.

Aproximei meus lábios dos seus e sussurrei em pedido silêncio de perdão antes de colar nossas bocas iniciando um beijo calmo e cheio de saudade. Senti seu corpo mais leve e entregue quando envolvi meus braços em torno da sua cintura.

Nos afastamos por falta de ar, Helena deu um longo suspiro e me encarou com os olhos marejados.

_ Não vai rolar _ engoli em seco sentindo um calafrio percorrer meu corpo ao ouvir suas palavras frias e firmes

_ O que? Não entendi… _ franzi o cenho a encarando confuso

_ Não vou pra cama com você. Nosso casamento tem prazo de validade e o melhor pra nós dois é nos mantermos longe um do outro _ Helena tentou me afastar, mas meus braços não se moveram ao redor da sua cintura

_ Amor, me perdoa _ implorei _ Eu sei que errei feio com você, mas eu não consigo mais viver sem você, sem seu cheiro, seu gosto, sua pele gostosa e até seu mau humor _ seu maxilar estava tão travado que pude ouvir seus dentes rangendo enquanto engolia em seco  _ Eu te amo e sei que você também me ama. Dá outra chance pra nós _ pedi sentindo meus olhos cheios dágua.

_ Eric, você não entende. Por mais que eu queira agente nunca vai dar certo. Eu nunca serei capaz de te fazer feliz de verdade _ seu olhar triste e dolorido me atingiu em cheio. Eu não conseguia compreender seus motivos de insistir num absurdo desse

_ Isso é absurdo, amor. Eu não consigo entender essa sua resistência. Você É a minha felicidade e eu não preciso de mais nada nem ninguém _ insisti

_ Agora, Eric. Você não precisa de mais nada agora. Mas vai chegar um momento que só o sexo não vai ser suficiente.

_ Do que você está falando? Você não é só sexo pra mim. Nós nos amamos.

_ Eric, naquele dia no parque, eu vi nos seus olhos uma felicidade que eu nunca serei capaz de te dar. E por mais que isso possa doer muito mais do que qualquer dor física, eu não posso ser egoísta e te impedir de poder ser feliz de verdade com uma mulher que vai te dar um futuro, uma família de verdade, os filhos que você sonha em ter.

Arfei passando as mãos no meu cabelo, recordando o dia que a deixei esperando por mim no restaurante. O fatídico dia que Helena nos viu juntos no parque e  resolveu desistir de nós depois de várias mancadas minhas. Eu já havia percebido o quanto me ver com Marcela e Bella havia te deixado abalada e vinha me culpando cada segundo desde o momento que a verdade veio a tona. Me amaldiçoei mentalmente por ser tão idiota