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Capítulo 18: O desabrochar da primavera de rosas cor de carmim.

— São três da manhã e você ainda não foi deitar? — Haseul perguntou, vindo de seu quarto. Parou no batente da pia, a fim de apanhar um copo d'água.

Dando-se conta que não estava mais sozinho, Mingi se apressou para secar suas bochechas molhadas, fungando ao mesmo tempo. Haseul sentou em sua frente na mesa da cozinha, o encarando como se aguardasse até ele começar a falar.

— Estou... esperando o San. Ele não voltou pra casa até agora — justificou sem estabelecer contato visual, sentindo que seus olhos vermelhos iriam entregá-los.

— San enviou uma mensagem no nosso grupo, avisando que estava bebendo com uns amigos da faculdade — Haseul proferiu, despreocupada. — Ele não saia com tanta frequência já faz bastante tempo... Estou um pouco aliviada que ele esteja se recuperando e tendo mais ânimo.

— Por causa do Chanhee, não é? — falou, acuado.

— Não só por causa do que aconteceu, mas... San tem se escondido mais e mais, como se ele não tivesse coragem de lidar com o mundo. Ele se encolhe no cantinho dele e fica lá torcendo para ninguém tirá-lo daquela zona de conforto. Esse é o San. Então é bom vê-lo se abrindo mais, saindo com os amigos e ganhando... brilho naqueles olhos cansados.

Era verdade. San era recessivo, ele não fazia questão de muito e era mais recluso do que a maioria das pessoas da idade dele. Se aventurar e construir novos relacionamentos atraía um considerável nível de dificuldade; ele até mesmo achava que sentia e pensava muito diferente do que era normal, vivendo fora da ordem.

Definitivamente, Mingi tinha que apoiá-lo. San merecia procurar por algo que houvesse mais compatibilidade com ele, encontrar um bom caminho para trilhar e ser bem afortunado por acontecimentos que o encheria de felicidade. Ele era só um garoto comum e era adequado que reconhecesse isso. Não era porque uma casa dependia dele, que também não podia ser um forasteiro de vez em quando. Esse detalhe, e os outros, não deveria ser capaz de segurá-lo.

— É verdade... Estou bem sabendo que ele está se divertindo com coisas normais de pessoas da nossa idade, e não só... preocupado com responsabilidades e se portando como se o peso do mundo inteiro estivesse nas costas dele. Espero que ele avance com cautela, apesar do entusiasmo.

— Mingi-yeh — Haseul chamou, esfregando um lado do rosto. — Deixando o San de lado, quer me contar o motivo para você não estar no seu quinto sono ou eu posso ir dormir?

Abaixando a cabeça, Mingi suspirou desanimado.

— Tem muita merda acontecendo — confessou sem pestanejar, em vista que, as palavras estavam pendendo na boca da garganta. Bagunçou os cabelos, atordoado. — E... e... você vai me chamar idiota se eu te contar especificamente o porquê eu estou chorando há duas horas.

— Bem, você chorou a noite inteira depois que San, você e eu assistimos A Bela e a Fera. Você também chorou muito quando brigou com o Keeho, daquela vez que ele foi viajar com a família do Intak e não te convidou. Nisso, vocês ainda faziam tudo juntos e a sensação da traição te derrotou — ela dramatizou teatralmente, arrancando uma risada abafada. — Você é muito sensível, Mingi. Mesmo que finja que não, mesmo que possa quebrar qualquer um na porrada, é quem você é. Isso não te faz menos forte, no entanto.

Mais uma lágrima raspou as bochechas de Mingi, e ele raspou alguns dedos sob um hematoma a fim de se livrar da umidade em sua pele.

— Eu não estou conseguindo conciliar a faculdade com a minha... "nova vida" — relatou com desgosto de si mesmo, fungando e derramando mais lágrimas silenciosas. — Keeho está tendo mais problemas em casa que o normal, porque agora o foco está todo nele. Eu sinto que minha família realmente me abandonou, sabe. Eles têm o meu gêmeo, então não precisam de mim e... e eu queria muito não me importar, mas eu não posso lidar com o fato de que meu irmão está infeliz por minha culpa, por causa da minha rebeldia.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora