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As próximas duas semanas passaram voando, e finalmente chegou o dia em que eu iria viajar.

Arrumei três malas grandes com tudo que precisaria para passar um mês, eu estava extremamente ansiosa para pegar o ônibus, um frio na barriga me acontecia a cada minuto que eu me imaginava com meus pais.

Após me arrumar eu saí do meu quarto e me encontrei com meu irmão na recepção do campus, ele estava em pé mechendo no celular e parecia contente. Acho que a notícia de encontrar nossos pais depois de um ano e meio o deixava feliz.

Sn - tudo pronto, Ken?

Kenny - tudo sim, o uber que eu pedi pra levar a gente até a rodoviária já chegou.

Sn - certo, vamos então.

Ajudei ele com as malas, o motorista também nos ajudou. Entrei no carro, pegando meu celular em seguida.
Eu queria me despedir do Bakugo, mas nesses últimos dias não tivemos tempo para nos encontrar então eu me senti mal por não poder conversar com ele antes de ir.

Por tal motivo, eu pensei que ele entenderia se eu mandasse uma mensagem avisando.

Kenny se sentou ao meu lado, conversamos sobre assuntos aleatórios e em um deles ele me contou o motivo de estar feliz; além de poder rever nossos pais, ele voltou a conversar com Iori.
Isso me deixou confusa, já que ele disse ao Kenny que não pretendia mais se envolver com outros homens.

Mas meu irmão fez a gentileza de me explicar tudo, Iori não era assumido para seus pais e quando tentou conversar com eles, seu pai, que era alcoólatra por sinal, não o aceitou e de forma agressiva o traumatizou. Sua mãe por medo do marido não fez nada para ajudá-lo, mas ela aceitava a preferência do filho sem nenhum problema, só não dava sua opinião na frente do marido.
Assim, Iori prometeu a si mesmo que por sua segurança e a de Kenny, ele iria se afastar.

Por isso Iori estava estranho, pobrezinho... Eu realmente espero que ele consiga sair dessa situação.

(...)

Assim que chegamos na rodoviária meu irmão desceu as malas do carro e eu o ajudei.

Fomos pra sala de espera e a cada segundo eu ficava mais ansiosa, a animação era tanta que comecei a sentir náuseas.

Sn - Kenny, me espera aqui um minuto?

Kenny - claro, onde vai? - me levantei.

Sn - banheiro, eu não demoro.

Kenny - ok... Ah vai querer alguma coisa pra comer? Eu vou comprar pra sustentar a viajem sem desmaiar. - sorriu.

Sn - não, eu não to com fome.

Kenny - mas vai estar mais tarde.

Eu o ignorei e segui meu caminho até o banheiro em passos apressados. Pra minha sorte, o mesmo estava vazio.

Entrei em uma das cabines sentindo meu estômago embrulhar, me ajoelhei em frente ao vaso e senti tudo que havia tomado no café voltar.

Separei um pedaço de papel higiênico para limpar o canto da boca. Saí da cabine sentindo minha pressão cair, minhas vistas escureceram como se eu estivesse sob efeito da individualidade da Yuna.
Só de lembrar daquela época meu estômago se revira novamente.

A ansiedade realmente me deixou mal dessa vez, eu queria chegar logo na casa dos meus pais só pra acabar essa tortura.

Saí do banheiro e me encontrei com meu irmão na sala de espera.

𝙷𝚎 𝙸𝚜 𝙰𝚋𝚕𝚎 𝚃𝚘 𝙻𝚘𝚟𝚎 - 𝓚𝓪𝓽𝓼𝓾𝓴𝓲 𝓑𝓪𝓴𝓾𝓰𝓸Onde histórias criam vida. Descubra agora