Capítulo 35 🥀

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- SR.MARTIN, sua vez.- O rei olhou para o homem ao lado de Sebastian.

- Quem é aquele?- Iris sussurou para Lissa.

- É o advogado da família Bellerose. Ele fará a defesa de Sebastian.- A amiga a olhou de relance.

O advogado de Sebastian também fez uma pequena reverência ao rei, e se virou para seu cliente.

Iris se pegou rezando silenciosamente para que o Sr. Martin fosse bom em sua profissão. Que ele fosse o melhor.

- Já que todos iniciaram falando sobre sua pupila, quero que nos diga quando a conheceu. - O advogado falou.

- Protesto!- O promotor Morgan levantou da cadeira, olhando para o rei.- Irrelevante para o caso.

- Protesto negado.- O rei falou sem rodeios, interessado na forma como o homem havia começado a defesa.- Prossiga, Sr. Martin.

O advogado assentiu, voltando-se para Sebastian e o incentivando a falar.

- Eu a conheci no dia da colação de grau da Clifford High School. Iris foi criada como humana, sem saber sua verdadeira natureza, mas após participar da Cerimônia da Pedra, e descobrir que era uma Dominator, ela foi colocada para fora de casa por sua mãe, jogada na rua a noite.

Sem querer, as lembranças de Iris sobre aquele dia a invadiu, a fazendo recordar sobre tudo o que vivera naquele momento horrível de sua vida.

- Eu a encontrei sendo assediada por três humanos.

- E o que você fez em seguida?

- Dei uma surra em um deles, e levei Iris para a Casa Aurora, onde sabia que ela estaria em segurança e em boas mãos.

O advogado assentiu, andando de um lado para o outro, pensativo sobre suas próximas palavras.

- Você já foi um dos moradores da Casa Aurora, certo? Conte-nos o porquê foi parar lá.

- Protesto!- O tio de Lissa levantou mais uma vez, batendo a mão na mesa.- Com todo respeito, Vossa Majestade, mas ele está dando voltas e fazendo perguntas desconexas.

- Protesto aceito.- O rei suspirou.

O que?!

Iris queria gritar com Olavo, não acreditando no que estava ouvindo.

O rei havia dito que faria de tudo para não deixar as coisas ficarem muito feias para o lado de Sebastian, e agora ele concordava com o promotor?

Iris segurou-se na cadeira, indignada.

- Certo. Vou reformular está pergunta então. - O advogado disse com um olhar afiado, pronto para dar uma cartada.- Diga-nos, Sebastian, qual foi a razão para você largar seu posto como Guerreiro e se tornar um Desertor?

A garota inalou uma grande quantidade de ar, estupefata.

O Sr. Martin havia dado a volta por cima, questionando Sebastian de outra forma, mas ainda assim teria o mesmo resultado, a mesma resposta.

Iris notou como aquele advogado era muito bom, e agia de forma ardilosa.

- Quando tinha seis anos de idade vi meus pais sendo assassinados bem na minha frente por Wolfgang Hardin, o líder dos Liberatores. - O rosto de Sebastian escureceu, mas ele não desviou o olhar de seu advogado.- Desde aquele dia jurei vingança por meus pais, e que mataria Wolfgang.

- Seus pais foram assassinados por qual razão?

- Protesto!- Sr. Morgan disse raivoso.- Irrelevante para o caso.

Iris observou o rei Olavo suspirar pesadamente, e por um momento o olhar dele encontrou com o dela.

Você disse.... Você disse...

Iris suplicou com o olhar.

O rei desviou os olhos para o Sr. Martin.

- Protesto negado. Continue.

O tio de Lissa se inclinou para trás, se reencostando na cadeira, e cruzou os braços na frente do corpo, mostrando-se inquieto.

- Responda, Sebastian.- O Advogado o incentivou.

- Meu pai foi designado pela realeza a entrar infiltrado no bando de Wolfgang quando o líder retornou para a Capital sem que ninguém soubesse até então. Meu pai entregou nomes, esconderijos e planos para o rei. Wolfgang foi até nossa casa antes de fugir novamente, e matou meu pai e minha mãe em vingança pela traição.

- Você está dizendo que seus pais foram assassinados em decorrência de uma missão para o bem não só da realeza, mas para todo o reino?

- Sim. Graças a meu pai, muitos Guerreiros traidores e Desertores foram presos.

- Aproveitando que estamos falando sobre missões para a realeza, você trabalhou como Guerreiro do exército por oito anos, correto?

- Sim.

- Fez inúmeras missões, todas com êxito, e prendeu muitos criminosos, correto?

Sebastian assentiu.

-Sim.

Iris olhou o garoto, esquecendo por um momento todas as coisas erradas que ele havia feito e toda a dor que lhe causara, olhando para Sebastian de forma crua.

Não era atoa que havia uma multidão do lado de fora do Quartel General, e todas as cadeiras lotadas na parte de dentro, assistindo ao julgamento, e esperando uma sentença.

Sebastian era conhecido como um dos Guerreiros mais fortes da Capital. Um dos melhores. Ele era conhecido e reconhecido por seu trabalho, dedicação e força. Todos queriam saber qual seria seu fim.

- Você foi um Guerreiro que trouxe boas contribuições ao reino.- Não foi uma pergunta, mas sim uma conclusão da parte do Sr. Martin.

Iris admirou mais uma vez o advogado da família Bellerose, compreendendo todo o seu plano desde o início das perguntas.

Primeiro, ele havia perguntado a Sebastian sobre ela e a forma como o garoto havia lidado com a situação, demonstrando o lado bondoso de Sebastian ao encontrar garotas indefesas na rua. Depois, mostrado à corte e aos outros presentes a razão horrível e triste por trás das ações de Sebastian.

E por fim, lembrou a todos como Sebastian havia sido importante para a realeza, contribuindo de forma generosa enquando ainda estava em seu posto como Guerreiro.

- Encerro por aqui.- O advogado voltou para sua cadeira.

- Promotor Morgan, deseja acrescentar algo mais contra o réu?- O rei perguntou.

- Não, Vossa Majestade.- O homem respondeu, ainda convicto sobre sua vitória.

Iris tremeu, temerosa.

Talvez os argumentos do Sr. Martin não fosse suficiente. Talvez Sebastian ainda fosse condenado a morte.

Iris fechou os olhos, respirando fundo e buscando levar oxigênio para os pulmões.

A ideia de ver Sebastian morto a atormentava.

***

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