29° capítulo - Conversa

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-Ter pessoas ao meu lado ou fazer parte de uma família na qual tem um certo poder, nada disso me faz poderosa. Terei poder quando ele partir de mim. - Digo olhando para o homem.

Depois de minha fala, a sala ficou em silêncio, sentia o peso do olhar de cada um ali.

-Você está certa. - O homem encosta em sua cadeira e dá um trago de seu cigarro. - Você quer poder?

-De que me serviria? Eu não pretendo fazer parte de nada, eu só quero terminar o que comecei. - Digo.

-Você começou? - O homem me questiona.

Eu sei o que ele está fazendo, é um ótimo jeito de saber minhas intenções e como eu estou com tudo o que está acontecendo.

-Sim, Billie não teria começado nada sem mim. Não acho que ela não se vingaria, mas tenho certeza de que ela não ficaria satisfeita. - Digo convicta.

Billie observava minha conversa, parecia atenta em cada palavra que saia de minha boca.

-Você sabe que não terá mais volta, não é? Você pode até não querer fazer parte de nada, mas terá que viver escondida, terá uma vida miserável. - O homem diz ignorando a presença de todas ali, era como se naquele momento, só estive eu e ele.

-E o que você espera que eu faça? - Questiono.

-Vai me dizer que não gosta do que está fazendo? - O homem me pergunta.

Fico em silêncio por alguns segundos, penso por uma resposta mas nunca tinha parado para pensar no quanto eu estava gostando de tudo. Obviamente, eu não gostava da parte de estar contra meu pai, porém, gostava da adrenalina que sentia, gostava de fazer parte de algo, eu procurei por essa sensação a vida toda.

-Você tem que admitir, isso está no seu sangue. - O homem diz algo ao ver que eu não iria responde-lo. - Você só precisa ser esperta o suficiente para não ser uma filha da puta e para não se meter em negócios horríveis como seu pai e seu irmão.

Continuo calada e naquele momento, percebi que eu não me imaginava vivendo a vida que eu levava antes disso tudo, e o que eu queria que acabasse era toda essa guerra contra meu pai, e não, ter que deixar de viver o que eu estava vivendo. Olho para Billie que já me olhava como se soubesse tudo que se passava por minha mente.

-Meddylin sabe o que deve fazer, tenho certeza que ela fará uma ótima escolha. - Billie diz me olhando e dando um leve sorriso no final.

-Eu quero conversar com você. - O homem volta a olhar para Billie. - Hoje você me trouxe assuntos muito bons, acho que estou mais interessado do que deveria.

Billie olha para nós, rápido entendemos o recado e nos levantamos, vamos á caminho da porta e saímos, sigo Cleo e Kete até nossa mesa e nos sentamos. Estamos caladas, observamos as pessoas e o local enquanto esperávamos por Billie.

-Meddylin, vamos no banheiro comigo? - Cleo chama minha atenção.

Concordo com a cabeça e me levanto junto á ela, Kete parecia ter entendido que eu e Cleo precisávamos conversar, então nem questionou nada. Sigo Cleo até o banheiro, e por sorte, tinha poucas pessoas, entramos dentro de uma das cabines.

-Eu quero me desculpar por não ter falado com você antes. - Cleo diz parada em minha frente.

-Você não precisa se desculpar por nada. - Digo erguendo minha cabeça para olha-la.

-Eu cometi um erro, eu estava chapada e não pensei em nada. - Diz me olhando.

-Cometeu um erro? - Franzo o cenho. - Cleo, você não cometeu erro nenhum.

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