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Capítulo 29: A oportunidade faz o ladrão.

Mingi havia ido visitar Keeho quando descobriu que Park Sunghoon estava internado no mesmo hospital, graças a presença inesperada de Hongjoong que estava na área semicrítica, seguindo o mesmo propósito de prestar apoio à alguém doente, em um corredor transitório com o eco hospitalar inundando o espaço dividido por paredes cor de gelo e piso branco e impudicamente limpo.

Não havia concluído qual era sua decisão com relação a ele, porém, decidiu que estava disposto a conversar quando o mar bravo em seu coração se acalmasse. Ele entendia que teria que reunir paciência para ouvir o que o seu namorado tinha a dizer, e que precisaria se armar caso estivesse disposto a lutar por ele e não contra ele.

O fato era que o coração de Mingi havia tomado uma decisão posteriormente àquele reencontro, e ele estava possesso porque a realidade insistia em derrubar as suas boas expectativas e intenções.

Seus punhos estavam machucados devido a sua briga sangrenta com Im Gyunsoo; as escoriações eram frescas e doloridas. Qualquer um que o conhecesse, reconheceria que aquela era a prova mais confiável de que ele se meteu em uma desavença fervorosa.

Hongjoong o encarou aguardando para ouvir o que ele tinha a dizer enquanto suprimiu sua preocupação intrépida. Ele queria bater Mingi para ensiná-lo a parar de ser imprudente. Seu corpo pequeno estava tremendo um pouco e ele quis fechar os olhos para procurar uma fuga mental do que estaria por vir.

Logo Mingi segurou o seu pulso e o ergueu para ler o que estava escrito, soltando um som de compreensão que evoluiu para um ruído de raiva.

— Você veio visitar ele mesmo depois da nossa última discussão?

— Eu não vou deixar de ver o meu amigo porque você entendeu algo errado.

— Algo errado? — Mingi sorriu, amargo. — Ele beijou você.

— Ele... — Hongjoong se viu encurralado, apreensivo. — Mingi, escuta... Sunghoon e eu somos amigos e parceiros de trabalho há anos. É normal que amigos confundam as coisas e...

— Então você assume que confundiu os seus sentimentos também?

— Não! — Hongjoong exclamou, impaciente. — Ele quebrou a perna, sabia? E agora... ele tem fraturas que podem impedir que ele volte a patinar. Foi por isso que eu vim prestar solidariedade. Eu não consegui não vir quando descobri.

— Oh, é uma pena.

A fita métrica de sua moralidade estava deturpada.

— Pare de ser infantil — mandou, o encarando nos olhos. — Você não é um patinador, você não sabe o quanto dói... ser forçado a parar por causa de uma limitação de saúde — pressionou os lábios, contendo-se para não permitir que as lágrimas viessem. — Você não sabe como é para um artista ter que abandonar a carreira... Se você não pode deixar seu ciúmes de lado nem por uma razão como essa, eu acho que você já perdeu a cabeça.

— Park Sunghoon é um desgraçado não importa o que você diga. Uma coisa não tem nada a ver com a outra e você sabe muito bem disso — pontuou com o maxilar travado, abandonando o pulso de Hongjoong. — Ele poderia estar morrendo e eu ainda assim não concordaria que você chegasse perto dele.

Hongjoong o acertou com um tapa. Sua respiração estava descompassada, seu coração acelerado e o sangue quente. Seus sentimentos se misturavam eletricamente dentro de seu corpo.

— Eu não quero mais saber de você, Mingi — apontou, mantendo o volume vocal. Seu rosto ganhou pigmentação vermelha, e ele estava prestes a cair em prantos. — Chega dessa merda! Eu já expliquei o que aconteceu e já pedi desculpas. Eu já garanti que não houve retribuição da minha parte. Tudo o que eu te pedi foi pra confiar em mim, mas agora você está desejando o pior para alguém que você nem conhece e por minha causa? Isso é doentio. Não tem cabimento, Song Mingi.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora