Seth Bloomwood
Nós ainda estamos na casa dos meus pais. Stella não está se sentindo muito bem e pediu para ficar por alguns dias. Ela parecia meio cansada, pálida e respirava com um pouco de dificuldade. Ainda assim, tirava algum tempo para ir ficar com a minha família. Aurora simplesmente a adorava, já peguei as duas em seu quarto tomando chá com os ursos da mais nova.
Eu nunca poderia me imaginar vivendo isso. Aqui, deitado em nossa cama com minha alma gêmea em meu peito. Rindo de uma comédia romântica nem tão boa assim, mas que a faz gargalhar.
Stella não é o tipo de garota que eu imaginei que teria como alma gêmea. Eu pensava, nesta mesma cama em que estamos, que se eu pudesse realmente ter alguém, essa pessoa seria distante de mim. Ela me aceitaria, claro, mas viveria bem sabendo que eu não poderia sentir nada por ela. Provavelmente, eu a machucaria demais por não devolver seu amor, mas aqui estou.
Deitado com uma mulher que me disse que não nasceu para o amor, que não queria ser amada, mas faz carinho na minha barriga sempre que dorme comigo. Que mesmo com medo de que esse sentimento não seja real, se jogou comigo do precipício, sem se importar com a dor que poderíamos causar um ao outro.
Eu não esperava por alguém tão direta, cara de pau e provocadora. Stella me tirou da minha zona de conforto e colocou meu mundo de cabeça para baixo, e tudo isso por algo que nem tem certeza que é real.
Ela se jogou por completo na minha loucura e incerteza, como se não a atingisse como atinge.
Cada vez que pedia por alguém que me compreendesse e não se magoasse com quem eu sou por dentro, não era bem assim que eu esperava que fosse, mas eu amei que seja ela.
Depois de sentir toda dor da minha alma, os cortes constantes e abertos, a ardência, ela permaneceu, e nunca pôde ver o Seth de antes, o que não sentia nada, e que provavelmente a negaria quando seu amigo pediu isso a ele.
O que não lutaria por ela, por nós.
Aquele garoto que observava seus familiares encontrarem sua alma gêmea enquanto pensava na pobre coitada que estaria destinado a ele, se é que teria, nunca imaginou na maluca que estaria disposta a enfrentar toda a dor e incerteza junto com ele. Que desde o primeiro momento que se encontraram, conseguiu arrancar até mesmo a dor que ele carregava.
Céus, ele nunca poderia imaginar como é a vida sem aquela dor. Nem eu mesmo imagino mais como é sentir todos aqueles cortes de facas em mim.
E ela nem sabe que fez isso.
- Seth, meu deus! Você está bem?
Franzo o cenho assim que as mãos quentes tocaram minha bochecha. Stella sentou no meu colo com os olhos preocupados enquanto limpava minhas bochechas.
- Estou chorando? - questiono confuso, percebendo agora minha garganta irritada.
- O que houve, Mezzo? Non piangere, Mezzo... (Não chore)
Abri um sorriso para a linda pronúncia em italiano em seus lábios. Puxei sua nuca beijando em seguida, Stella apoiou a mão em meu ombro, mas por poucos segundos antes de agarrar os cabelos da minha nuca com força. Seu quadril se ergueu elevando sua coluna. Toquei meus dedos delicadamente em sua pele, sentindo- a arrepiar e aprofundar o beijo.
A deitei na cama sorrindo enquanto encarava seu rosto moreno e peito ofegante. Stella franziu o cenho engolindo em seco, com os lábios inchados e vermelhos. Senti meu coração gelar assim que percebi suas pupilas dilatarem e seu coração errar um batida, suas bochechas avermelharam e ela engoliu em seco.
- Você me ama.
Stella arregalou os olhos, eu tossi me afastando e sentando na cama. Eu não devia ter dito isso, droga.
- Eu amo... - sussurrou, franzindo o cenho com bochecha ainda mais vermelha. Abri a boca, sem saber o que responder. - Por isso está chorando? Pensou que eu não o amava?
- Não, não é isso. - balanço a cabeça tentando voltar a raciocinar. Ela toca minha mão, sinto sua pele quente e macia sobre a minha, e em instantes, me acalmo. - Eu estava pensando em algo que não te contei ainda e não sei, no passado. Acabei ficando emotivo, não sei. Eu vi suas pupilas dilatarem e percebi que talvez...
