32| Bad liar

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Capítulo pequeno porque esse calor tá me deixando mal e eu não tô conseguindo escrevee coisas boas kkkkkk

Amo vocês, beijosss

━•━

Billie havia voltado de viagem fazia alguns dias. Umas duas semanas exatas.

Durante essas duas semanas, Mabel tem reparado que a namorada está um pouco diferente. Ela começou a perceber assim que viu Billie em sua porta duas semanas atrás e naquela noite, depois do sexo que tiveram, Mabel desmaiou na cama.

Algumas horas depois, ela acordou com a voz severa de Billie. Mabel levantou a cabeça, vendo a namorada andando de um lado para o outro enquanto falava no celular.

— Não! Não, Joshua. Não foi isso o que combinamos — tudo bem, ela estava conversando com alguém que não estava fazendo algo que eles combinaram. Ela entendia o porquê do estado da namorada.

Mas o estranho, era que Billie não costumava sentir raiva tão frequentemente. No passado, Finneas a provocava, mas ela nunca, nunca, respondeu suas provocações com raiva. Ela sorria de forma irônica, ou fazia um comentário sarcástico.

Billie olhou para Mabel, e suspirou. Como se Mabel tivesse levado a calma para ela. Então, ela falou que qualquer que fosse o problema, ela resolveria com a pessoa pessoalmente, e foi para a cama.

— Eu te acordei? — ela perguntou, voltando a se deitar ao lado da namorada — Sinto muito, eu estou com um vazamento no estúdio. Combinei de pagar por dia e por isso o homem está enrolando com o trabalho. Desde que... Viajei, ele está lá. E eu preciso do meu estúdio para trabalhar —

Ah. Isso era um motivo plausível para a sua raiva, era o seu ambiente de trabalho.

— Tudo bem. Vai dar tudo certo — Mabel abraçou, enterrando o rosto em seu peito — Vamos dormir, e amanhã a gente resolve, okay? —

Billie suspirou, assentindo e colocando as mãos no quadril de Mabel para puxa-la para mais perto.

Mabel ignorou completamente a mudança de humor de Billie, porque naquele dia, ela não tinha percebido que era exatamente uma mudança de humor. Para ela a namorada só estava com raiva porque tinha perdido o local de trabalho, e tudo bem, porque se fosse com Mabel ela também ficaria irritada nessa situação.

Mas essa não foi a única vez que Billie agiu dessa forma. Com Mabel, ela era uma amor, e a tratava como uma rainha, quando era com outra pessoa, ela explodia pelo mínimo motivo.

A cada dia, suas mudanças de humor ficavam mais evidentes e isso estava começando a preocupar Mabel.

Tirando as mudanças de humor, também tinha o sexo.

Billie e ela faziam sexo todos os dias porque todos os dias Billie queria sexo. Mabel olhava no fundo dos seus olhos e procurava qualquer sinal de que Billie não queria isso, mas pelo o contrário, Billie queria. Ela quase sempre podia perceber quando Billie não estava com vontade de transar, e dessa vez, ela não via nenhum sinal de que Billie não queria aquilo.

Toda a situação deixou Mabel um pouco preocupada e ela foi para o senhor Google e pesquisou mais alguns sintomas da bipolaridade. Ela sabia que hipersexualidade era um deles. E ela estudou um pouco sobre isso na faculdade. Mas ela não era da área psiquiatria e por isso viu o assunto de forma superficial.

A bipolaridade era separada em períodos. A pessoa com o transtorno enfrentava esses períodos e poderia enfrentar os mais variados sintomas.

Tinham períodos maníacos, onde a pessoa ficava mais hiperativa e perdia um pouco o senso de realidade, podendo ter alucinações e dificuldade para dormir. Tinham os períodos depressivos, onde o paciente perdia o interesse por tudo ao seu redor, assim como a energia e a motivação. Tem também os períodos de alterações de humor, que combinava muito com o que ela estava passando com Billie.

A cada artigo e relato que lia, Mabel se sentia mais culpada. Ela pensava na  possibilidade de Billie ter deixado de tomar os remédios por causa do sexo. Por sua causa.

