21° capítulo - Guerra

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As 3 pessoas que vieram com a gente passam em nossa frente e nos dão cobertura, havia muitas pessoas por todo lugar, era como se tivéssemos em uma batalha, um bando de frente para o outro. Eu, Cleo e Billie ficamos atrás de uma árvore, ainda dentro da mata, observando por onde iríamos começar.

-Meu pai está atrás do bando e meu irmão está no meio do tiroteio. - Digo me virando para Billie. - Eu posso passar despercebida por dentro da mata até chegar do outro lado, que é onde está meu pai.

-Você e Cleo vão até seu pai, eu vou mandar darem cobertura. Não atirem, não podem saber do que estamos fazendo. - Billie fala enquanto olha em volta.

-O que faço quando chegar lá? - Pergunto chamando sua atenção.

-Assim que eu ver que vocês já estão lá, irei juntar todos e fazer com que o tiroteio fique mais forte para que você consiga fazer seu pai de refém. - Billie diz confiante.

-Precisamos ir, eles estão avançando! - Cleo diz pegando em meu braço.

-Ei, cuidado! - Billie chama nossa atenção.

Começamos rodear a mata para chegarmos do outro lado, os tiros passavam muito perto, mas por sorte, conseguimos chegar na metade do caminho sem que ninguém visse. Agora tudo piora, pois vamos entrar na parte do bando de meu irmão e não sabemos se tem pessoas dentro da mata. Com cautela, eu e Cleo andamos rápido pela escuridão do local, só conseguimos ver as balas atravessando do outro lado e é isso que nos guia para sabermos onde tem pessoas ou não. Paro assim que avisto meu pai de costas, concentrado na mira de sua arma, e ele não estava sozinho, tinham 2 pessoas ao seu lado atirando contra os nossos. Espero que Billie dê conta de que já estávamos prontas, até que vejo o bando de Billie se juntar e mais pessoas saírem de dentro da mata, todas as pessoas começam atirar sem dar pausas, consigo ver pessoas do bando de meu irmão caindo mortas, e dessa vez nós estávamos com a maior força.

-Puta que pariu! - Cleo diz baixo ao meu lado.

Vejo que as 2 pessoas ao lado de meu pai não iriam deixá-lo sozinho.

-Eu pego o da direita. - Cleo diz ao perceber no que eu estava pensando.

-Acha que conseguimos? - Pergunto.

-Veremos... - Cleo fala apontando sua arma para o alvo.

-Já! - Digo disparando um tiro no homem da esquerda.

Meu pai vira imediatamente para trás, se deparando comigo e Cleo apontando uma arma para sua cabeça. Chego mais perto dele e encosto minha arma em sua cabeça, ele parecia surpreso.

-Anda, agora! - Digo fazendo com que ele fosse para dentro da mata.

-Meddylin, isso não vai dar certo. - Meu pai diz.

-Acho bom você andar logo, se formos descobertas eu estouro seus miolos, estuprador de merda! - Digo furiosa.

Ao ver que eu já sabia sobre o estupro, meu pai faz o que foi mandado. Faço ele apressar o passo enquanto pressiono a arma em sua cabeça. Cleo direcionava meu pai até o lado de nosso bando, enquanto eu estava atrás dele assegurando que ele não fugiria. Passamos para o nosso lado, agora está tudo mais seguro mas o tiroteio continua, consigo ver pessoas do nosso bando mortas pelo chão, mas garanto que o bando de meu irmão está fudido.

-Pega esse filho da puta e mantém ele preso até acabarmos com isso tudo. - Digo para um cara do nosso bando.

O homem chama mais 2 pessoas ali perto e pegam meu pai as forças, ele não diz nada e apenas aceita tudo que estava acontecendo. Enquanto vejo meu pai sendo levado para dentro da mata, sinto a raiva tomar conta de mim, olhei nos olhos do homem que eu mais confiava no mundo, seu disfarce caiu para mim.

-Onde está Billie? - Pergunto.

Cleo faz um gesto com a cabeça na direção em que Billie estava, rapidamente entro no meio do bando tomando cuidado para não ser atingida.

-Ele está com a gente. - Digo falando perto do ouvido de Billie, já que o barulho dos tiros era alto.

Billie pega em meu braço e me puxa para trás do bando, eles vêem e se juntam para nos dar cobertura.

-A polícia está em nossa cola. - Billie fala chegando mais perto. - Eles estão aqui por perto, procurando um lugar para entrar e acabar com isso.

-O que vamos fazer? - Pergunto.

-Seu irmão já percebeu que pegamos seu pai, provavelmente ele vai recuar, e quando ele fizer isso, a polícia vai ganhar vantagens e nossa guerra será com eles.

-Não dá, já perdemos muitas pessoas e não conseguimos ganhar uma guerra contra a polícia! - Digo.

-Poderíamos recuar primeiro, sendo assim, a polícia iria atacar o bando de seu irmão e a gente daria o fora dessa merda.

-E por que você ainda não deu a ordem para recuar? - Pergunto furiosa.

-Porque não sei se daria certo, Meddilyn. E se recuamos e a polícia atacar a gente? Só para te lembrar, nós somos as fugitivas e eu sou a pessoa mais procurada da porra do país.

-Então vamos fugir agora! - Digo enquanto puxo Billie para mais perto. - Eles querem a gente, eles não vão conseguir entrar no meio de uma guerra entre dois bandos. Dê ordens ao seu bando de não deixarem o outro recuar.

Tiro minha atenção de Billie quando paro de escutar tiros.

-Caralho, estão recuando! - Billie diz me puxando forte para dentro da mata.

Puxo Billie para o lado oposto do que estávamos indo quando vejo policiais  pulando das árvores e começando a atirar na direção do nosso bando. O tiroteio começa novamente, desta vez mais intenso, estavam saindo policiais de todos os lugares, já estávamos cercados sem sabermos.

-Não importa o que aconteça, me siga e se eu for atingida, ou sei lá, não pare! - Billie diz parando de correr e pegando em meus ombros para me fazer prestar atenção.

Concordo com a cabeça e voltamos a correr, fomos as primeiras a perceber o que estava acontecendo, sendo assim, tivemos chances de escapar. Tiros são dados em nossa direção, mas param assim que quem estava atirando foi atingido. Corremos pela mata até chegarmos na rua principal, não parecia ter policiais por ali, ainda não. Billie para de correr e encosta em uma árvore, parecia tão cansada quanto eu.

-Joga a arma no chão. - Diz enquanto pega sua arma e joga disfarçadamente no chão. - Vamos pedir carona, precisamos sair daqui antes que comecem procurar por nós.

Faço o que foi pedido, Billie pega em minha mão e acena para um carro de passagem, o carro para e eu torço para que o motorista não reconheça a gente.

-Vocês estão bem? - O homem pergunta ao ver nossa situação.

-Estavamos numa boate aqui perto e começaram a atirar, fugimos por sorte. - Billie diz com a voz trêmula. - Por favor, poderia nos dar uma carona?

-Sim, entrem! - O motorista destrava as portas.

Eu e Billie entramos no carro e sentamos no banco de trás, o carro começa a andar novamente e pela janela consigo ver policiais com lanternas vasculhando a mata. Perdemos muita gente hoje, uns morreram e outros estão sendo presos nesse momento, estou preocupada com Cleo e com Kete, não sei onde meu pai foi parar e nem o que aconteceu com o bando de meu irmão, só sei que iremos dar um jeito nisso tudo, foi só a primeira guerra!

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