22| Never say never

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Heyy, como estão? Como foram as festas?

Esse capítulo é pequeno, mas vou tentar atualizar essa semana de novo




Billie deu um gole em seu café, prendendo a risada quando observou o irmão entrar na cozinha com o rosto amassado e olheiras tão fundas que não havia maquiagem que daria jeito.

A noite passada ainda estava clara em sua mente, ela só não tinha certeza de que também era clara na mente do irmão.

Finneas não costumava se esquecer das coisas quando estava bêbado, mas havia uma primeira vez para tudo.

O ruivo passou por ela e pelos pais, indo até a cafeteira e pegando uma xícara enorme de café. Ele não disse nada além de um "bom dia" rouco, e Billie não esperava que ele dissesse na presença dos pais.

A ressaca deveria estar o matando.

Em poucos minutos, Patrick acabou seu café, cumprimentando a mulher com um beijo, os filhos com um aceno e indo para o trabalho.

Geralmente, Finneas se certificava de chegar no escritório antes do pai, e preparar tudo para quando ele chegasse. Mas foi como se Patrick visse no olhar do filho de que ele precisava de mais alguns minutos antes de começar o dia.

Maggie foi logo depois, lavando os talheres que ela e o marido usou e depois saindo da cozinha, deixando um beijo estalado na bochecha do filhos mais velho que estava de pé em frente a pia, e na filha que estava sentada na mesa.

Assim que a mãe saiu, Billie se esticou, mostrando dois comprimidos para o irmão que tentava esconder a ressaca.

— Obrigado — a voz de Finneas foi calma, e ele não enrolou em enfiar o comprimido na boca, engolindo a seco.

Billie olhou para trás, e analisou suas feições, querendo saber se ele se lembrava da noite passada, se ela poderia se levantar e abraça-lo como fizeram antes, se ela podia tratá-lo como o tratava no passado. Antes de Debbie.

— Obrigado por me ajudar na noite passada, eu... — ele suspirou, e Billie deu o tempo que ele precisava para colher as palavras certas para falar, mesmo que por dentro, ela se sentisse ansiosa para ouvir o que ele tinha a dizer.

Finneas foi até a mesa, se sentando ao lado da irmã.

— Mabel foi me ver ontem — ele começou, fazendo um sinal para que Billie não dissesse nada quando ela abriu a boca — Ela me disse algumas coisas que eram verdades difíceis de aceitar, e também me contou que Debbie estava na cidade. Eu estava disposto a conversar com você, pedir perdão, dizer que eu sentia muito por não ter acreditado em você e que iríamos resolver o problema juntos, já que eu também sou culpado por ela estar aqui, mas passei no bar para tomar uns goles de whisky, para tomar alguma coragem e acabei exagerando — 

Finneas ficou um tempo sem falar, e Billie poderia pensar que era tudo, mas ela viu pela maneira que ele respirava que ele ainda tinha algo para falar.

— Eu sinto muito. Eu queria ter acreditado em você, mas eu sei como você fica quando não está medicada e quando Debbie disse aquelas coisas, eu só... fiquei tão cego — ele suspirou, não olhando para a irmã enquanto dizia — Eu me arrependo todos os dias por ter acreditado nela, por ter me apaixonado por ela, sei que palavras não podem mudar o meu passado, mas quero fazer o possível para ser uma boa pessoa a partir de agora, quero ser um bom irmão mais velho pra você — 

— Mesmo eu estando apaixonada por sua ex namorada? — Billie perguntou, fazendo Finneas rir fraco.

Ela não precisava dizer que o perdoava, ele já sabia que tudo o que Billie quer é que eles fossem como antigamente.

— Bem, eu estive apaixonado pela Debbie quando ela ainda era a sua namorada. Então, não tenho o que reclamar — Billie riu também, segurando na mão do irmão.

Não era o abraço que ela queria lhe dar, mas ela sabia que poderia o abraçar outra hora.