- Eu amo, Seth. Desculpa não ter falado, eu nem sabia que eu te amava até falar com o Senhor Evans. - Tagarela vindo se sentar no meu colo de novo, usando apenas roupas de baixo e um roupão. - Você está bem agora, Mezzo?
Respiro fundo encostando minha testa na sua, sentindo seu carinho gostoso em minha nuca e o calor de seu corpo no meu. Sorri admirando seus olhos café esperarem que eu respondesse com calma.
- Eu estou bem. Só estava pensando na minha dor que você sentiu por um tempo...
- Nossa! Nem me fala! - exclama com a face horrorizada. - Foi um sofrimento imenso. Eu nem consigo imaginar como é para você sentir aquilo todos esses anos e não estar agonizando em uma cama como eu fiquei.
- Acostumei com ela. - Murmurei abrindo um sorriso e a acolhendo no meu peito. Stella se aconchegou em mim. - Quando eu era criança ainda dava alguns gemidos de dor quando ela se intensificava demais. Minha mãe precisava tirar ela para que eu não morresse de novo.
- Por isso as mãos dela estão machucadas...
- Não se pode curar uma queimadura feita pela magia solar. - murmurei acariciando seus cabelos e sentindo o cheiro dos seus fios macios. - Eu costumo dizer que eu estou em um processo constante de Supernova, pronto para explodir e me tornar outro corpo. Acho que desde que te conheci, eu já explodi e me tornei outro Seth.
- E você gosta dele? - pergunta levantando a cabeça para me olhar nos olhos. - Eu acho ele uma fofura. - reviro os olhos segurando um sorriso. - Ele é muito atencioso com as pessoas, e são todas. Sempre para para dar atenção a qualquer um, independente de qualquer coisa. É muito protetor com sua família e amigos, e até com quem não é. Gosta de pratos feitos de massa, o que é perfeito já que é companheiro de uma italiana. Prefere doces a azedos, mas sempre aceita para não fazer desfeita com quem ofereceu. Gosto quando você está trabalhando e franze o cenho fazendo bico...
- Já chega. - Corto com as bochechas queimando.
- Gosto do seu novo eu, talvez porque não tenha conhecido o outro. Não avançariamos nessa relação se não fosse por ele.
- Como assim?
- Eu estava muito irritada e queria distância de você, por medo de mudar todos os meus planos e objetivos. Amar e me entregar a alguém não estava no plano. Se você não fosse esse Seth novo, acredito que nós dois estaríamos na mesma. Distantes.
- Ele teria respeitado seu desejo e se afastado. Mas você que ficou em cima de mim... - provoquei.
- Como? - Questionou ofendida se sentando novamente em meu colo.
- Ficava tentando me levar para cama. Faria o mesmo com ele. É uma pervertida.
- Ah é?!
Stella avança na minha boca, enquanto eu rio e aceito seu beijo de bom grado. Logo as roupas estavam no chão e ela estava encaixada em cima de mim. Gemíamos não conseguindo tirar as mãos um do outro. Nossos corpos se conectam perfeitamente, completos e feitos um para o outro.
- Sou a pervertida, mas nunca me parou.
- Talvez eu seja um também. - Stella sorri abertamente com os olhos de café brilhando. - Eu acho que também amo você...
Ela abre ainda mais o sorriso se jogando em cima de mim enquanto me ajuda a tirar o meu roupão. Sorri entre nossos gemidos, ganhando arranhões e mordidas pelo corpo. A deitei na cama e aumentei a força das estocadas. Beijei seu pescoço aspirando o cheiro gostoso de morangos, senti meu lobo se agitar com a vontade de morder ela, mas me mantive firme. Ela só será mordida quando a loba estiver aqui também.
Eu quero as duas.
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Entre Ruínas (Vol. 2)
Любовные романыE se seu companheiro de alma for o motivo da sua queda, você o aceitaria como seu? Após a última batalha contra as bruxas, os lobos se preparam para a nova guerra que é inevitável. Agora a luta é contra os demônios que anseiam a poderosa magia que o...