Capítulo 27

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Samantha

Entrei no quarto muito chateada. Não imaginava que aquele homem que tanto foi gentil comigo, me achasse uma vagabunda que na primeira oportunidade, sai para ir atrás de macho. Deve ser por isso que foi gentil todo esse tempo estando aqui na sua casa. Ele só queria transar comigo, e como ainda não conseguiu, ficou puto, porque achou que fui atrás de outro e teve trabalho a toa de ser bom para mim.

E como eu iria atrás de outro aqui? Se não conheço ninguém. Vai ver achou que fiquei com o primeiro que apareceu, sem nem mesmo conhecê-lo. É um cretino mesmo nem pode falar nada,mesmo que eu tivesse com outro. Já que ficou com a garota de programa aquele dia. Não tem moral pra falar nada.

           - É Samantha você não pode se iludir, não tem sorte com homem. E nem adianta pensar que com esse seria diferente. Agora você tá vendo aí, né. Ainda bem que está em tempo de cair fora. - falei baixinho comigo mesma.

Comecei a arrumar minha mala, ainda bem que era pouca coisa. Separei uma roupa para tomar um banho.

Agora como vou sair daqui? Já está anoitecendo e não vou andar por esse mato no escuro, ainda mais com esses lobos a solta.

Infelizmente terei que esperar até amanhã e tentar ir até a cidadezinha pedir uma carona. Já que aqui não vem nenhum táxi.

Sai do quarto para tomar um banho e vi Jack subindo as escadas. Corri para o banheiro antes que ele me alcançasse.

Tranquei a porta e tirei minhas roupas rapidamente. Tomei um banho um pouco demorado, para ver se dava tempo de não o encontrar no corredor.

Sai do banho, me enxuguei e coloquei minha langerie e a roupa.
Abri a porta devagar e olhei para o corredor e vi que ele não estava por perto. Fui rápido pro quarto, entrei e dei de cara com ele, sentado em minha cama.

Ele me olhou com olhar triste e falou;

        - Eu sei que peguei pesado no que falei. Mas eu tenho que te confessar que eu fiquei com raiva, por você não ter me escutado e ter ido sozinha para aldeia. Confesso que tudo que falei é porque eu morro de ciúmes de você e quero você só pra mim. Tenho medo que você se apaixone por alguém e eu não tenha chance. - disse me encarando com tristeza. - Me desculpe por favor, eu não acho que você seja uma qualquer e eu sei que não é.

         - Olha senhor Miller, você foi um cretino comigo falando aquilo, porém eu te desculpo. - o vi sorrindo. - Mas eu só queria te avisar que como está anoitecendo e eu não conheço a região, então vou deixar para ir embora amanhã,ok? Não precisa me levar, sei que táxi não vem aqui, mas  deve ter alguém na aldeia que possa me dar uma carona para casa. Não vou te incomodar mais, fique tranquilo.

Ele se levantou da cama de supetão e seu sorriso morreu. Ele me olhou desesperado com lágrimas nos olhos.

            - O que? Você não vai embora, você disse que me perdoou. Eu não quero que você vá, eu te trouxe é porque eu quero você aqui comigo. Samantha não faz isso, por favor. Me perdoa,meu ciúmes me deixa cego. - disse com uma cara que parecia estar sentindo dor.
             - Eu te perdoei, porém não quer dizer que ficarei no mesmo teto que você. Eu nem sou nada sua, para sentir ciúmes de mim e muito menos para ter dito o que disse. - E você mesmo disse que estou em sua casa, portanto tudo que fizer lhe diz respeito e não é bem assim. Então eu prefiro me retirar. E já disse amanhã eu vou. E nos encontramos na empresa, quando o senhor voltar ou se preferir pode me demitir. - falei determinada não tinha muito o que fazer, não vou ficar de joguinhos e esse fato de ter ciúmes de mim, é porque quer transar comigo e ainda não conseguiu.

Ele começou a respirar rápido e chegou bem próximo a mim.
       
            - Eu já disse que você não vai embora, não vou te perder por uma merda que eu disse. E se realmente me perdoou você vai ficar. - disse se aproximando e de repente me beijou com brutalidade.

Eu não devia mais eu juro que não consigo resistir, meu corpo se aquece quando ele chega perto, seu beijo é muito bom. Sua língua pediu passagem e eu boba dei e o beijo ficou mais apaixonado. Sinto um calor enorme na minha intimidade. Estou ficando muito excitada. Merda, eu não posso.

Tentei empurra-lo mas ele não saia do lugar e me beijava mais ferozmente. Minhas pernas estavam ficando moles e eu não conseguia parar o beijo.

Lembrei do que me disse de sair atrás de macho e não podia continuar a  deixar ele me beijar. Me deu uma certa raiva e o empurrei mais forte e consegui me desgrudar dele.

Ele me olhou mais uma vez com aqueles olhos amarelos e confuso.E dessa vez eu não me assustei, afinal já tô começando a achar que existe mesmo coisas além de minha compreensão e eu quero saber o que é isso.

         - Pare, eu não estou aqui pra isso. E muito menos estou disponível pra ser mais uma a transar com você. E só me diz uma coisa porque seus olhos estão mais uma vez amarelos? - me olhou assustado.
          - Não é isso que você está pensando, eu não quero que você seja mais uma a transar comigo. Eu quero tudo de você e não uma vez e sim pra sempre. - ele se virou e respirou fundo.  - E meus olhos não estão amarelos é impressão sua. - se virou novamente para mim e seus olhos realmente já não estavam mais amarelos.
           - Olha não adianta vir com esse papo que me quer pra sempre, tá. Eu conheço seu tipo e não é de ficar com uma mulher só. E já que não quer me dizer porque fica com os olhos amarelos, tudo bem então, é um direito seu. Porém não venha me dizer que foi impressão minha, porque não foi. Eu sei o que vi. - falei já me estressando com esse teatro dele.
             - Samantha, não duvide do que sinto por você e nem do meu caráter por favor. Eu não sou nada do que você pensa, eu sou homem e sei honrar uma mulher. E no momento certo eu te conto o que voce precisa saber. Mas hoje estamos de cabeça cheia e não é o momento. - disse afrouxando a gravata e passando a mão no rosto.
             - Engraçado eu não posso duvidar de seu caráter e você pode duvidar do meu. Tá bom, senhor Miller. Agora por favor me deixa sozinha. - apontei para porta.
             - Eu não duvidei do seu caráter, foi ciúmes. Eu já disse que não consigo me controlar. - disse exasperado.
              - Ok, eu não quero discutir mais. Estou cansada, por favor.

Ele assentiu e se retirou. Respirei fundo e vi que esse homem não ia largar do meu pé.

Percebi que estava com fome, então desci e peguei o resto da pizza. Não ia dar um pedaço a ele. Não estava merecendo.

Companheiro Livro 1: Paixão intensaOnde histórias criam vida. Descubra agora