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Capítulo 22: "Derrubando a muralha entre nós com um canhão. Dizimando uma ponte que liga duas cidades para torná-las uma só."

Wooyoung não possuía um histórico com a polícia mesmo que ele estivesse agindo com certa valentia. Toda a sua finita experiência estava intrinsecamente ligada com ter um irmão problemático que deveria ter sido internado em um sanatório enquanto ainda era possível consertá-lo. Seu maior crime era assassinar todas as músicas da discografia do The Rose no chuveiro.

Quando Yeonjun quebrava coisas, depedrava propriedade privada, era indiciado por tentativa de homicídio ou lesão corporal agravada, ameaçava caras babacas e destruía a vidraçaria de bares, era expulso de baladas por conduta ilícita, ele era apanhado pela polícia e o advogado da família deles se encarregava por gerir litígios e manutender a imagem impecável que precisavam ter.

Seus pais iriam matá-lo, mas ele não estava preocupado com isso agora. A cela onde o trancafiaram era escura e umidade e Wooyoung tinha certeza que um órgão fiscalizador nunca pisou os pés naquele lugar tão insalubre. E era estranho, porque a maioria das cadeias do país eram equipadas com um conforto que não condizia com os atos dos detentos. Bem, era uma delegacia ou um Centro de Detenção Provisório, não podia diferenciar e nem foi informado de sua localização.

Seus pulsos estavam marcados e doloridos graças às algemas apertadas que já haviam sido removidas. Ele gritou com o policial que empurrou San para dentro da cela como se ele fosse um animal insignificante. E em troca, foi ignorado friamente.

Era uma merda. Era injusto. Nada fazia sentido em sua cabeça. Ele não tinha proximidade com Juyeon como tinha com sua perversidade apesar de seu ódio pessoal contra ele porque ele foi responsável por ferir Seonghwa ao ponto de quebrar a mente dele, e fazia tudo o que estava ao seu alcance para afugentá-lo, mantê-lo longe porque se ele estava por perto, não existia segurança. Mas, de todo modo, não o viu na festa e sequer poderia ajudar com alguma pista para que o culpado fosse pego.

Ficava andando de um lado para o outro no cúbico minúsculo isolado por vidro anti-ruído. Reclamava e fuzilava os guardas que o vigiavam, porém não era ouvido. Estava mais nervoso porque San havia saído algumas horas para se dispor a um inquérito e prestar o seu depoimento formal. Wooyoung achava mais sem sentido ainda suspeitarem justo dele quando ele nem mesmo trocou uma única palavra com Lee Juyeon na vida; e não que fosse impossível que os dois tivessem arranjando um motivo para brigarem enquanto estavam bêbados e supostamente drogados em uma festa de jovens estúpidos. Entretanto, San não mataria uma pessoa porque ele era incapaz de ferir um mísero inseto, embora o morto fosse menos valoroso ainda.

Bufou, bagunçando os cabelos e estapeando o próprio rosto. Queria ao menos saber quantas horas haviam se passado desde o início daquele cárcere privado.

— Ei! — chamou um oficial que atravessava o corredor vazio e infinito, socando o vidro, exasperado. — Ei! Me diz o que vocês vão fazer? Cadê o San, droga?

Queria ser mesquinho e arrogante e usar do artifício "Você sabe quem eu sou?", no entanto, temia piorar a sua situação ou até mesmo empurrar toda a surra para San. Gostaria de dividir, e de não criar mais degraus entre os dois. Estavam na mesma condição, sob os mesmos direitos e tratamento igualitário. Não existia diferença... Eram dois pivetes encrencados.

Seu coração afundou no peito ao sua mente começar a trabalhar hipóteses do que San estava passando em uma sala fechada cercado por policiais que o olhavam como se ele fosse culpado. San era sensível e delicado feito uma plumagem. Ele guardava muito e era uma caixinha de surpresa, mas, ainda assim, um completo inexperiente e bebê chorão.

Wooyoung estava prestes a chutar o vidro indestrutível até que se partisse e ele pudesse sair, quando San surgiu acompanhado de um policial com uma expressão carrancuda. Seu rosto se iluminou ao encontrá-lo inteiro e sem nenhum hematoma a mais em sua pele. Sentiu tanto medo, que o ar que soltou quase o fez despencar no chão.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora