GOOD BOY GONE BAD | WOOSAN

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Capítulo 26: Vivendo em dois mundos sem pertencer a nenhum.

San detestava a bagunça que sua vida havia se tornado. Certamente suas escolhas tiveram grande contribuição para que ele terminasse tão miserável, no entanto, ainda assim, não se via disposto a suportar o peso que se acumulava em seus ombros sem que seus joelhos não terminassem cedendo.

Ele cochilou um pouco dentro do abraço de Wooyoung, sendo acalentado pelo perfume e o calor dele. Apreciava o fato de ter tanta sorte ao ponto de conquistar pessoas e mantê-las ao seu lado, principalmente nas crises, e confessava que ter o outro ali consigo diminuía o impacto que cedo ou tarde iria arrastá-lo para o buraco.

Era o início da manhã onde os pássaros cantam enquanto voam livremente nas proximidades das janelas de seu quarto. A claridade entrava timidamente pelas frestas das cortinas e carregava uma refrescância incompatível com o aperto no peito de San. Ele queria continuar deitado e imóvel, porque tinha a impressão de que quando se movesse, seus problemas iriam despertar também.

Voltou-se para Wooyoung que dormia profundamente, sem desfazer o nó que criou com os braços em torno de San para mantê-lo acomodado em seu peito.

Wooyoung era perfeito. Ele era lindo. San ficou boquiaberto por um instante, dando-se conta do quanto não fazia sentido alguém como ele olhar para si. Sua pele dourada era reluzente, suas proporções eram suaves e delicadas, seus lábios grandes carregavam um sorriso grande e cheio de dentes alinhados. As pintinhas espalhadas por sua derme lhe serviam como um charme adorável e, ao mesmo tempo, sensual, e os cabelos negros despontavam no travesseiro vestido com uma fronha azul, ainda assim, o escuro encontrando destaque, brilhosos, sedosos e um pouco ondulados, completamente desgrenhados.

O coração de San acelerou. Ele se desvencilhou da cama e bateu as costas na parede, abraçando os joelhos e se esforçando para recuperar o fôlego. Seus olhos marejaram e um nó formou-se em sua garganta apertado como se fosse lhe arrancar o ar. Apoiou a testa nos joelhos dobrados e tentou conter o pranto iminente. Quer dizer, por que ele estava chorando? Por que apenas olhar e velar o sono de Wooyoung deixava o seu emocional tão inconsistente?

Talvez fosse o conjunto inteiro. Sendo a pessoa mais inimaginável para se ter apoio, Wooyoung o acompanhava na maioria dos seus dias recentes mais difíceis. Ele o acalmava e cuidava dele, e agora ele tinha conseguido que parasse de chorar para dormir um pouco.

O sangue de San correu quente e ele ergueu só um pouquinho a cabeça para espiar o rapaz que estava ameaçando lhe causar um ataque cardíaco. Piscou e algumas lágrimas escorreram por suas bochechas avermelhadas e quentes. San nunca se sentiu assim antes, ele nunca se sentiu arrebatado por um sentimento tão forte e isso era assustador.

Ele concluiu que nunca amou antes. Achou que amava Ryujin, fingiu gostar de outras garotas no colégio e fora dele, mas sequer se viu engajado para procurar por um relacionamento. Ninguém causava um terço do que Wooyoung proporcionava com o seu jeito brilhante e aura deslumbrante, como se, enquanto estivesse com ele, ficaria bem.

San não se achava o suficiente. Wooyoung era majestoso, completo, ele era muito mais do que merecia. E sinceramente, ele ser um garoto não era mais relevante. San percebeu que se limitar a uma conjunção de gênero e um padrão social não valia de nada e Wooyoung era muito mais do que isso, ia além do seu sexo biológico. Ele era incrível e San estava encantado por causa dele.

Sentiu medo do suposto momento o qual Wooyoung iria despertar da paixão que ele criou a ilusão de ter. Sentiu medo de ser deixado quando já estava completamente entregue a ele. Temeu ser abandonado quando não se enxergava vivendo sem o som de sua risada, sem sua voz aveludada e sua persistência, sua teimosia e convicção admiráveis. Wooyoung era fiel a si mesmo ou estava começando a ser, e San o admirava.