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Capítulo 45: Todas as estações mudam.

Quando Wooyoung finalmente chegou em Pohang, tudo o que ele desejava era um abraço de San e uma cama para tentar dormir. Ele estava sendo afetado por todos os sintomas de estresse existentes; sua cabeça ameaçava explodir, seus músculos estavam tensos, o peito dolorido, tinha dificuldades para dormir, o humor era explosivo, o estômago estava irritado, ele se sentia deprimido e ansioso.

No entanto, foi surpreendido por um dos professores da instituição onde San estava morando, que alegou que ele pediu uma licença de cinco dias.

San não disse para ele que iria sair por cinco dias, muito menos que não estaria em Pohang. O plano era que ele ficasse por três meses seguidos, mas algo o fez mudar de ideia. Wooyoung até conversou com os colegas de quarto dele, que informaram que ele não levou muito de seus objetos pessoais, apenas uma mochila com roupas, documentos e dinheiro. Perguntou se ele estava se comportando estranho e os rapazes disseram que não. Viram-o chorando uma vez atrás da quadra, após a notícia da morte de um amigo próximo, porém, San se recompôs rápido e retomou as atividades normalmente antes de pedir a licença.

Saiu do prédio discando o número do celular de San. Apenas chamava e chamava, sem retorno. Wooyoung começou a ficar mais aflito. Quando encontrou Yeonjun o esperando do lado de fora, fumando um cigarro, seus olhos estavam vermelhos e anunciando sua desordem mental e emocional.

— Cadê ele? — Yeonjun perguntou, dando um último trago e descartando o cigarro.

Assim como o seu irmão, ele estava visivelmente exausto. Estavam correndo de um lado para o outro há dias sem parar, além de estarem sendo afetados por diversos fatores subjacentes à atual situação.

— E-eu... eu não sei — a voz de Wooyoung embargou na garganta. — Ele não está aqui, não está em lugar nenhum e não atende minhas ligações.

Durante a viagem de carro até Pohang, Wooyoung contou absolutamente tudo o que estava acontecendo para o seu irmão. Desde os detalhes mais ínfimos até os mais alarmantes. Yeonjun não teve muita reação inicialmente, ele ficou chocado e perguntou algumas inúmeras vezes porque Wooyoung nunca contou nada antes, porque nunca pediu por ajuda. Mas, honestamente, ele reconheceu que casos como aquele exigiam mais coragem do que racionalidade de fato. O que Wooyoung e os outros rapazes possuíam não eram provas o suficiente para incriminar nenhuma pessoa. Era uma tortura no campo psicólogico que transladou para o âmbito físico de modo cruel.

— Para onde ele iria? — perguntou, observando Wooyoung caminhar de um lado para o outro, atordoado. — Você tem alguma ideia? O que o fez sair daqui sem falar com você?

— Chanhee, talvez? — penteou os cabelos para trás. — O professor e os colegas do San disseram que ele entregou um pedido de licença, organizou uma bolsa com poucos itens e saiu sozinho.

— Ele pode ter sido ameaçado, pode ter saído voluntariamente... O que não faz sentido é ele não falar com você.

Wooyoung sentiu estar à beira de um colapso. Sacou uma cartela de cigarros e fumou um, em silêncio, buscando se acalmar e não sucumbir a ansiedade. Ele ficou irritado um tempo depois e socou um poste a fim de descontar sua frustração. Se San estivesse com Chanhee, era difícil prever para onde eles foram e porque San iria voluntariamente, visto que os dois não estavam em bons lençóis. San nunca abandonaria Wooyoung, ele jamais iria sumir sem dar ao menos satisfações e encerrar o relacionamento devidamente. Ele não era irresponsável a esse ponto.

Assim que terminou de fumar, sentou na calçada e escondeu o rosto entre os joelhos. Ele não sabia o que fazer ou para onde ir. Se viu sem rumo e profundamente preocupado, se perguntando se teria que se preparar para conceber outra tragédia. Não demorou para que ele começasse a socar a calçada com os punhos fechados. Yeonjun notou que ele estava no limite, que ele também não suportava mais. Wooyoung não era do tipo que chorava quando se sentia mal; ele ficava com raiva.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora