N/I
Aguentem firme! Tá acabando a tortura!
Talvez esse seja o antepenúltimo, ainda não me decidi, mas, de qualquer forma, sabemos que estamos no final da trajetória graças ao bom Yeosang.
T/W: Suicídio.
✖️
Capítulo 44: "A justiça consiste em descobrir o certo e sustentá-lo, onde quer que ele se encontre, contra o errado."
Keonhee estava pensativo. Ele estava decidindo algo importante.
Terminou de limpar o vestígio de sangue de sua mini katana — uma faca de combate oriental — que comumente se encontrava no bolso da calça para eventuais caças que se mostrassem potenciais em seu caminho.
Qualquer hora era propícia para um predador caçar.
Em sua feição não havia expressão de nenhum humor. Não dizia nada, era frio e brando como a neve. Era possível criar rastro na neve, mas nenhuma emoção. Era vazio então, denso, no entanto
Ele planejou o que fazer durante muito tempo, cerca de um mês. Por todos aqueles dias, ele rondou, calculou, e recriou o cenário e a sua vítima. Keonhee chegou a colocar, todos os dias, incansavelmente, a mesma música para tocar no corredor. E quando a sua vítima mudava de lugar, ele a acompanhava e a tortura continuava.
Estava pintando o quadro perfeito, montando a orquestra mais célebre.
Mas havia um problema.
Ninguém saiu de casa desde então. Primeiro que Keonhee não entendia o porquê sua vítima desistiu de se mudar. Estava se hospedando em hotéis e frequentemente, ele migrava de uma rede para outra. Keonhee suspeitou que era por causa da culpa, que sua vítima estava tentando fugir não dele, mas do medo de reconhecer que fez algo ruim e estava com a consciência condenada.
Uma culpa fabricada. Uma culpa maldita.
A culpa que só um assassino pode carregar após fazer a primeira vítima.
Keonhee nunca provou desse sentimento.
Ele ficou impaciente ao chegar da noite que planejou executar o seu planejamento minucioso que passou a desmoronar ao que sua caça passou a se comportar de modo atípico. Ficou curioso e quis ver com os próprios olhos. Ficou com raiva imaginando que alguém estava tentando fugir de seu jogo.
Por que uma casa?
Fechou os olhos e pressionou os lábios. Estava sentado do outro lado da rua, em uma calçada, obcecado em vigiar a sua presa. Ele já havia decidido até quantos cortes faria na pele dela e qual seria a profundidade que enterraria a sua faca e qual órgão iria perfumar primeiro, qual veia principal iria atingir com mais exatidão. Seu entusiasmo baixou frente ao pessimismo oriundo da concepção de que ninguém mais estava tentando ir embora, ninguém estava chorando, ninguém respondia suas mensagens.
Era solitário. Keonhee estava sozinho, por fim. Não era amargo não ter outras pessoas, mas certamente ele não gostava de não ter um público e suas peças de xadrez à postos.
Estava entediado, talvez ele devesse mudar de cidade e procurar outro tabuleiro.
— Vou ter que fazer um pouco diferente — sussurrou para si mesmo, erguendo-se do meio fio com os seus olhos sombrios fissurados na casa.
Por que uma casa?
Ele estava cheio de dúvidas, e ele nunca costumava tê-las.
Apertou o passo, decidido que não iria ultrapassar o dia em que se propôs à execução. Tudo já estava meio arruinado, mas Keonhee era resistente em não reconhecer isso. Ele vagou até a casa de muro baixo e o saltou, andando, afundando as solas de seus tênis no gramado verde e úmido por causa do frio.
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GOOD BOY GONE BAD | WOOSAN
Fiksi PenggemarWooyoung, herdeiro da maior fabricante automotiva do país, vive uma vida perfeita imposta por sua família. Porém, ao descobrir as camadas sombrias da sociedade, ele conhece San, um sobrevivente de uma família destruída. Com mundos opostos, eles se u...