Prólogo

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Stella Lancelotti

O vento batia com força contra meu rosto, indicando a velocidade com a qual eu me locomovia por entre a densa floresta. Meu corpo passa por entre as árvores com agilidade, desviando dos troncos e de qualquer coisa que pudesse me impedir de chegar até meu objetivo.

O ser nojento continua a correr para longe de mim, uma tentativa falha de tentar salvar a si mesmo das minhas mãos.

Ele se encontra sem saída entre uma montanha. Grande demais para subir rápido, e reta demais para ao menos tentar. Ainda por que seu corpo está fraco do sangue que perdeu e do veneno que enfiei nele a pouco tempo atrás.

Por que eles tem que ser tão burros? Não era mais fácil ficar e morrer logo de uma vez? Mas não, vamos fazer a Stella perder tempo e gastar a sola da Ankle Boot da Gucci que ela acabou de comprar.

Paro de correr assim que o demônio me olha enraivecido por perceber que não pode fugir de mim. O veneno esbranquiçado já escorrendo por entre seus olhos e nariz.

— Você corre bem — elogio pegando fôlego, com a arma engatilhada para sua cabeça — uma pena que não tenha conseguido fugir. Por alguns segundo até torci por você — sorri cínica, arrancando um rosnado assustador dele — calma, não fique nervoso — gracejo, fazendo bico nos lábios — é que geralmente os homens não fogem de mim. Fiquei levemente ofendida — Provoco mordendo o lábio inferior.

— Vamos destruir a Luz, me matar não mudará nada — grita em tom grosso com a voz falhando, cuspindo veneno.

— Não fale assim — murmuro abaixando a arma, fingindo indignação — Se acabar com a luz, como ficam as pessoas que trabalham nas companhias de energia? Você é a favor do desemprego por acaso?

O demônio continuou me encarando, a sobrancelha do corpo que está possuindo se levantou e uma expressão confusa se alastrou sobre sua face. Abri um sorriso colocando a mão no peito.

— Muito bem, não é por que é um demônio nojento que mata pessoas, que deve ser desinformado e ignorante — volto a sorrir mirando a arma para sua cabeça — agora diga: Stella é gostosa e eu pegaria ela se não fosse um demônio sugador de vidas — peço.

O demônio rosna perdendo a força nas pernas e tombando a minha frente. Dei de ombros.

— Isso serve também, adoro quando um homem se ajoelha para mim — revê-lo dando uma piscadinha.

O som do disparo da bala ecoou, o corpo grande e másculo do homem possuído caiu aos meus pés, enquanto uma fumaça obscura deixava seu corpo, desaparecendo.

— Você foi um homem muito bom antes de ser possuído. Espero que seu tormento tenha acabado e você possa ver sua família no paraíso — murmuro guardando a arma na cintura — se você encontrar a minha, diga que logo terei minha vingança.

Respirei fundo após mais um trabalho ter terminado, antes de eu ter o deslumbre da calmaria, senti um arrepio a minha direita, um demônio de sombra pareceu me jogando contra uma árvore.

Antes de bater nela, forcei meu corpo a desviar do impacto, caindo no chão agachada me levantando aos poucos de frente para a coisa. Respirei fundo me irritando ao olhar para meu ombro deslocado e perceber o rasgo na minha jaqueta Gucci Biker de Couro Plongé.

— Você rasgou minha jaqueta? — pergunto rosnando, colocando meu ombro no lugar — sabe quanto ela custou, criatura?

Antes de eu formular outra frase, o demônio sombra veio em minha direção, desvio do golpe arrancando minha espada das costas, ficando de frente para a coisa e pronta para qualquer ataque.

Entre Ruínas (Vol. 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora