25| Love like this

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A casa de Mabel estava vazia naquela noite de segunda-feira. Seus tios haviam ido para um evento que teria na prefeitura na cidade e sua irmã mais nova foi dormir na casa de uma amiga.

Billie não sabia se eles tinham ido para que as duas ficassem sozinhas, mas ela gostou do momento em que estava passando com a namorada.

Mabel estava sentada na bancada da cozinha, enquanto Billie usava o que tinha na geladeira para fazer o jantar e as duas conversavam sobre assuntos aleatórios.

— Onde vai passar a Ação de Graças? — Billie perguntou em um momento.

— Costumo passar com a minha família... Por quê? — Mabel franziu o cenho, olhando para a namorada que não a olhava de volta.

Billie podia sentir seu olhar.

— Queria te levar para Los Angeles... E, sei lá. Te apresentar a algumas amigas — Billie finalmente olhou para a namorada, que sorria.

— Eu vou... Se você prometer que vai cozinhas mais para mim — Billie riu, assentindo — Sério, Bil. O cheiro está muito bom — Abel apoiou o queixo na mão, enquanto observava a namorada como se ela fosse uma espécie de Deus.

Billie sempre se sentia constrangida quando ela a olhava daquela forma.

— No ano em que meus pais se mudaram para cá e eu fiquei sozinha, tive que aprender algumas coisas — ela riu, ao se lembrar dessa época de sua vida.

Havia sido solitário e triste, já que ela já estava acostumada a ter uma namorada e a ter o conforto de sua família. Mas hoje em dia eram apenas histórias que ela tinha para contar.

— Nas primeiras semanas foi difícil. Muito difícil. Quase coloquei fogo na casa algumas vezes, mas com o tempo... Eu tive que aprender —

— Eu não gosto de pensar nessa parte da sua vida. Sei que já superou, mas quando eu imagino você, sozinha, sendo rejeitada sem saber o porquê... Eu me sinto mal — Billie desligou o fogo do ensopado, indo até Mabel e lhe abraçando.

— Eu já superei. Não tinha absolutamente nada que eu pudesse fazer, então escolhi perdoar meus pais, meu irmão e não pensar muito no passado — ela não poderia esquece-lo. Nunca esqueceria.

Mas faria o possível para não pensar naquela época e para não culpar sua família por seus sentimentos da época. Ela faria isso em favor de manter um relacionamento saudável com eles.

E eles estavam tentando.

Sua mãe, seu pai, seu irmão. Todos estavam tentando dia após dia se redimir com Billie por seus erros.

— Eu falei com Debbie hoje — Billie achou que esse era o momento certo para contar.

— Eu sei — Mabel a apertou mais forte, não olhando em seu rosto.

Billie imaginou que ela já soubesse.

Depois que sua conversa foi interrompida por Bree, a loira se sentou e escolheu a tatuagem que queria em silêncio. Billie fez todo o procedimento, nem mesmo cantarolando as músicas do rádio como costumava.

Tudo foi muito silencioso, e parecia que até o som da máquina quando passou sobre o desenho que Bree escolheu foi abafado.

No fim, Bree falou pela primeira vez, falando que Billie poderia ficar com o troco.

E quando ela estava na porta, ela olhou para Billie e falou que se Billie fizesse Mabel chorar, ela iria fazê-la chorar também.

Billie achou fofo a preocupação com a amiga e um pouco engraçado. Mas ela nunca duvidaria de suas ameaças.

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