C11

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S/n Lyonne Point of View

— Que tal praia? - P diz, tentando me animar.

— Estou cansada de ir à praia. Todos os nossos rolês você quer ir para o mesmo lugar. É cansativo, sabia? - Digo um pouco alterada. Ultimamente não estou tendo paciência para quase nada, e talvez isso esteja afetando todos os relacionamentos da minha vida.

— Foi mal, parceira, mas você está toda caída, só queria te animar. - Ele diz, recuando. Aperto os olhos me praguejando internamente por ser tão difícil as vezes.

Olho para ele, que se levanta do sofá e caminha em direção a porta, talvez eu tenha o magoado já que ele está aqui desde cedo tentando me tirar um sorriso.

— Ei, me desculpe. Estou passando por uma barra e você sabe mas isso não é motivo de ficar assim com você. - Levanto, indo atrás dele. — Você está sendo incrível. - Sorri de leve, ele se vira e sorri de volta. — Que tal jogarmos vídeo game e bebermos alguma coisa? Quem perder lava a louça. - Ele sorri grande voltando a se jogar no sofá.

— A casa é sua então a louça é sua. - Reviro os olhos ligando a TV e pegando os dois controles do Playstation 5. — Eu preciso te dizer algo importante, já que sempre trocamos essa ideia de falar tudo um para o outro. - Ele diz, assim que entrego o controle para ele e início o jogo.

— Desde quando você se tornou tão emocionado? - Aperto os botões tentando matar o personagem dele.

— Nessa nossa geração os nossos sentimentos são tratados dessa forma mesmo, onde iremos parar? - Faz drama. —Mas é o seguinte, estou apaixonado pela sua vizinha e pensei em chamá-la para sair. - Ele diz, me fazendo parar exatamente o que eu estava fazendo soltando o controle no meu colo. Ele aproveita para me dar um nocaute usando o especial e me dá um fatality.

— O que? - Ele só pode estar brincando.

— É. Cara, você não me disse que ela é simplesmente maravilhosa! - Ele solta o controle e se encosta no sofá, me olhando sorrindo bobo. Dou um tapa na cara dele. — Au. - Fecha os olhos e coloca a mão no rosto. Quando ele tira a mão e me olha, dou outro tapa. — Ok, isso quer dizer alguma coisa ou você só quer me maltratar mesmo? - Pisco os olhos tentando digerir.

Ficamos em silêncio.

— Não! Você não pode se apaixonar por ela. - Levanto parando na frente dele.

— Até que enfim teve uma reação, achei que tinha tido um AVC. - Suspira aliviado. — É tão ruim assim? Podemos sair juntos e principalmente, eu poderei ser seu vizinho, isso não seria um máximo? - Comenta animado.

Por quê caralhos ele tem que ser tão burro?!

Acabo gargalhando com essa piada.

Camila simplesmente me deu um baita chute na bunda sem ao menos me deixar tentar alguma coisa, eu não falei nada demais e ela nunca mais olhou na minha cara.

Talvez isso tenha me incomodado nas semanas passadas, mas agora eu já me conformei que não fiz nada de errado e que somente estávamos bêbadas falando baboseiras e eu devo ter tocado em um ponto não tão confortável para ela.

Só acho que ela poderia falar isso comigo, não me ignorar como se nunca tivesse me conhecido.

Talvez eu que seja a emocionada aqui.

— Faz o que quiser, e boa sorte com ela. - Digo por fim, que se foda se ele realmente esteja interessado nela. Não sou dona de ninguém.

{...}

— E como é pra você ser médica? Confesso que meu sonho de infância era ser médica também, acho que todos nós já pensamos nisso quando éramos criança. - Bebo um pouco de vinho. Estou em um date, sim, isso mesmo.

Welcome (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora