✖️19

841 90 477
                                    

Capítulo 19: "E eu não quero que o mundo me veja, porque eu não acho que eles entenderiam. Você é o mais próximo que estarei do paraíso." — Iris, Goo Goo Dolls

Wooyoung possuía dois grandes acontecimentos para assimilar e um amigo para cuidar.

Estavam reunidos em uma sala de reunião em uma das repartições da universidade, à noite, depois da aula. Aquele dia havia sido regado por procedimentos regulares fúnebres. Tudo no que todos os seus colegas sabiam falar, era sobre Juyeon e sua morte repentina. Ninguém estava considerando a hipótese de ter sido um assassinato, uma vez que não fora divulgado o atestado da necrópsia para asseverar o que de fato o matou.

De todo modo, era desmoralizante. Quer dizer, Wooyoung julgava estar em choque porque ele honestamente não se importava. Juyeon nunca foi importante para si e apenas nutria sentimentos ruins com relação a ele. Sua morte, de longe, não era grande coisa. Mas era uma morte repentina de uma pessoa jovem que tinha uma vida inteira pela frente, então, enxergando por esse ângulo mais empático, Wooyoung somente considerou que preferia que a lição dele tivesse sido outra, morrer era simplesmente fácil demais.

— Eu não vou mais voltar para casa e eu não posso ficar na casa do Yeo porque eu tenho meus bichos e lá já tem o Bonnie. Você sabe que gatos detestam dividir território e são ariscos e possessivo, e o Mambo é o dobro do tamanho do Bonnie — Felix se lamentou após terem ficado minutos a fio em silêncio sepulcral, refletindo com pesar. — O processo de mudança vai demorar e tem toda a burocracia envolvendo a minha casa que foi cenário de um assassinato! Meu Deus! Alguém morreu lá! E se o espírito dele me assombrar?! E... e tem sangue pra caramba. A polícia não sai de lá e eu nunca vou me sentir confortável de novo.

Wooyoung estava sentado ao lado de Felix, nas cadeiras em torno da mesa semi-oval de oito lugares. San estava acomodado sob a mesa abraçado a um dos joelhos, e Yeosang andando de um lado para o outro, ansioso, pensando em esvaziar o segundo maço de cigarro do dia.

— Você não pode ficar em um hotel? — San perguntou cautelosamente, temendo que o outro explodisse em uma crise de choros.

— Qual hotel aceita animais? — Yeosang questionou, encostando em uma parede e cruzando os braços. — Olha, a minha sugestão é que você fique comigo ou com Wooyoung, e deixe os bichos na sua casa até poder se mudar. Você pode ir checar como eles estão sempre. Pense que é por pouco tempo.

— A polícia está investigando a minha casa. Eu realmente posso abandoná-la sem mais nem menos? — fitou Yeosang com os seus olhos grandes e marejados, transbordando desespero. — A festa saiu do controle. A culpa é minha. Uma pessoa morreu... Isso é surreal.

A tensão no perímetro era esmagadora.

— Você não fez nada para a culpa ser sua. A polícia só está fazendo o trabalho dela — disse Yeosang, o apaziguando. — Mudanças são estressantes para os gatos, então deixe o Mambo quieto e em casa. Se for te fazer se sentir melhor, leve a tartaruga.

— Isso é complicado demais! — Felix bufou, bagunçando os cabelos. — Pensem — encarou a todos. — O que diabos aconteceu? E se foi alguém que matou ele?

Yeosang tinha uma teoria, mas ele preferiu guardá-la para si.

— Eu imagino que tenha sido uma briga ou então, o próprio Juyeon fez merda e deu nisso — Wooyoung proferiu com desdém. — Se vocês conhecessem ele como eu, diriam que isso é plausível. Ele deve ter feito alguma coisa e acabou desse jeito.

Estava sendo cético, afinal. Não era justo idealizar que Juyeon era dono de uma conduta exemplar e uma índole inalterável. Ele era um miserável da pior espécie e os três ali concordavam sobre este aspecto.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora