Capítulo 33 🥀

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AINDA no escuro, Iris remoía todos os últimos acontecimentos de sua vida.

Sua mente vagava pela Cerimônia da Pedra, sua mãe a expulsando de casa e a jogando nas ruas escuras da Capital. Os humanos a abordando, a malícia nos olhos deles. Então Sebastian aparecendo, a salvando como um príncipe encantado ao socorro da donzela em perigo.

Iris se lembrou de como conheceu Miles, da bicicleta, e de como ele a consolou após ter ouvido da boca da melhor amiga que era melhor ela estar morta. As semanas foram passando, assim como seu treinamento conturbado. As memórias que Iris compartilhava com Sebastian eram revividas em sua cabeça repetidamente.

Ele preocupado com ela. Ele a olhando intensamente com aqueles olhos verdes. Sebastian a olhando com desejo, a beijando, a abraçando, dizendo seu nome...

Seus pensamentos sempre terminavam naquela sala cinza, com ele a atigindo no peito.

Iris levou as mãos a cabeça, cansada demais por ficar remoendo tudo aquilo. Desejou incansavelmente sair daquela escuridão, e quando abriu os olhos novamente, se viu encarando um teto imundo.

Ela olhou para o lado, deitada em uma cama dura, e viu as grades grossas e pretas de uma prisão. Sentiu uma angustia no peito, uma tristeza na alma ao longe. Já consciente de como as coisas funcionavam, soube que aqueles sentimentos não a pertenciam.

Sebastian...

Antes que pudesse ouvir uma resposta vinda do elo, Iris foi novamente puxada para a escuridão.

A garota permaneceu por mais algumas horas naquele limbo.

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IRIS sentiu o toque nas mãos antes de abrir os olhos. Em movimentos circulares, um leve carinho sobre a costa de sua mão a despertou. Vez ou outra ela ouvia alguém fungando.

A garota abriu os olhos lentamente. A claridade do local, ainda que pouca devido as cortinas estarem fechadas, machucavam suas pupilas. Ela piscou algumas vezes.

O olhar de Iris caiu no homem ao seu lado, que segurava sua mão e chorava com a cabeça baixa.

Confusão tomou o rosto dela, e seu coração acelerou ao sentir a eletricidade tão familiar vinda daquele toque.

- Sebas...Sebastian?!- A voz de Iris saiu falhada. Sua garganta estava seca, e ela ainda se sentia meio fraca.

Sebastian ergueu a cabeça, e seus olhos verdes inundados de água encontraram os dela. Seu rosto estava manchado pelas lágrimas, mas um sorriso singelo surgiu em seus lábios ao vê-la acordada.

- Iris.- Ele se levantou da poltrona que estava sentado, se inclincando sobre ela e levando uma das mãos até seu rosto, fazendo um leve carinho em sua bochecha.

A garota se encolheu, desviando-se do toque. Ela o olhou com raiva.

- O que você está fazendo aqui?- Iris disse entre dentes.

Sebastian afastou a mão dela, mas não quebrou o contato visual.

- Nosso elo retornou, e quis vim vê-la.

Iris balançou a cabeça em negação, o ódio a consumindo.

Ela se lembrava vagamente de ter visto a cela de Sebastian enquanto ainda estava em coma. E conseguia sentir o lugar que por muitos meses teve um buraco no peito, agora preenchido.

O Iunitateme estava reestabelecido, e Sebastian habitava em sua mente.

Mas, pela primeida vez, foi Iris quem o bloqueou, não permitindo que o garoto sentisse seus sentimentos ou ouvisse seus pensamentos.

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