Ela pensava em que momento ela demonstrou que sexo era tão importante ao ponto de Billie tomar uma decisão tão drástica.

Mabel não sabia o que se passava na cabeça da namorada, e ela não sabia como sugerir a ideia sem que a namorada surtasse. Se Billie estava mesmo fugindo dos remédios, ela estaria mais sensível e Mabel não queria forçar a barra.

Em meio a pensamentos e táticas de como conversar com ela, os dias passaram. Essas duas semanas tinham sido longas, e Mabel tinha a certeza que ela e Billie passariam por seja lá qual problema que tivessem que enfrentar.

Ela não iria desistir tão fácil.

Naquele dia em especial, era noite das garotas, Billie também foi convidada, mas ela não foi por estar presa no trabalho. Billie decidiu que além de trabalhar como tatuadora ela também iria se esforçar para gostar da empresa da família. Ela estava começando com pequenas coisas, nada tão avançado como as vendar que Patrick e Finneas já faziam.

A O'Connell estava mantendo a mente ocupada desde que chegou de viagem. Ela trabalhava na empresa de manhã, a tarde ela ia para o estúdio e as noites eram reservadas para Mabel. Elas jantavam e depois faziam sexo.

Seria tão bom, se não tivesse também todo esse problema com os remédios.

Essa noite, todas as amigas de Mabel estavam na cama da casa de Mary, enquanto elas conversavam sobre o que havia acontecido em suas vidas desde que conversaram a última vez.

Mary e Bree começaram, contando sobre o namoro das duas e como foi difícil a transição de melhores amigas para namoradas. Mas elas estavam bem e estavam radiantes de tão felizes.

Mabel ficou até um pouco mal porque ela sabia que uma hora ela teria que contar sobre o que estava acontecendo e ela não queria encher as amigas com seus problemas.

Felizmente, Claudia foi depois do casal, contando um pouco mais sobre o namoro falso com Finneas.

Ela estava mal também. Porque, no fundo, Claudia queria que o namoro não fosse falso. Ela queria mais.

— Vocês se gostam, não é? Isso está tão evidente — Bree perguntou, sem se preocupar com o que sua pergunta faria. Ela não costumava pensar muito antes de falar.

Claudia ficou um pouco vermelha e assentiu.

— Eu gosto dele, muito — ela admitiu, pela primeira vez — Mas tem a Deborah, ela ainda é um problema — Claudia rolou os olhos.

— Você a viu alguma vez? — Mabel perguntou, se levantando e passando para o lado da amiga.

Ela já tinha enfrentado o problema "Deborah" e se tinha alguém que mais entendia Claudia era ela.

— Uma vez, quando Finneas e eu marcamos um encontro há alguns dias. Eu fui no trabalho dele e ela estava lá, esperando por ele. Finneas me ignorou, indo falar com ela e depois que ela saiu ele veio falar comigo —

— Finneas sabe o que ele está fazendo. Ele é adulto e tenho certeza que ele não vai cometer o erro de te magoar — Bree defendeu Claudia, usando seu tom mais ameaçador mesmo que Finneas nem estivesse ali.

— Eu sei, eu só... — Claudia suspirou — Não sei se estou pronta para colocar mais uma pessoa na minha vida, na vida das minhas filhas... Sem ter certeza de que é permanente. Eu gosto muito do Finneas mas não sei se ele tem esse mesmo pensamento que eu. Ele pode querer um relacionamento baseado em sexo, sem sentimento. Uma amizade com benefícios e eu não posso dar isso a ele —

Mabel abraçou Claudia no momento em que ela soltou a primeira lágrima. Ela sussurrou que tudo ficaria bem e que as coisas se resolveriam com o tempo. Também falou bem de Finneas, repetindo as palavras de Bree sobre ele saber o que estava fazendo.

Aquele não era o momento de ela falar sobre Billie e sobre o que estava passando. Era sobre Claudia.

E ela poderia resolver seu problema outra hora.

Family Affair |G!P| ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora