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Capítulo 33: Inocência

O chalé do avô de Seonghwa se situava longe da cidade, sendo uma construção ao lado de um lago e cercada por arborização densa, por colinas e acima de uma encosta, havia jardim de pedras e flores, uma estufa enorme e um plantio generoso. Era um refúgio à beira-rio, pois era possível avistar a extensão do corpo de um agrupamento de água agitada banhando metros abaixo de onde ficava a casa espaçosa e bonita de decoração rústica, completa e equipada. Certamente, apenas pessoas muito ricas teriam como custear tal moradia de veraneio.

Era calmo; os pássaros cantavam ou piavam o tempo inteiro, as árvores farfalham com o vento passando por entre seus galhos, aumentando a sensação de conexão ao estado natural. O ambiente tinha um clima ameno e relaxante.

— Por que é tão difícil chegar aqui? — reclamou Jongho, subindo os degraus até a porta da casa. — Achei que seu carro fosse atolar na estrada de barro! Minhas costas doem!

— Ficamos rodando por mais de três horas... — Yeosang comentou e soltou uma risada. — O que foi bom, porque você é um fofoqueiro e me contou mil segredos do M9 que os fãs nunca vão saber.

— Eu sinceramente achei que fosse morrer, então não separei a fofoca por grau de periculosidade e só sai falando — Jongho parou e o encarou em tom de advertência. — Não fale sobre nada ou eu vou... roubar seu carro e dar o fora daqui.

— Boa tentativa — sorriu presunçoso, brincando com a chave no ar e a guardando no bolso da calça em seguida. — Eu sei que você não sabe o caminho de volta.

Ele tinha razão. Deram tantas voltas que Jongho achou que fosse vomitar por causa do enjoo.

Jongho praguejou, porém seguiu o rumo até a entrada do chalé e pressionou a campainha já bastante mal-humorado. Estava anoitecendo, e ele sequer almoçou! Yeosang era tão silencioso, que ele se sentiu sozinho o caminho inteiro. Apesar disso, ele se mostrou um bom ouvinte e dava risadas ocasionais.

Observou o barranco mais para baixo da casa, com uma inclinação suave mas propícia para uma ponte em arco. O cheiro das flores frescas vinham do jardim perene; apreciou essa particularidade. Na fazenda de seus pais, não havia tanta variedade de flores e a preocupação maior era com a plantação. Gostava do ambiente rural, onde não havia pessoas para flagrá-los no primeiro erro que cometesse em público.

Foram atendidos por um senhor mais velho e de cabelos brancos, mas que Jongho caracterizou como um "velho muito rico". Ele sorriu e os cumprimentou, alegando que sua filha o avisou que iria receber visitas em prol de Seonghwa.

O estômago de Yeosang revirou e ele ficou gelado assim que começou a avançar nos corredores, observando a decoração refinada e se permitindo chocar com o lustre pendurado no teto da ante sala.

Admirou a extravagância.

Agradeceu por Jongho adorar falar e participar de uma conversa amistosa com o senhor Hyu, pois estava enclausurado em uma ansiedade massiva.

— Seonghwa está na estufa, colhendo morangos. Iremos fazer geleia hoje — o senhor Hyu falou, pedindo para que os garotos se acomodassem.

— Eu... posso ir até lá? — pediu Yeosang timidamente, se perguntando porque estava ficando tão nervoso.

Era estranho não encontrar Seonghwa dentro da casa, os esperando. Ele sabia que viriam, certo?

— Claro, claro — disse o avó. — Vou mandar preparar um quarto para vocês enquanto isso. Logo o jantar irá sair.

Não fazia parte do planejamento que não voltassem para Seul no mesmo dia. No entanto, a estrada era difícil, o que fazia uma viagem de uma hora se transformar em três. Se viajar de dia era ruim, de noite era ainda pior e mais perigoso.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora