✖️47 (Fim parte 1/2)

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N/I

Lembram que eu disse que seria o fim? Então, é o fim, mas eu sou exagerada e esse capítulo ficou gigantesco, então eu dividi em duas partes. Devo postar a próxima amanhã. Enjoy!

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Capítulo 47: O garoto de Namhae (Fim parte ½)

Choi San continuava sentindo que seu coração estava batendo fora do peito. Era tão alto, tão desesperado, que sacudia o seu corpo. Suas mãos estavam sujas de sangue. Nem uma única lágrima escorria de seus olhos; as engrenagens de seu cérebro pararam. O mundo congelou ao seu redor. Ele estava trêmulo e sem chão. A dor se proliferou rapidamente em seu interior como se estivesse se contorcendo. Era mais do que ele, era maior do que qualquer sentimento que o castigou no passado.

— Em caso de falecimento, visto que o único herdeiro ainda é menor de idade, a empresa passa a titularidade para você, senhor Choi.

San estava cataléptico. Não encostou na xícara de café que lhe foi servida. Ele também não escutava nada, preso no mundo sombrio de sua cabeça. Havia um zumbido persistente em seus ouvidos como se estivesse em uma caixa de abelha. Seu rosto estava pálido e não exprimia nenhuma emoção. Haviam olheiras escuras abaixo dos olhos opacos. Seu olhar não tinha foco, não mirava lugar nenhum. Parecia que estava passando por uma experiência extra-corpórea. Nada sobre ele havia restado.

— Por que estamos falando sobre falecimento? — foi a primeira frase que San foi capaz de pronunciar desde sua entrada naquele escritório.

Encarou o advogado e aguardou uma resposta. Assim que não a obteve, agarrou sua bolsa e se levantou, prontamente se dirigindo à saída.

— Senhor Choi, você—

— Eu vim até aqui para discutir sobre a minha filha — San elucidou mórbido, segurando a maçaneta da porta. — E não sobre dinheiro — sua voz seguiu rouca e abafada. — Mande os honorários depois.

Concluindo aquele diálogo infrutífero, San saiu do escritório e entrou em seu carro após passar minutos intermináveis e silenciosos em um elevador dentro do prédio corporativo onde ficava o escritório do advogado que lhe foi indicado.

Em seu carro, ficou inerte por minutos incontáveis, novamente encarando lugar nenhum. Ele sentia que o seu fluxo emocional estava desordenado; ora sentia nada, ora sentia uma dor excruciante. San foi esvaziado e preenchido por um conteúdo que não nasceu com ele.

Escutou o seu celular vibrar no banco do passageiro. San recebia ligações o tempo inteiro, seja de sua irmã, seus amigos ou a família de Wooyoung. Até mesmo sua mãe resolveu estabelecer contato após tantos anos, mas San apostava que era por causa de dinheiro, então a ignorou e continuou se mantendo longe dela.

Ligações lhe causavam um pavor descomunal.

Ignorou a chamada e dirigiu até o hospital. Ele sentou em um dos assentos da sala de espera e percebeu que à sua frente, acomodada em outro banco, estava a sua sogra.

San evitou manter contato visual com ela e sua figura que apresentava uma inatividade anormal. Seu rosto estava livre de maquiagem, sua cabeça tombava contra a parede que sustentava suas costas e seus cabelos escuros estavam penteados para trás, suas roupas eram discretas. Ela parecia ter escolhido aquele lugar para tirar um tempo e processar o acontecimento mais trágico de sua vida.

Assim que notou San, ela se levantou e foi até ele, colérica.

— O que você está fazendo aqui? — ela esbravejou com a voz trêmula e embargada. — Como ousa aparecer aqui, seu desgraçado?

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora