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Capítulo 28: O berço de ouro é história sobre os outros. Claro que não existe paraíso para os perdedores.

Mingi havia passado a noite no hospital com o seu irmão enquanto velava o seu sono que parecia interminável. Na verdade, ele não pregou os olhos a noite temendo que Keeho parasse de respirar sem que pudesse interceder por ele.

Sua mãe havia cedido para que Mingi ficasse, e ela demonstrou estar bastante sensibilizada com o quadro de seu filho. Em um dia, ela quase perdeu Mingi e agora Keeho estava lutando por sua vida enquanto se encontrava em uma situação dolorosamente desfavorável que emoldurava hematomas, cortes, feridas e inchaços. Ele estava um pouco irreconhecível; Mingi não desviava os olhos como se estivesse obrigando a si mesmo a não esquecer de seu ódio enquanto em contato com o que o potencializava.

Assim que sua mãe retornou pela manhã, Mingi mentiu e disse que iria sair para tomar café. Hongjoong passou aqueles primeiros dias com ele, mas, no fim, Mingi decidiu que precisava ficar sozinho, embora já estivesse acostumado com a dependência gerada por aquele relacionamento que se mostrou a única haste que o sustentava. Os problemas entre os dois estavam escondidos embaixo do tapete e Mingi não achava que era relevante focar no que não tivesse ligação com o seu irmão e o caso dele, que no momento estava estagnado na polícia.

Foi visitar San, recebendo uma mensagem dele que aquele era o último dia de sua estadia hospitalar. Os dois não conversaram muito e sinceramente, Mingi só queria um abraço dele. San notou que, além do reflexo do incidente estar massivamente o castigando, algo estava errado e atacando muito intensamente.

— San-yah — Mingi chamou, sentado na ponta do leito de San, cabisbaixo. — Eu vou voltar para minha casa.

— O quê? — San exclamou, franzindo o cenho.

— Meu irmão... está no hospital. Parece que o quadro se estabilizou e ele está fora de risco, só não de acordar com sequelas — proferiu, observando a feição de San se encher de comiseração. — Ele foi... espancado por um grupo de homofóbicos enquanto voltava de uma festa. Ele estava usando um casaco rosa escandaloso e maquiagem, e estava sozinho porque o Taeyang está estudando para as provas de ingresso da Kyung Hee aqui de Seul. Ele passou na SUNY em Incheon e acho que Keeho estava... chateado ou algo assim.

— C-como? E-ele...? — abriu e fechou a boca, perdendo o fôlego. — A polícia já tomou alguma providência? Já sabem quem machucou o Kee? Eu não acredito... Meu Deus!

— Se lembra do Im Gyunsoo? — o semblante de Mingi foi adornado por uma camada fria de gelo. — Ele estava à frente do ataque e acho que ele planejou. Ele sempre teve um ódio inexplicável pelo Keeho, e desde o colégio ele promove esses ataques... a diferença é que eu estava por perto para proteger o meu irmão.

Mingi queria voltar para casa e cuidar de seu irmão pessoalmente até se certificar que ele poderia fazer isso sozinho. Se sentia culpado e não conseguia evitar de se martirizar, revisando toda a dor que provavelmente o seu irmão sentiu, todo o pavor e incerteza que o açoitou quando foi alvejado por seus agressores. Sozinho.

San estava em choque. Ele mal sabia como demonstrar sua solidariedade. Parecia uma realidade muito distante o que estavam vivenciando naquela hora, quer dizer, as pessoas realmente matavam umas às outras por razões triviais? Era estarrecedor.

— Você não podia estar lá por ele, Mingi-yah.

— Eu pedi para ele me deixar no hospital e ir à festa porque queria que ele se divertisse. Se eu não tivesse feito isso, ele estaria bem!

— Você não tem como saber — San pontuou. — Ele vai ficar bem... Eu sinto que vai... Vamos torcer por ele, tudo bem?

Mingi sorriu como se para conter todos os sentimentos ruins em seu peito, desviando o olhar de San e o transferindo para uma área irrelevante da enfermaria.

GOOD BOY GONE BAD | WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora