65. Estão com problemas, William ?

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Hailey

- Vamos? - meu irmão fala pra gente logo depois que voltou pra onde esperávamos.

Estávamos no hospital. Voltamos pra ver os resultados dos exames do Wade. E o médico explicou a situação.

Era temporário, podia durar algumas semanas, ou dias. Aquilo foi um alivio dentro de mim.

Mas ele teria que fazer um acompanhamento com o neurologista até lá. E dependendo por mais um tempo. O medico pediu que fizéssemos algunss exercícios mentais com ele periodicamente. Como fotos, conversas, mostrar lugares, qualquer coisa que estimulasse o cérebro dele a liberar as lembranças.

Deu alguns remédios que afirmou que conforme ele for lembrando das coisas, ele precisaria tomar devido a dor de cabeça que sentiria. Aquilo de alguma forma doeu em mim também. Mais dor. Mais dor do que ele sentiu.

Afasto aquilo de mim seguindo pra fora do hospital junto com os meninos. Sinto a mãe de Vinnie descer até a minha e ele entrelaça nossos dedos e eu o olho. Percebo pela forma que ele me olha o que ele quer dizer a mim. Vai ficar tudo bem.

Forço um sorriso ao mesmo que desce as mãos para minha cintura conforme seguíamos saindo do hospital.

- Você vai direto pra casa depois? - Meu irmão pergunta.

Eu apenas assinto quando pego a chave do carro do Jaden em mãos e vejo ele, a Clare e o Vinnie se afastar.

Depois de falar com o medico, eu liguei novamente para a mãe do Wade e expliquei a situação. Ela ficou em silêncio por alguns segundos, talvez assustada com a notícia. Mas, logo disse que ajudaria no que precisasse e concordou em ele ficar um tempo conosco. Tínhamos mais contato com a vida dele do que ela querendo ou não.

Ela pediu que eu levasse ele lá depois. Pra ela ver ele. Não tive como recusar aquilo. Mesmo que Wade tenha hesitado um pouco no começo.

Fomos praticamente o caminho em silencio. Wade estava ao meu lado encostado no vidro. Quieto. Não conversou muito hoje, nada que saísse do básico. Apenas um aceno com a cabeça como forma de bom dia pela manhã. Algumas perguntas sobre a mãe dele quando eu falei com ela. E algumas coisas sobre o médico.

Ele não queria muita conversa.

Eu não tentei forçar nada. Não puxei conversas que achei inadequadas para o momento. Eu sei que eu e os meninos deveríamos conversar com ele. Contar como eram as coisas, o que ele fazia, mostrar fotos e coisas parecidas, mas, ele não queria.

Ou se queria, não falava.

Acho que parte dele também tentava entender tudo o que tinha acontecido. Uma explicação. Por mais que eu soubesse, acho que eu não teria coragem de falar a ele. Ao menos, não agora.

- Posso ligar o rádio? - ele pergunta a mim diretamente. Sem emoção nenhuma. Talvez, uma proteção, uma segurança.

- Claro - assinto amigavelmente a ele que logo aciona o radio.

Ele coloca em uma radio qualquer. Mas, acabo sorrindo involuntariamente vendo ele tamborilar com um dos dedos na perna ao som de uma musica, que eu sabia que ao menos, quando sua memoria estava normal, ele gostava.

Não demorou muito tempo até que chegássemos a casa dele. Descemos e eu toquei a campainha e logo a mãe dele abriu. Por um segundo, ela olha com uma expressão muito preocupada para o filho, não era pra menos, ele não se lembrava dela, e levando em consideração os hematomas que ele estava, era obvio sua preocupação.

Mas logo ela sorriu pra nós dois.

- Que bom que chegaram - ela sorriu de orelha a orelha ainda sem tirar os olhos do filho - Arrumei algumas coisas pra gente comer. Venham.

Our Hate - Vinnie Hacker - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora