Capítulo 24

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Samantha

Hoje completa 5 dias que estou na casa de Jack. E desde que cheguei trabalhei muito pouco, fiz somente resumos de alguns documentos e depois tinha o resto do dia sem fazer nada. Eu achava que não precisava estar aqui e que ele só me trouxe por capricho, só porque eu sempre recuso suas investidas.

Ele sempre dá um jeito de ficar perto de mim, está sempre me rodeando. As vezes eu saio do quarto e ele está andando pela casa de bermuda e sem camisa.  Confesso que o homem é um deus grego, musculoso, tem umas tatuagens nos braços e em parte do peito. E toda vez eu fico sem fôlego quando o vejo assim. Sei que é pra me provocar e ele está conseguindo, porque as vezes fico imaginado aquelas mãos grandes em meu corpo, sua boca e até como sera tê-lo por completo.

Eu ando com um calor  muito estranho, que nunca senti. Eu não tenho idade ainda para estar na menopausa,então não sei o que pode ser. Deve ser a convivência com esse homem me provocando todo santo dia.

Ele tem me mostrado um lado dele tão gentil e atencioso, sempre está perguntando se estou bem, está cozinhando todos os dias e não me deixa ajuda-lo, diz que ele tem que cuidar de mim. Eu tô achando muito fofo, porque só tive esses cuidados de minha mãe. Mas ele está superando com seus cuidados e confesso que isso está mexendo muito comigo.

E lembrar de minha mãe está me deixando triste, a saudade tá grande e me sinto tão sozinha nesse mundo. Estando aqui com o Jack, vejo o quanto eu sou sozinha, sem família, sem amigos. E sua atenção está sendo muito confortante e ao mesmo tempo não, porque eu sei que isso não dura. Não posso me apegar, porque sempre me dou mal, principalmente com os homens.

Mas tento não pensar muito nisso.
E só que estou muito presa aqui dentro da casa de Jack, ele sai às vezes a noite e nem vejo quando volta.

Todos os dias de madrugada, eu sou acordada por uivos de lobos. As vezes de um só, as vezes de vários. Não sei em que região estamos, se é em Dallas mesmo, eu não sei porque o Jack nunca me fala e quando pergunto ele muda de assunto e diz para não me preocupar que estou segura com ele.

Acho muito estranho, ter lobos por aqui, apesar de praticamente estarmos no meio do nada e com mato e árvores por todo o lado.

O que é mais esquisito é esses lobos uivar toda a noite. Eu me apavoro, e fico imaginando se saísse lá fora, o que fariam comigo, provavelmente iria ser a caça.

Todos os dias eu olho pela minha janela e vejo uma cidade não muito distante daqui, com pequenas casas de madeira também como essa, só que são mais simples. Fico muito curiosa e pretendo um dia ir para lá.

Estou aqui agora no meu quarto e já são quase oito da noite.

Peter está na minha cama brincando com uma meia minha. Ele parece ter se adaptado ao quarto, mas ele nunca sai do meu quarto. Deve ter medo do Jack.
Também o Jack não gosta dele, não sei porque principalmente quando eu estou com ele no colo e fico o acariciando. Eu rio da situação mas como ele quer que eu fique aqui, então tem que aturar o Peter.

Preciso tomar um banho. Então separo uma roupa e deixo na cama. Infelizmente meu quarto não tem um banheiro, então preciso usar o banheiro que tem no corredor, que fica a três portas do meu quarto.

Tem mais alguns quartos na casa, mas eu nunca entrei pra ver, já até tentei abrir as portas e está tudo trancado. Só o banheiro do corredor, meu quarto e quarto do Jack não fica trancado.

Pego uma toalha e saio do quarto para tomar meu banho. Tomo sossegada, quando termino passo um óleo no corpo, hoje estou com preguiça de passar hidratante, então o óleo é mais rápido.

Sempre me troco no quarto, afinal Jack nunca aparece nesse horário aqui encima, sempre está na cozinha ou não está em casa. Mas hoje não foi assim porque, quando sai dei de cara com ele na porta do banheiro me esperando.