Finneas acabou de beber seu café, deixando a xícara de lado e se virando para a irmã mais uma vez.

— O que vamos fazer a respeito da Debbie? Não acho que podemos ser muito severos com ela por conta do passado do papai com o senhor Hale — ele ponderou.

— Como assim não podemos ser severos? Acha que eu vou bater nela? — Billie perguntou de maneira divertida.

A resposta era fácil, Finneas com certeza achava que Billie poderia usar a violência com Deborah. Mesmo acreditando que ela nunca havia usado antes.

Debbie mentiu e fez Billie parecer um monstro para a família. Billie não teria pena em partir para a violência.

— Eu sei que você nunca tocou ela... Da maneira que ela falou. Mas eu também sei que você não tem muita paciência e que iria pra cima, se Debbie se envolvesse entre você e Mabel — Billie assentiu, sem tentar de defender.

— Você também deveria ir pra cima — Billie se inclinou na mesa, encarando o irmão como se quisesse que ele adivinhasse suas palavras. Mas quando ele não adivinhou, ela continuou — Deborah não está aqui por mim, a única razão de ela ter ido até o meu encontro foi para que ela pudesse chegar até você. E você e Claudia estão começando agora, então, ela pode... —

— Ei, ei... Calma — Finneas a interrompeu. As palavras de Billie foram tão absurdas que ele acabou soltando uma gargalhada, a ação fazendo com que sua cabeça doesse. Seu sorriso logo se desfez, dando lugar a uma careta de dor — Claudia e eu não estamos começando nada —

— O que eu vi ontem não pareceu "nada" — Billie sorriu de lado, e viu no rosto do irmão a feição que ele fez ao tentar se lembrar.

Era engraçado ver que ele se lembrava do momento que tiveram no quarto, mas não o que aconteceu antes.

Billie pensou seriamente que a mente de Finneas o forçou a esquecer suas ações vergonhosas. Mas não ficaram esquecidas por tanto tempo. Finneas forçou, e forçou, finalmente se lembrando.

— Não... —

— Sim — Billie disse, assentindo — Você disse que a Claudia era sua, brigou quando eu olhei pra ela e, eu tenho quase certeza que ouvi um "eu te amo" antes de abrir a porta. Foi tudo real, não foi um sonho —

— Não... —

— Sim — Billie colocou a mão nele, o obrigando a aceitar o que tinha feito.

— Eu preciso falar com ela... Eu preciso me desculpa dizer que eu estava bêbado e... Ah não! — ele bateu na testa, parecendo se lembrar de mais coisas que havia feito — eu falei que a amava tanto que doía —

Ele não parecia acreditar em suas palavras, fazendo uma feição chorosa enquanto batia a mesa na mesa. O que com certeza só estava fazendo com que sua dor de cabeça piorasse.

— Eu vou falar com ela — ele se levantou, mas se sentou de novo — Não, eu preciso trabalhar, estamos quase vendendo o resort abandonado que fica no fim da praia — ele não falava com Billie, e sim consigo mesmo.

— Se não for agora pela manhã e a tarde, você terá que falar com ela outro dia, hoje temos noite das garotas — Billie se levantou, indo até a pia e lavando a xicara que usou para tomar café.

— Eu nunca fui chamado para uma noite das garotas — Finneas reclamou, cruzando os braços, se esquecendo completamente do que antes perturbava sua mente.

— Será por quê? — Billie rolou os olhos, aproveitando a proximidade para dar uma tapa no ombro do irmão.

Ela olhou de relance para a porta, vendo a mãe ali sorrindo enquanto via os dois discutindo sobre o porquê de ele não ser convidado para a noite das garotas também.

Maggie estava claramente feliz e orgulhosa por ver os filhos daquela maneira, e Billie sentiu o mesmo que ela. Ela sentiu que finalmente eles eram uma família mais uma vez.

Family Affair |G!P| ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora