Prólogo 🥀

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⚠️⚠️ ATENÇÃO ⚠️⚠️

*Lost Hope* faz parte da Saga Dominators, composta por três livros.

É uma história continua, que necessita leitura na ordem correta para melhor compreensão. Vocês podem achar cada livro no meu perfil.

Desde já agradeço por terem dado uma chance para essa história ♡

Ordem dos livros:

•Livro 1- Lost Mirror

•Livro 2- Lost Hope (Este livro)

•Livro 3- Lost Flame

Boa leitura!!

🌿🥀🌿

- IRIS, é sempre um prazer vê-la.- Rei Olavo abriu um sorriso convidativo assim que a garota adentrou seu escritório.

Iris sorriu sem mostrar os dentes.

- Obrigada,Vossa Majestade.- Ela fez uma pequena reverência.

- Sente-se, por favor.- Ele indicou uma das poltronas que ficava de frente para sua mesa, e a garota obedeceu em silêncio.

Iris reparou rapidamente no escritório do rei. As paredes com prateleiras repletas de livros do chão ao teto, uma enorme janela atrás da mesa possibilitando ver o céu cinzento que fazia naquele dia, refletindo seu humor.

- Como tem passado?

- O senhor disse para eu passar aqui depois da Prova Soldado. É sobre meu pai, certo?- Iris ignorou sua pergunta propositalmente, não querendo falar a cerca de seus sentimentos.

Os olhos de Olavo eram observadores. Com certeza ele já tinha notado as olheiras profundas embaixo dos olhos dela, ou que havia perdido peso.

Iris sentia que não precisava responder algo que já estava nítido.

- Sim.- Ele fingiu que não foi ignorado.- Infelizmente, não tenho boas notícias.

Iris engoliu em seco, se preparando para o que ele tinha a dizer.

- Nós procuramos sobre Andrew Williams nos documentos do reino, e não encontramos nada. Nenhum registro, certidão de nascimento ou boletim médico. É como se Andrew nunca tivesse existido.

Iris o encarou estoicamente.

- Vocês não descobriram nada?

- Eu sinto muito, querida. Me desculpe.

Era isso, então?

Ainda não tinham nada.

Ela ainda continuava sem saber de onde vinha ou sobre suas raízes Dominators.

Andrew Willians permanecia um mistério.

- Você tem certeza de que esse era o nome dele?- Rei Olavo a tirou dos seus devaneios. Iris confirmou com a cabeça, de repente se sentindo cansada.

Ultimamente, não precisava de muito para cansar.

Seu estômago resmungou em resposta.

Já era fim de tarde, e ela ainda não havia comido nada.

- Você não conseguiria mesmo conversar com sua mãe, tentar descobrir algo além do nome dele? Algum endereço, parente próximo...

Iris pensou sobre sua mãe, e não conseguiu conter o riso irônico que escapou de seus lábios. Por trás da ironia, havia tanta dor.

Érika tinha a abandonado a quatro mêses, e não havia ido atrás dela em nenhum momento.

"- Eu não tenho mais filha." Foram suas palavras.

A discussão estava bem gravada nas memórias de Iris.

- Minha mãe está fora de questão.- Ela disse se levantando, querendo logo encerrar aquela conversa.

Iris tinha ido ali na esperança de conseguir uma boa notícia, de, talvez, ver alguma luz no fim de túnel.

Mas não havia luz.

- Novamente, eu sinto muito.- O rei também se levantou, a acompanhando até a porta. Antes que ela pudesse sair, ele segurou em seu braço e a olhou fraternalmente. - Iris, você sabe que sempre poderá contar comigo e com Aurora, certo?!

Iris sentiu seu coração aquecer com aquelas palavras, e se segurou para não começar a chorar. Ela olhou para as mãos, sem coragem de encara-lo nos olhos.

- Sim. Obrigada, Vossa Majestade.

Iris se afastou do rei antes que os muros que havia construido envolta de seus sentimentos cedesse.

A garota estava descendo as escadas para o térreo quando esbarrou em Gabriel. O príncipe vestia um terno marrom elegante, e seus cabelos ruivos estavam um pouco bagunçados. Seus olhos castanhos indicavam que teve um longo dia de reuniões como futuro herdeiro do trono.

Ele parou á sua frente assim que pisou no último degrau.

- Como você está?- Gabriel soltou o botão do paletó, parecendo relaxar pela primeira vez no dia.

- Por que todo mundo fica me perguntando isso?

- Porque nós nos importamos com você.- Ele lhe deu um peteleco. Iris passou a mão na testa, fazendo cara feia pra ele. - Você vai vir jantar com a gente hoje?

- Não. Já tenho compromisso.

- Compromisso?- O príncipe coçou o queixo, duvidoso. - Seus únicos amigos estarão aqui hoje a noite, então suponho que seu compromisso seja encher a cara na casa de Sebastian até perder a consciência.

- Bem, teoricamente, a casa é minha agora.- Iris deu de ombros, rindo sarcástica.

Gabriel não a acompanhou na risada, mas a olhou sério, preocupado.

- Lissa me contou como te encontrou da última vez, e...

- E eu ainda não a perdoei por isso.- Iris o cortou, não querendo ouvir mais aquela história.

Iris sabia que ele iria começar a lhe dar um sermão, mas ela estava cansada daquilo. A Sra. Duncan e Miles já haviam brigado o suficiente com ela nos últimos dias.

- Até mais, Vossa Alteza.- Iris disse ironicamente para não perder o costume.

A garota passou por ele, se afastando em passos rápidos, não dando chances dele a segurar lá por mais alguns minutos.

Iris caminhou pelas ruas da Capital com a cabeça baixa, chutando uma pedra ou outra no meio do caminho. Ela parou em uma taverna que vendia bons uísques, e comprou uma garrafa.

Quando ela parou na frente do portão da casa da Sebastian, o sol já havia se posto e a lua era a única fonte de luz naquela noite silenciosa e quente.

Era outono, e logo o inverno chegaria.

Iris passou pelo caminho que conduzia até a porta, e percebeu que já não sentia mais medo pelo jardim mal cuidado e pela forma como ficava assustador de noite.

Minha casa, Era o que tinha dito ao príncipe. Que piada!

Ela não deixou que as lembranças da primeira vez em que havia ido ali a invadisse, entretanto, quando entrou na residência, foi impossível controlar sua mente, e ela foi bombardeada por memórias dolorosas.

Iris caminhou até a sala de estar, e se sentou no chão, encostando a costa na parede da lareira e cruzando as pernas. Mesmo parecendo estar relaxada, podia sentir os músculos tensos e doendo.

A garota abriu a garrafa de uísque, e tomou um longo gole.

Iris engasgou com o gosto forte, e a tosse a tomou.

Ela não estava acostumada àquela bebida.

Mas não importava.

Sabia que estava indo por um mal caminho, se afogando no álcool, mas encarar a realidade era difícil demais.

Todos uma hora ou outra a abandonava.

***

Lost HopeOnde histórias criam vida. Descubra agora