Congelei no lugar ao vê-lo,eu estava com a toalha em volta do corpo. Só vi seus olhos  me varrer inteira e um calor me subir porque ele estava mais uma vez só de bermuda.
    
             - Vim avisar que o jantar está pronto.- disse com um sorriso malicioso e chegando perto de mim. - Mas se você quiser a gente pode deixar o jantar pra depois.

Ouvindo o que ele disse, voltei a mim e me afastei, quase correndo pro meu quarto. Me virei e disse;

              - Já v..ou des...cer. - disse gaguejando. Droga.

Entrei no quarto e corri colocar uma roupa. Agora teria que o encarar depois de estar quase nua em sua frente. Que vergonha.

Quando desci o encontrei colocando a mesa. Respirei fundo,me aproximei e sentei na cadeira.
Ele me serviu do mesmo modo que sempre faz e me olhou novamente com aquele olhar malicioso.

              - Hoje é macarronada com almôndegas e suco de limão. Espero que goste. - disse em um tom meio tímido.
               - Eu gosto de tudo que você cozinha Jack, tudo é uma delícia. Só queria que você me deixasse te ajudar. Me sinto mal deixando você fazer tudo sozinho. - o vi ficando vermelho e achei muito fofo.
               - Não me importo de cozinhar para nós e você é minha convidada não precisa me ajudar em nada. - disse se servindo e sentando na cadeira ao meu lado.

Depois de um tempo em silêncio resolvi o questionar sobre a pequena  cidade que vejo do meu quarto.

             - Jack, eu vi uma cidadezinha pela janela do quarto e gostaria de ir lá qualquer dia. Me parece ser uma bela cidadezinha. - o vi largar o garfo no prato e me olhar com receio.
            - Eu acho que por enquanto não, eu te levo lá qualquer dia. - disse meio nervoso.
            - E por que por enquanto não? Eu tenho que ficar presa aqui só em sua casa, mesmo que não esteja em horário de trabalho?
            - Samantha você não está presa, eu só não posso te levar lá ainda. E não quero você a toa por lá. - falou já me irritando, não dá pra entender se não estou presa então posso sair pra onde quiser.
            - Eu não vou ficar a toa, vou conhecer a cidade, as pessoas e você não precisa ir comigo, eu já vi como chegar até lá. Tem um caminho na floresta. - falei deixando claro que ele não tem que querer nada.
            - Eu já disse que por enquanto não e você não vai sair sozinha por aqui, me entendeu? - se levantou alterado.
            - Pois eu disse que vou, então eu vou. E você que fique por aqui, porque não te convidei , só disse que iria. E se você sai, eu também posso, não vou ficar presa aqui - me levantei também o encarando em desafio.
            - Mulher, não me faça perder a paciência com sua teimosia. E  você não vai e pronto. - alertou e saiu da cozinha, batendo o pé parecendo uma criança mimada.

A louça dessa vez ficou pra mim, então peguei tudo e coloquei na lava louça e limpei a cozinha.

              - Amanhã é sábado e não tenho que trabalhar, então é amanha mesmo que vou. Ele que pense que manda em mim. - disse baixinho pra mim mesma.

Fui para o quarto, alimentei o Peter e deitei na cama.
Fiquei olhando para o teto sem sono, por não sei quanto tempo.
E logo comecei a ouvir um uivo, que me arrepiou de maneira estranha, me deixando excitada.
     
            - Tem alguma coisa errada comigo,isso não é normal me sentir excitada por um uivo. E o que é mais estranho é ter lobos por aqui. É pelo jeito vovó sabia de muita coisa, se não soubesse não teria livros sobre isso. Uma pena não ter convivido muito com ela. Queria tanto saber seus segredos. - sussurrei baixinho.

Continuei ouvindo aquele uivo arrepiante e ao mesmo tempo parecia triste. Adormeci pensando que ainda tinha muita coisa que não sabia desse mundo. Mais que me esforçaria para saber, assim como vovó deve ter feito.

Companheiro Livro 1: Paixão intensaOnde histórias criam vida. Descubra agora