Capítulo 28

189 25 3
                                    

Benjamin S. Evans

Quando conheci meu marido e nossas almas se ligaram, eu sabia que uma grande provação estava batendo na minha porta. Eu não o amei de imediato, não. Mas eu sentia aquele aconchego, a segurança, todo aquele carinho e dedicação que ele transmitia para mim através de nosso laço.

Minha prova se deu naquela guerra. Quando conversei com a minha mãe e soube a verdade sobre os laços de companheiros. Quando recebi o desgosto do meu pai. Quando vi Steve parado, encarando a mim e a nosso filho juntos com os olhos brilhando de medo. Ele achou que eu fosse nega-lo. Obvio que achou.

Eu o reivindiquei, na frente de todos sem medo algum. Jurei a mim mesmo que nenhum dos meus filhos passariam por esse medo, e se acontecesse por infelicidade do destino, eu estaria ali para dar total suporte a eles.

Scott está diferente desde que conheceu Emma e os dois andam conversando. Mesmo sabendo da ligação, ainda parecem distantes. Conversando com ela vejo que está muito disposta a aceitá-lo. Ela gosta dele, está completamente atraída. O que não é surpresa, tenho filhos lindos e maravilhosamente bem educados.

— O que eu não estou vendo? — murmuro bebericando meu rum, sentado na mesa do escritório do meu marido.

A porta do escritório se escancarou e minha família inteira entrou, os três com os rostos formando uma careta desgostosa. Manhosos, todos os três. Abri os braços recebendo todos apertados, ganhando um beijo na bochecha de cada um. Meu bebê aceitou meu colo, meu mais velho se jogou no sofá com um bico imenso nos lábios, meu marido apoiou a cabeça no meu ombro usando meu cheiro para se acalmar.

— Quem eu tenho que matar? — brinco beijando sua testa. Steve resmunga me abraçando mais, mas o leopardo começa a falar nomes e mais nomes. Eu acho que são nomes já que ainda tem um pouco de dificuldade na fala. — Certo, certo. Que lista imensa.

O bebe abre um sorriso e pede para descer correndo para seu canto com brinquedos e esquecendo que me mandou matar meia dúzia de pessoas. Abraço o lobo adulto e emburrado encarando nosso filho mais velho ainda jogado no sofá.

— Estão me assustando. Vocês não são de ficar calados. O que houve?

— Fomos humilhados na frente dos nossos guardas. — respondeu me abraçando mais.

— Deixa eu adivinhar. Stella? — Steve concordou com um murmuro. Ri baixo beijando seus cabelos. — O que ela disse? Foi tão ruim assim?

— Ela disse que somos acomodados, papai. A-co-mo-da-dos! Dá para acreditar? — responde meu filho se sentando sobre as pernas no sofá grande. Abri um sorriso respirando fundo. — Ela disse que os nossos melhores guardas são zombados pelas sombras. Disse que estamos matando nosso povo e que estamos prejudicando Seth, porque todos vão morrer e ele vai ter que lutar só com ela. Aquela metida.

— Stella é companheira do Seth, é normal que se preocupe com a segurança dele e ela não parece ser do tipo que amacia o ego de alguém, só foi dura com as palavras. Não levem para o pessoal. — Steve resmunga me apertando mais. Rir vendo meu filho tombar o corpo no encosto do sofá de novo. — Estão assim por que acreditam nela, não é?

— É tudo verdade, bebê. — Afirma, tirando o rosto do meu pescoço. — Nossos guardas estão atrasados. Nosso treinamento é melhor que de muitos sobrenaturais por aí, mas não é nem perto o suficiente para deter tantas sombras.

— Então usem isso como uma critica construtiva. Vocês são Evans. Vão encontrar um jeito de resolver isso.

Eles respiraram fundo e assentem para mim. Steve me da um beijo rápido e se junta ao mais novo que atacou um brinquedo na sua perna para ter atenção do pai. Me sento do lado do lobo alfa largado no sofá e o puxo para deitar entre minhas pernas com a cabeça deitada no meu abdômen e seu corpo virado para cima.

Entre Ruínas (Vol. 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora