✖️8

885 118 431
                                    

Capítulo 8: Rum Sunshine

O teto estava se movendo, ou Jeong Yunho estava se mexendo e não havia se dado conta disso.

Pestanejou e esfregou os olhos, erguendo o tronco lentamente com a sensação de que seu estômago estava processando algo para logo ser jogado para fora. Quando veio, subindo pela garganta, correu sem pensar para onde ir, empurrando as portas até enxergar uma privada. Jogou tudo para fora até que terminasse, abraçado pateticamente a latrina como se sua vida dependesse disso.

— Bom dia, garotão. Parece que você acordou bem disposto — uma garota desconhecida lhe sorriu achando graça do seu estado latente de sofrimento, achando que sua cabeça iria para os ares a qualquer momento. — Toma isso. Vai ajudar... ou sei lá — era um copo d'água e um comprimido.

Não era muito aconselhável que ele aceitasse medicamentos de estranhos, porém, estava desesperado para fazer o seu corpo voltar ao normal. Não era a primeira vez que ele bebia. Fez isso uma vez na adolescência com Yeosang, roubando a dispensa de vinhos de seu pai no sótão, e outra vez com os trainees de sua antiga agência, também escondido. O que acontecia era que ele viu em muitos doramas que uma boa bebedeira poderia ajudar com um coração partido.

— Ei, onde está o Song Mingi? — Yunho perguntou para a garota assim que bebeu o remédio e esfregou sua boca com água da pia, checando o aspecto horrível do rosto no espelho. Fez uma careta, e prosseguiu: — Aliás, obrigado pelo remédio.

— Você é um fofo. Se fosse mais novo, com certeza ia dar em cima de você — ela brincou e começou a andar para fora do campo de visão de Yunho, que ponderou se estava ou não em uma situação de sequestro. — Bem, não tem cordas nos seus pés, então você pode atestar por si mesmo onde ele está — como se ela lesse sua mente, zombou, saindo dali.

Sem alternativa, descalço, Yunho andou pela casa estranha, de aparência simples, apesar de ele sinceramente não achar que aquilo era muito diferente dos dormitórios da empresa onde ele vivia. Talvez um pouco mais humilde. As paredes tinham rachaduras e mofo, porém tudo estava limpo e em pé.

Chegou no que palpitou ser a sala da pequena moradia. Checou os arredores com curiosidade até pousar sua atenção em Mingi estirado em um sofá menor do que ele, torto como se estivesse morto. Achou engraçado, então começou a gargalhar até começar a ter enjoo de novo e Mingi fazer menção de que estava despertando.

— É bom ver você — Yunho disse com um sorriso suave nos lábios, conforme assistia os olhos pequenos de Mingi brigarem com a claridade adentrando as janelas com as cortinas abertas. — Pode me contar para onde você me trouxe?

A esteira que cumpria com o raciocínio dentro da cabeça de Mingi demorou para começar a rolar. Funcionou precariamente. Primeiro lembrou que estava em casa... melhor, na casa de Choi San, seu melhor amigo. Depois, que Yeosang lhe deu o maior fora da história e o deixou chorando em um restaurante chique cinco estrelas Michelin que não tinha mais um puto no bolso pra bancar e, por fim, que saiu para beber com um garoto desconhecido e trouxe ele para dormir consigo quando estava totalmente alcoolizado.

Quando se atentou a sua aparência novamente, como se sua mente estivesse rebobinando e recuperando memórias, se arrependeu por não ter beijado.

O sorriso dele era doce e ele tinha uma energia tão leve, que Mingi se sentia flutuar. Acabou o acompanhando, um esticar fez cócegas no canto de seus lábios até suas bochechas serem espremidas já que foi demasiadamente afetado pelo contágio da alegria alheia.

— É, parece que eu te trouxe pra casa — Mingi respondeu, erguendo-se do sofá com um pouco de dor de cabeça. — Como será que chegamos até aqui? Estávamos podres ontem.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora