C19

6.6K 571 167
                                    

O desemprego me trouxe de volta.

Falei tô leve

obs: Tive que tirar a publicação e postar de novo pra ver se ajeita a palhaçada do wattpad, porquê pelo que eu vi os dois últimos capítulos ficaram fora de ordem, então prestem atenção no número pra não lerem fora de ordem também. C18 primeiro C19 depois.

Camila Point of View

O tempo hoje está frio, nublado e extremamente agradável para mim. Gosto de me agasalhar bem e tomar uma xícara de chocolate quente embrulhada no meu cobertor enquanto assisto Star Wars. É uma sensação inexplicável.

Por algum milagre recebi a ligação de meu pai agora pela manhã, o que me deixou bastante confusa, pois eles quase não falam comigo. E sinceramente eu prefiro dessa forma, pois o fato de me ligarem faz com que eu sinta que há algo de errado. Talvez realmente existem sentimentos dentro dos seus corações e sentiram minha falta, mas não é algo que me faz ter total confiança.

Meus pais nem sempre foram tão ausentes na minha vida, depois que me casei e tive que me mudar ficamos bons anos longe sem nos ver, mas eles me ligavam todos os dias e faziam questão de me visitar. Richard até que gostava, nunca foi um homem que me proibia de fazer o que eu queria e não tentou afastar meus pais de mim, pelo menos. Pelo menos eles, na verdade.

Sempre desejei que eles ficassem ao meu lado para quando eu precisasse, pudesse correr para um colo. Apesar de me ferirem muito na minha adolescência, não consegui carregar mágoas para depois da minha juventude. E querendo ou não, são meus pais, eu os amo muito mesmo com as falhas.

Depois que tive filhos, eles nos visitava bastante. Estavam muito felizes por serem avós, até mesmo porque sou a filha mais velha. Dei a eles os seus primeiros netos. E então, minha vida se tornou um completo inferno e depois do meu divórcio piorou. Eles se mostraram mais cruéis do que eu imaginava.

Não paro para pensar muito nisso hoje em dia, mas foi algo que me machucou muito ao decorrer dos anos pois era uma coisa que não tinha muito o que fazer mas mesmo assim me doía demais. Eu queria que meu pai ensinasse as crianças a jogar hóquei ou futebol, queria que minha mãe contasse as minhas histórias de quando eu era criança para fazê-los rir....

Queria que meus filhos tivessem uma família completa, com seus avós presentes. Mas isso não aconteceu. E tá tudo bem ser assim.

Meus pais falam com os meninos quase todos os dias por chamada de vídeo ou ligações, não posso negar que eles amam seus netos, mesmo de longe fazem questão de mima-los e enviar presentes. E foi como eu disse, diretamente comigo não há tanto contato, por isso o meu espanto.

A voz do meu pai me balanceou um pouco. Ele me fez muitas perguntas, parecendo preocupado sobre a minha vida e minha saúde. Mas assim tão do nada? Eu fui esquecida no fundo de suas lembranças e agora me tiraram de lá?

É isso que me entristece.

Bem. Hoje eu não sou mais a mesma Camila de 4 meses atrás. Eu saí do estado em que me encontrava para viver a minha vida, para levantar minha cabeça e reagir. Ser mais forte, ser mais firme.... E essa nova Camila não se deixa abalar tão fácil assim, essa nova eu sabe bem como que funciona o decorrer da vida e irá usar isso ao seu favor sem se colocar para baixo.

Aprender com seus erros para não repetí-los. Pois eu não vou mais correr atrás de quem não dá a mínima para mim. Seja pai, mãe, quem for...

É assim que vai ser.

Não. Já está sendo.

— Mãe, acha que vai nevar? - Ethan me tira dos meus pensamentos. Estou parada na varanda, debruçada no apoio de madeira olhando para a rua vazia. Olho para trás vendo o menino esfregando os olhos, vestindo seu famoso pijama com desenhos de bolas de basquete. Seu rosto está amassado pois parece que acabou de acordar. Chamo ele para chegar mais perto e o garoto me abraça de lado. Aliso seus cabelos olhando em seus olhos castanhos, ele é tão lindo....

Welcome (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora