Capítulo 14

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Seth Blomwood

Ela está furiosa!

Sempre fui bom em ler as pessoas. Isso vai muito além de ler pensamentos, que para mim é muito mais fácil.

Entender e interpretar as ações, falas e jeitos de cada um é um trabalho complicado, mas que me tornei exímio ao praticar diariamente.

Minha metade é uma mulher que se priva quando o assunto é seu passado. A única coisa que conta com orgulho é ser italiana e uma ótima caçadora, nas suas palavras, perfeita.

Stella é atenta as coisas ao redor, e sempre provoca e zomba de tudo e todos. É despreocupada, por que sabe que ninguém chega aos seus pés. Mantém o queixo erguido para qualquer um, até mesmo meu pai que é seu Rei.

Isso atrai meu lobo de alguma forma. Ele gosta da forma como ela é prepotente, como abusa da soberania natural que exala junto do doce aroma de morangos.

Entretanto, há algo que a mexeu hoje.

Eu diria que foi a tapeçaria da sua família. A obra que captura toda sua árvore genealógica em traços delicados e belos em cada rosto. Quando vi seu olhar para a obra, não pude pensar duas vezes em comprar para ela.

É sua, afinal.

Mesmo com a obra salva e segura, Stella mantém uma Áurea assustadora rondando-a. Buscando um alvo para abater.

Minha mão permanece em sua coxa farta, acariciando tentando acalmar a mulher que contém fogo nos olhos.

Acompanhei seu olhar para a mesa do outro lado do salão.

A família Ricci é uma das mais ricas da Itália, conseguiram se reerguer em poucos anos atrás após decretarem falência. O patriarca sempre participava de festas da alta sociedade, seu filho e herdeiro tenta colocar o nome Ricci na Supernova a anos.

— Amore mio, não se estresse com o velho. Já disse que é só arrancar sua cabeça, é rápido e prático.

Trinco o maxilar semicerrando meus olhos para o homem ao lado de meu primo. Não convidei esse intrometido para minha mesa.

— O major me proibiu de matar as pessoas só por que as odeio. — ela bufa ficando com um leve bico nos lábios pintados de batom vermelho escuro. — Ele é um estraga prazeres.

— Estragar prazeres não é bem o que ele faz. — comenta com um sorriso malicioso nos lábios. Elli balança a cabeça sorrindo.

— Ja dormiu com o tio Arthur?

Vincent o olha e pisca um olho. Ele lambe seus lábios se aproximando mais de meu primo. Elli não recua apenas devolve o olhar malicioso do outro.

— Dormir não foi bem o que fizemos aquela noite. — seu nariz toca o do mais novo, os dois sorriem. — Está magnífico está noite, senhor Brandon. Na verdade, magnífico é uma palavra de proporção pequena para lhe descrever.

Elliot abriu a boca, mas nada disse. Apenas corou e bebeu um gole de bebida quando o outro se afastou sorrindo vitorioso.

Seus olhos se cruzaram com os meus, franzi o cenho quando balançou a cabeça para mim como um sinal. Suspirei entendendo.

"Seu primo é uma gracinha. Estou encantado." - ele olha para Elli e morde o interior da bochecha.

"Não lhe convidei para minha mesa, sabia?"

"Não?" – abriu a boca fingindo surpresa, depois rio baixo olhando de relance para Stella. Me segurei para não rosnar. — " Calma, lobo! Não vou tocar na sua companheira, não mais. Stella é importante para mim, só queria saber se você conseguiria lutar por ela considerando sua condição"

Entre Ruínas (Vol. 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora