Foi terrível dizer aquelas palavras ao homem que amo. Mas eu precisava encontrar uma forma de afastá-lo até ter certeza que estaria tudo bem.
Quando senti o bebê se mexendo dentro da minha barriga, pensei que teria um colapso. Uma verdadeira dança de sentimentos rolaram no meu peito. Senti felicidade pela sensação indescritível que vivi naquele momento, senti pavor em constatar que havia uma criatura viva se remexendo dentro de mim, fiquei ansiosa em poder saber se estava tudo bem, confusa por constatar que todos aqueles exames e laudos não eram seguros como acreditei e acima de tudo tive medo de criar expectativas só pra depois sofrer com a perda.
E quando vi os olhos curiosos e preocupados de Eric sobre mim, precisei me esforçar para não revelar nada que pudesse criar expectativas nele também. Não suportaria a idéia de decepcioná-lo se a criança não fosse saudável ou não fosse capaz de resistir o período de gestação. Como o doutor já havia dito, não fazíamos ideia das condições que essa criança estava sendo gerada.
Apesar de tudo eu o queria. Eu precisava sentir seu toque, seu gosto e a saudade estava realmente me matando. Mesmo sabendo que poderia ser arriscado, eu me entreguei de corpo e alma a ele naquela noite, como aconteceu quando voltei da Itália. Novamente fizemos amor dentro de um hospital sem pensar em qualquer consequência ou se alguém pudesse nos ouvir
Quando o dia amanheceu, eu precisei encarar a realidade. Descido que aquele não era o momento de Eric saber a verdade, e por isso precisava afastá-lo.
No consultório da doutora sei lá o quê, uma mulher de meia idade, alta e magra, me explicava sobre o que vira em meu dossiê comparando aos exames laboratoriais que Nicholas havia solicitado, sendo bem clara ao dizer que diante do que pôde perceber, mesmo que eu fosse capaz de segurar a gravidez até o final, seria algo muito arriscado e não podia medir até que ponto as paredes ulterinas seriam capazes de suportar, devido a lesão de anos atrás.
Alguns minutos depois eu estava quase me afogando em lágrimas diante da imagem projetada no enorme telão a nossa frente. Senti como se fosse explodir a qualquer momento quando ouvi batimentos acelerados pelo auto falante da sala enquanto suas mãos ágeis conduziam o aparelho que deslizava pela minha barriga já aparente.
Com cautela a médica explicou que era uma gravidez de risco. O útero perfurado por uma bala de prata que não seria mais capaz de gerar uma criança, estava abrigando dois bebês crescendo
E se não bastasse a surpresa de estar realmente grávida de dois, a mulher ainda me surpreende ao constatar o tempo de gestação. Eu já estava entrando na décima sétima semana.
Porra…
São quatro meses…
Dois bebês crescendo dentro de mim…
Isso é insano…
Eu estava feliz, mas tinha consciência que ainda teríamos um longo caminho pela frente, e se quisesse tentar manter meus filhos bem e saudáveis até o nascimento, seria necessário muito repouso e cuidados redobrados com a minha alimentação e saúde. Nada de emoções fortes, atividades que exigiam esforço ou situações de muito estresse.
Além do mais, eu não podia fugir para uma ilha deserta, pois precisava de um monitoramento constante de um profissional da área e por isso teria que me manter na cidade pelos próximos cinco meses.
Saí do prédio convicta que faria o impossível para manter meu filhotes saudáveis e protegidos. Não podia esquecer o motivo de ter passado a noite numa cama de hospital. Tinha alguém tentando me matar e eu não podia arriscar.
Descidi manter o silêncio, mesmo que isso pudesse significar deixar Eric em pedaços pra trás. Foi difícil ser tão dura com ele. Podia jurar ter escutado o barulho do seu coração se partindo. Mas se tudo desse certo, ele ia me perdoar no final.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ACORDO BILIONÁRIO
RomanceEla, uma mulher inteligente e destemida lutando pela tão sonhada presidência de uma das maiores multinacionais do país. Ele, um jovem CEO bilionário que não se apega, vivendo uma vida desregrada de bebidas e mulheres. Um golpe... Um acordo... Lembra...