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Capítulo 12: Os boatos sobre o Presidente e o jogador de hockey quebrador de corações.

San riscou um número e outro, e depois uma linha inteira, desistindo de ser bem-sucedido em seus cálculos contábeis domésticos frustrantes pra caralho. Abandonou com decepção a agenda de capa dura, cobrindo o rosto com as duas mãos e soltando um gemido atordoado.

— Estamos trabalhando só pra comer? — quebrou o silêncio interposto pela tensão pesando o ar, ralhando com frustração. — Estamos sustentando três crianças ou o quê? Não me lembro de ter tido filhos.

As noites voltadas à "auditoria" eram sempre as mais tortuosas.

— Bem-vindo ao capitalismo — Hanseul sorriu ironicamente, apesar de haver dor em sua feição, pressionando os botões da calculadora para conferir os números interpostos pelo seu irmão, nos registros mensais que produziam para ajudá-los a não perderem o controle das contas. — Temos que escolher entre pagar esse cartão de crédito ou... essa conta de telefone. Esse mês, não vamos comprar nenhum luxo no mercado... Teremos que ficar com o sabonete de glicerina mesmo.

— Ah! Por que temos que ser pobres? — San estava enlouquecendo, observando o seu dinheiro escoar como água entre seus dedos, sem valer nada. — Esse mês, você ficou doente no mês anterior, então tivemos gastos com remédio.

— Você gasta muito dinheiro com a manutenção da droga daquela moto. Eu já disse pra se livrar dela.

— Quando a gerente não quer os meus serviços no bar, preciso dar um jeito de ganhar dinheiro. Você sabe que nem sempre os negócios estão aquecidos e quase ninguém quer contratar estudantes. Quando querem, exigem um currículo quilômetro de qualificações sem noção que só ricos podem pagar pra ter!

— Oh, eu sei... Vou começar a rodar bolsinha — suspirou, pressionando os lábios. — Você pagou a energia esse mês?

San buscou em sua mente alguma memória referente àquela pergunta, não encontrando nada que fosse efetivo. Porém, não querendo preocupar a sua irmã, ele apenas assentiu e deu de ombros, despreocupado.

— E com isso, eu estou zerado e é apenas o meio do mês — concluiu ao finalizar uma conta, mostrando-a para Hanseul que riu com desespero. — Eu estava precisando de umas blusas novas... Aquele moletom que eu sempre uso está velho e surrado.

— Nós vamos comprar algo novo assim que o mês acabar — como uma boa irmã mais velha, Hanseul o confortou, acariciando os seus cabelos e depositando um tapa em seguida. — Não gaste tanto na lan house! Se você fosse um pouco controlado, poderíamos ficar sem nos preocupar com passar sufoco. Se alguma emergência acontecer, de onde vamos tirar dinheiro?

— A faculdade cobra mais do que eu e você ganhamos juntos, a sorte é que eu tenho conseguido uns trocados por fora, porque os clientes gostam de mim — justificou com amargor, coçando a nuca. — O serviço de delivery está em alta e... eu dirijo rápido. O lanche chega quentinho.

— Se cair de moto de novo só porque você é imprudente e tentou ultrapassar um carro, eu juro que vou sucatear aquela porcaria.

— Eu também adoro você, noona. Vou cuidar melhor de mim mesmo para não acabar com os braços ralados... Mas, deixando claro, a passagem era minha.

Tinha sido um acidente! San estava apenas trabalhando, e um motorista mal-humorado atropelou sua moto e a arremessou bruscamente no chão. Sua defesa foi que... não viu San ultrapassar, rápido feito um flash.

— Me coloquem na divisão dos gastos também, vou pagar no fim do mês... — Mingi surgiu com uma feição sonolenta e um bocejo alto, sinalizando que havia acabado de acordar. Espreguiçou e parou atrás de San, que lhe ofereceu sua xícara de café. — Estou quebrado.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora